• Colunistas

    Tuesday, 07-May-2024 05:02:56 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Exportação de calçados cai 23,5%

    09/09/2015 03h00

    Apesar da expectativa de aumento de exportações com a depreciação do real, o valor das vendas de calçados brasileiros ao exterior despencou 23,5% em agosto em relação ao mesmo mês de 2014.

    Ao todo, o Brasil vendeu a outros países 9 milhões de pares, o equivalente a US$ 69 milhões (R$ 263,5 milhões na cotação atual). Em agosto de 2014, haviam sido US$ 90,2 milhões, segundo a Abicalçados (associação da indústria).

    Neste ano, o setor acumula queda de 12,3%. "Não vemos a economia global muito forte ainda, e outros países concorrentes, como a China, também estão com a moeda desvalorizada", diz o assessor-executivo da Abicalçados, Igor Hoelscher.

    O presidente-executivo da entidade, Heitor Klein, porém, acredita que as novas altas do dólar poderão impactar positivamente o desempenho do segmento no final de 2015, pois os contratos costumam ser fechados com três meses de antecedência.

    "Com uma recuperação nos últimos meses deste ano, esperamos empatar com os resultados do ano passado, quando fechamos com pouco mais de US$ 1 bilhão em produtos exportados."

    Nos oito primeiros meses de 2015, a Argentina foi o país que registrou o maior recuo nas compras de sapatos do Brasil (-24,8%).

    "O país está em situação desfavorável há um bom tempo. Faltam divisas para importar e há uma preferência por produtos asiáticos até por causa dos acordos comerciais", acrescenta Hoelscher.

    Há cinco anos, o Brasil era responsável por 60% dos calçados importados pelo país. Hoje, essa parcela é de 30%.

    calçados

    Gravata Mineira

    A Sketch, rede mineira de lojas de roupas masculinas, vai mais que dobrar sua operação com a abertura de 68 novas unidades no país neste ano e em 2016.

    A expansão, com foco nas regiões Norte, Nordeste e no interior de São Paulo, prevê um aporte de R$ 23,8 milhões.

    Até o final deste ano, serão 18 novas unidades, a maior parte delas franquias. Em 2016, estão previstas 50 lojas.

    Entre os municípios com pontos em negociação estão Teresina, Sobral (CE), Vitória da Conquista (BA), Araraquara (SP), Taubaté (SP) e Belém.

    Hoje são 50 unidades em funcionamento no país, das quais 14 são próprias.

    "Apesar do cenário econômico recessivo, conseguimos oportunidades de negociações de aluguel e imóveis mais atraentes", afirma Carlos Lima, presidente da rede.

    O investimento inicial em uma franquia com cerca de 60 m² é de R$ 350 mil.

    O tíquete médio em compras em uma loja da Sketch é de R$ 220 por pessoa.

    Fórmula Transferida

    A farmacêutica alemã Merck planeja mais duas PDPs (parcerias de desenvolvimento produtivo), que transferem a tecnologia de fabricação de novos remédios para laboratórios públicos.

    "Temos a intenção [de ampliar os acordos], mas ainda aguardamos uma definição do Ministério da Saúde", afirma Guilherme Maradei, presidente da empresa no país.

    Uma das transferências seria para a produção de um hormônio de crescimento, segundo Maradei. "O governo hoje já tem despesas com esse medicamento." Sobre a segunda molécula, o executivo não deu detalhes.

    A Merck tem hoje cinco concessões emitidas pelo governo para parcerias, incluindo um acordo que a empresa assina nesta quarta-feira (9) com o Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o laboratório nacional Bionovis.

    Neste caso, a transferência de tecnologia será para a fabricação de um medicamento indicado para o tratamento de esclerose múltipla.

    *

    Solução privada de litígios entre negócios cresce em ano de crise

    A recessão econômica estimula a busca por resolução de conflitos entre empresas em câmaras de arbitragem, que são uma maneira de evitar litígios na Justiça.

    "Há mais casos por inadimplência. Quando a economia andava, as disputas eram sobre interpretações de contrato", diz Joaquim de Paiva Muniz, advogado do escritório Trench, Rossi e Watanabe e diretor do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem.

    Ele estima que o aumento de disputas em relação a 2014 seja de 20%. Um só caso em que ele trabalha envolve disputa de R$ 10 bilhões entre empresas de óleo e gás.

    Os nomes das corporações não são revelados porque o sigilo é um atrativo da resolução privada de conflitos.

    Com 19% dos casos, o setor de energia é o segundo com mais representações em uma das principais câmaras do mundo, a ICC. A construção, com 21%, lidera.

    Por causa de uma nova lei, que permite que o governo recorra à arbitragem, "espera-se um incremento envolvendo entes públicos", diz Adriana Braghetta, do L.O. Baptista e diretora do Comitê Brasileiro de Arbitragem.

    arbitragem

    *

    Vinho A Grand Cru abrirá oito lojas neste ano. Serão três em São Paulo, além de Manaus, Goiânia e Rio (Barra). Cada uma custa R$ 700 mil.

    Hora do Café

    Lederly
    hora do cafe charge
    hora do cafe charge

    *

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024