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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Resorts têm queda na ocupação e nas tarifas

    06/09/2015 03h00

    O aumento da cotação do dólar deverá impactar os resultados dos resorts do país apenas no segundo semestre deste ano.

    Nos primeiros seis meses, as empresas do setor registraram queda de 0,6% na taxa de ocupação dos quartos e de 9,1% no preço médio das diárias, segundo pesquisa do Centro Universitário Senac encomendada pela Resorts Brasil (associação do setor).

    "A alta do dólar inibe a viagem do brasileiro para o exterior e torna o país mais competitivo no mercado internacional, mas os efeitos dela não são tão rápidos", diz o presidente da associação, Daniel Guijarro.

    "A partir de julho, já deveremos perceber uma diferença", acrescenta.

    Os dados de julho ainda não foram fechados. Em junho, a ocupação já subiu 7,3% (passou de 42,7% para 45,8%).

    "Mas é um mês difícil de comparar por causa da Copa. No ano passado, enquanto os empreendimentos que receberam delegações foram muito bem, os que não receberam foram muito mal."

    As tarifas em junho, no entanto, tiveram o pior desempenho do ano. Elas ficaram em R$ 475,86, o que representa um recuo de 25,2%. No mesmo mês de 2014, a média era de R$ 671.

    "O mercado corporativo negocia fortemente os preços. Se a participação desse segmento cresce, os valores recuam. Também há promoções no segmento de lazer por causa da ocupação baixa."

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    Desembarque argentino

    Apesar de o segmento de resorts não ter avançado no primeiro semestre, a rede paranaense Bourbon, que tem uma unidade em Foz do Iguaçu (PR) e outra em Atibaia (SP), além de 12 hotéis, sentiu uma presença maior de argentinos.

    "O número deles dobrou nos sete primeiros meses deste ano", afirma o presidente e sócio da empresa, Alceu Vezozzo Filho.

    "Mas começamos a perceber [uma maior demanda por causa da elevação do dólar] em meados do ano mesmo, em julho", diz.

    "Os brasileiros não têm mais o mesmo poder aquisitivo para viajar para o exterior e estão optando pelo destino doméstico."

    O empresário afirma acreditar que está começando um ciclo semelhante ao iniciado em 2002, quando o dólar disparou às vésperas de o ex-presidente Lula se eleger.

    "Isso [a cotação da moeda] vai se consolidar e ser a nova realidade por alguns anos. Não vejo a moeda recuando a patamares de anos passados."

    Vezozzo Filho diz estar otimista, mas ainda não tem estimativas da taxa de crescimento para este ano.

    14 é o total de empreendimentos da rede, que está em SP, PR, RJ e SC

    2 dessas unidades estão no exterior, uma na Argentina e outra no Paraguai

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    Do campo ao forno

    A Algar Agro investiu cerca de R$ 40 milhões para passar a produzir embalagens PETs para armazenar óleo de soja vendido pela empresa.

    Antes, a confecção das garrafas era terceirizada para uma empresa em Lorena (SP).

    Com o aporte, a produção e o envase das mercadorias será feito nas unidades do grupo em Porto Franco (MA) e Uberlândia (MG).

    O investimento resultou em uma economia de 58% no custo das garrafas, de acordo com Edney Valente Lima Filho, da Algar Agro.

    "Desenvolvemos uma embalagem com menos quatro gramas de plástico, o que também gera uma quantidade 25% inferior de resíduos sólidos", diz.

    A fábrica tem capacidade para produzir até 35 milhões de unidades por mês, mas a princípio vai fabricar 25 milhões de garrafas mensais.

    "Não estamos vivendo um cenário econômico muito bom, portanto, ainda não saberemos quando a planta atingirá sua capacidade máxima", conclui.

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    'Game' de adulto

    Em 2014, 32,6% dos brasileiros adultos jogaram videogames pelo menos uma vez. Esse número representa um aumento de 24,2 pontos percentuais em comparação com 2004, segundo um levantamento da Euromonitor.

    Mesmo com o crescimento, o país não é um dos que têm mais adultos jogadores: entre 32 analisados, o Brasil está na posição 26.

    Os smartphones são os principais impulsionadores dos jogos eletrônicos entre adultos, de acordo com o analista da empresa de pesquisas Leonardo Freitas.

    A tendência é que em 2015 o crescimento dos jogos seja menor por causa da desvalorização do real, diz ele.

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    Etiqueta nacional Uma loja temporária será inaugurada neste mês na Bolívia com quinze marcas brasileiras, como Animale e Morena Rosa.

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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