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    Mercado Aberto

    Arrecadação está pior que em 2003, diz Rachid

    24/06/2015 03h00

    "A arrecadação em 2003 foi difícil, mas neste ano a dificuldade está maior ainda." A afirmação é do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, que também estava à frente do fisco naquele ano do primeiro mandato do presidente Lula.

    Os novos dados da arrecadação do governo federal deverão ser divulgados nos próximos dias –até abril, houve recuo de 4,4%. "Mas estamos trabalhando em uma série de estratégias com o ministro Joaquim, tomando medidas para aumentar a receita."

    O secretário afirma que não prorrogará o prazo, marcado para o dia 1º de julho, para a utilização obrigatória da entrega de todos os documentos eletronicamente no portal do Siscomex.

    "Será eliminada a recepção de documentos em papel e a necessidade de protocolo presencial. Vamos nos reunir com a Anvisa, Vigiagro e Ibama, para termos um alinhamento e melhorar as condições [de exportação] para facilitar o crescimento", relata.

    "Nem pensar em prorrogação de prazo na Receita. A orientação que recebi do ministro Joaquim Levy, quando me chamou [para a secretaria] foi de melhorar o ambiente de negócio, dar maior competitividade no comércio exterior e de simplificação tributária."

    O prazo para entrega completa do Portal Único é final de 2016 para 2017.

    "Temos dificuldades na exportação, mas avançamos."

    No despacho de exportação, o tempo médio bruto foi de duas horas e 24 minutos em 2014, uma queda de 66,7% em relação a 2013.

    Mais de 95% das declarações são desembaraçadas em menos de quatro horas, de acordo com a Receita.

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    Salto tipo exportação

    Mesmo sem planos de expandir o número de lojas no exterior neste ano, a grife de calçados e acessórios Jorge Bischoff projeta elevar de 13% para 25% a participação das exportações.

    O câmbio mais favorável é a principal razão, segundo Jorge Bischoff, CEO da empresa que leva o seu nome. São três lojas licenciadas no exterior, duas no Uruguai e uma em Cuba.

    "Abrir mais unidades [fora do país] não é o objetivo agora, porque ainda temos espaço aqui dentro."

    O grupo exporta produtos para cerca de 900 multimarcas em 40 países.

    No mercado interno, o empresário estima fechar o ano com 20 contratos assinados para novos pontos. Hoje, são 66 franquias.

    Apesar da crise, o ritmo de expansão será parecido com o de 2014. No entanto, com a desaceleração do varejo, a bandeira Loucos & Santos –que tem tíquete médio menor– deverá ganhar espaço, diz Bischoff.

    2,3 milhões
    é a produção anual estimada

    R$ 93 milhões
    foi o faturamento da rede de lojas em 2014 (alta de 34%)

    R$ 1 milhão
    é o investimento médio na abertura de cada ponto com a bandeira Jorge Bischoff

    R$ 329
    é o tíquete médio da marca (há sapatos de até R$ 1.800)

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    Pior cenário

    O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking da consultoria Ipsos com 29 países que consideraram boa a situação econômica nacional em junho deste ano.

    A parcela de brasileiros otimistas foi de 9%, empatada com a Sérvia.

    Esse é o pior desempenho do Brasil desde, pelo menos, agosto de 2012.

    Em comparação com maio deste ano, o bom humor dos brasileiros caiu 5 pontos percentuais. Em junho de 2014, a fatia era de 31%.

    A média global em junho deste ano ficou em 41%. A Arábia Saudita liderou o ranking, com 91%, seguida por Índia (83%) e Peru (77%).

    Quando a confiança é avaliada por regiões, os países membros dos Brics ficam em segundo lugar (51%), atrás da América do Norte (52%).

    Foram entrevistadas cerca de 20 mil pessoas no mundo, sendo mil no Brasil.

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    Embarques de proteínas

    Em razão da crise, a Integralmedica, fabricante de suplementos alimentares, passará a exportar seus produtos para compensar as perdas no mercado interno.

    Em 2014, a companhia cresceu 7% em receita –com R$ 160 milhões faturados, um resultado bem abaixo do ano anterior, quando o avanço foi de 34%.

    "Em um ano difícil, diversificamos as operações para manter um crescimento próximo ao do ano passado", diz o CEO Filipe Bragança.

    A expectativa é que os produtos desembarquem, primeiro, na América Latina e, depois, na África. "A meta é que a exportação represente 20% da receita até 2017."

    *

    Mais... A Medley integrou sete medicamentos da Sanofi ao seu portfólio, entre os quais o Plavix e o Gardenal. A meta é ampliar a linha de cardiologia, ginecologia e sistema nervoso.

    ...bulas A linha farma representa hoje cerca de 33% dos negócios da Medley. Ao longo deste ano, o grupo pretende aumentar a participação no mercado de similares.

    Cartório O número de títulos protestados (86.842) na cidade de São Paulo em maio subiu 26,6% ante o mês de 2014, segundo o Instituto de Estudos de Protestos de Títulos.

    Cultural A BG Brasil será mantenedora do Museu do Amanhã, que terá experiências em ciências e arte, e abrirá nesta sexta (26), no Rio. Serão investidos R$ 12 milhões.

    Lézio Júnior

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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