• Colunistas

    Tuesday, 07-May-2024 05:45:40 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Mudança em lei encarece imóveis em SP, diz entidade

    02/08/2015 03h00

    As mudanças previstas no projeto de lei de revisão do zoneamento da cidade de São Paulo vão encarecer ainda mais os preços dos imóveis na capital, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação).

    O setor já enfrenta uma elevação nos custos desde 2014, por causa de regras do novo Plano Diretor que causaram alta nos valores de terrenos e taxas necessárias para construção de prédios maiores.

    De janeiro a maio deste ano, o número de unidades residenciais lançadas na capital caiu 15% em relação ao mesmo período de 2014, enquanto nas demais cidades da região metropolitana houve um aumento de 25%.

    A ampliação das exigências na capital deverá reforçar essa a migração.

    "Se o empreendedor não consegue viabilizar o projeto aqui [em São Paulo], vai fazer na cidade vizinha", diz ele. "O preço é mais atrativo, a pessoa vai morar lá, mas continua trabalhando aqui, o que desvirtua o objetivo de melhora da mobilidade."

    Com o Plano Diretor, já existia uma previsão feita pelo Secovi-SP de que, em cerca de 70% dos novos projetos imobiliários, haveria um aumento médio de 5% no preço final das unidades.

    A priorização de empreendimentos em eixos de transporte de massa, como nas proximidades de estações de metrô e corredores de ônibus, também fez com que houvesse um aumento nos preços dos terrenos nesses locais.

    "Está muito complicado porque ficou difícil viabilizar os empreendimentos. Até dois meses atrás nenhum projeto havia sido aprovado no novo Plano Diretor", diz.

    "Agora, há dispositivos no projeto da lei de zoneamento enviado à Câmara que elevam ainda mais os custos."

    Queixas

    Entre os pontos questionados pelo Secovi-SP está a obrigatoriedade de criação de loteamentos para empreendimentos que ocupem mais de 15 mil metros quadrados –hoje, não existe limitação.

    Nesses projetos de loteamentos, o empreendedor tem de doar ao poder público 40% do espaço total para áreas verdes e ruas. "Só isso aumenta o custo da unidade final em mais 8%."

    O endurecimento da norma que proíbe prédios com mais de oito andares nos miolos dos bairros, fora dos eixos de transporte de massa, é outra questão levantada.

    Também há o receio de que não haverá demanda suficiente para a ocupação de áreas comerciais no térreo de edifícios mistos, cuja construção será incentivada.

    Os temas foram levados pelo Secovi-SP ao prefeito Fernando Haddad em uma reunião há duas semanas.

    A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano não informou o número de projetos aprovados neste ano. Em nota, afirmou que avalia as demandas e que elas poderão ser debatidas em audiências públicas na Câmara, antes da aprovação final da lei.

    "Como forçar a colocação de comércios em térreos de prédios onde não há potencialidade?"

    "O Plano Diretor não considerava o incremento nos preços dos terrenos. A conta não fecha. O empreendedor vai construir na cidade vizinha"
    Claudio Bernardes, presidente do sindicato da habitação

    Infográfico MOBILIDADE PARA FORA DE SP - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    *

    Confiança do empresário cai para mínima histórica

    Após registrar leve alta em junho, a confiança do comerciante brasileiro voltou a cair em julho e atingiu seu menor nível histórico: 85 pontos (em escala de 0 a 200).

    Na comparação com julho do ano passado, houve retração de 21,6%. Em relação a junho de 2015, o recuo foi de 1,7%, segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

    Dos empresários entrevistados pela entidade, 92,8% afirmaram que houve piora no cenário econômico nos últimos 12 meses.

    Entre os itens analisados, condições atuais do comerciante tiveram o pior desempenho: queda de 45% na comparação com o ano passado e de 5% ante junho.

    As expectativas são o subíndice em melhora patamar: 125,5 pontos.

    Ao todo, 6.000 pessoas foram ouvidas.

    Infográfico CONFIANÇA DO COMERCIANTE - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    *

    Vidro oriental

    A Kwangjin, fabricante sul-coreana de peças automotivas, investirá R$ 35 milhões para instalar sua primeira unidade na América do Sul, em Sumaré (SP).

    A empresa vai fornecer mecanismos para janelas de carros para montadoras de veículos no Brasil.

    "Apesar das adversidades econômicas, já estudávamos vir para o país. Vemos potencial nesse mercado", afirma Daniel Kim, diretor-executivo da companhia.

    A unidade terá capacidade para oferecer peças para 600 mil automóveis por ano e gerará 170 empregos diretos. A princípio, as peças serão importadas e somente montadas em São Paulo.

    "Temos planos de longo prazo. Até 2020, pretendemos investir mais R$ 70 milhões para ampliar nossa capacidade e talvez nacionalizar a produção", diz Kim.

    US$ 660 milhões foi o faturamento do grupo em 2014, cerca de R$ 2,3 bilhões na cotação atual

    16 é o número de países onde a empresa tem fábricas

    *

    Campo... A petroleira norueguesa Statoil completou, na última semana, 100 milhões de barris de óleo produzidos no Campo de Peregrino, na costa do Rio de Janeiro.

    ...brasileiro Esse é o maior campo de exploração de petróleo e gás operado pela empresa fora da Noruega.

    Bem... A Racon Consórcios, marca de franquias do grupo Randon, deverá aumentar em mais de 20% o número de lojas neste ano.

    ...parcelado No fim de 2014, eram 110 pontos em operação –hoje são 130.

    *

    Hora do café

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024