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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Varejo de material de construção cai 6% em agosto

    21/09/2015 03h00

    As lojas menores de materiais de construção sentiram com mais força os reflexos da crise em agosto, segundo a Anamaco (associação de comerciantes do setor).

    Os varejistas de pequeno e médio portes tiveram retração real nas vendas de 6% e 2%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Nas grandes redes, houve alta de 4%.

    No geral, o segmento registrou queda de 6% na comparação com agosto de 2014.

    "O pequeno comércio, principalmente o que está fora dos grandes centros, tende a sofrer mais os efeitos da instabilidade econômica", afirma Claudio Conz, presidente da entidade.

    "São empresas que têm menos capital de giro e mais dificuldade para conseguir crédito, por exemplo", diz.

    Por não conseguirem comprar em grande escala, os menores também enfrentam maior resistência na negociação com fornecedores.

    CIMENTO E TIJOLO

    Como é um segmento bastante pulverizado, os pequenos e médios varejistas representam 98% das lojas de materiais de construção. "No conjunto, o desempenho dessas empresas influencia a cadeia como um todo", afirma.

    No acumulado deste ano até agosto, as vendas ainda registram estabilidade, mas a perspectiva é de piora.

    "Setembro, que tradicionalmente é um mês bom para os negócios, está muito abaixo do esperado", diz.

    Com isso, a Anamaco, que até o fim do primeiro semestre acreditava ser possível uma alta de 3% nas vendas em 2015, trabalha agora com uma estimativa de estagnação. "Se repetirmos o resultado de 2014, já será bom."

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    Sem pedra e areia

    Para aumentar o tíquete médio e tentar segurar o nível de vendas no período de crise, o grupo Bigolin, que tem lojas de materiais de construção em Mato Grosso, deixou de lado a comercialização de produtos básicos.

    A empresa passou a atuar apenas com itens de maior valor agregado, como revestimentos cerâmicos e outros materiais de acabamento.

    Karime Xavier/ Folhapress
    Lucimar Bigolin, do grupo de varejo e construção
    Lucimar Bigolin, do grupo de varejo e construção

    "Como não somos uma grande rede, não tínhamos volume de compra para competir em determinados tipos de produtos", diz a empresária Lucimar Bigolin.

    A especialização na área de acabamentos ajudou a manter o faturamento no primeiro semestre, mas, agora, os reflexos da retração são perceptíveis, diz ela.

    "Por causa do agronegócio, a nossa região demorou mais a sentir a baixa do mercado imobiliário." O grupo mato-grossense também atua com construção civil.

    65% é a participação do varejo nos negócios da empresa

    1.800 metros quadrados é o tamanho da loja de Cuiabá

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    Malas menores

    O número de brasileiros que pretendem viajar ou já o fizeram manteve-se estável na comparação com o ano passado, de acordo com uma pesquisa da Ipsos encomendada pela Fecomércio do Rio.

    Em 2015, 25% da população deve sair pelo menos uma vez de sua cidade. O número é um ponto percentual maior do que o do ano passado.

    Viagens de brasileiros

    A estabilidade ocorre porque "2014 já foi um ano fraco, que teria sido ainda pior se não fosse a Copa", afirma Christian Travassos, gerente de economia da entidade.

    A maioria das pessoas deve ir a um local dentro do Estado onde vive. Os deslocamentos diminuíram em frequência em comparação com o passado, diz.

    "As pessoas estão fazendo viagens mais baratas, procurando economizar, seja no transporte, na hospedagem ou no destino."

    Houve um pequeno aumento da intenção de ir para o exterior, de 2% para 3%. A diferença, para Travassos, está dentro da margem de erro da pesquisa, que ouviu 1.200 pessoas em 71 cidades.

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    Despesas em evolução

    Os gastos de planos de saúde de autogestão com órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), como implantes, somaram R$ 1,5 bilhão em 2014, segundo a Unidas (entidade que representa as instituições).

    O valor representa 15% das despesas com procedimentos hospitalares pagas pelo segmento no ano passado.

    No total, o custeio assistencial das operadoras foi de de R$ 15 bilhões em 2014, valor que poderá chegar a R$ 20 bilhões até o fim deste ano, de acordo com a associação.

    O crescimento será impulsionado pelo envelhecimento da população e pela inclusão de novos procedimentos na lista de cobertura, entre outras razões. As operadoras de autogestão são as que administram o plano de saúde dos próprios funcionários.

    *5 milhões*são os beneficiários atendidos pelas instituições de autogestão no país

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    Concentração de mulheres

    A L'Oréal investe pela primeira vez em quiosques da Dermacenter no Brasil.

    Em parceria com a Raia Drogasil, a empresa acaba de iniciar as vendas dos produtos La Roche-Posay, Vichy e SkinCeuticals no Morumbi Shopping e já planeja usar a mesma estratégia no Barra Shopping, do Rio de Janeiro.

    SHOPPINGS FEMININOS - Fluxo de mulheres nos corredores

    No espaço de 9 m2, consumidores poderão tirar dúvidas com consultoras sobre os produtos e seus usos, além de experimentá-los.

    "Os dois primeiros pontos são pilotos. Em 2016, deveremos ter ao menos 15 quiosques a mais", diz o diretor comercial Fernando Ferreira.

    Devido ao grande número de mulheres de classes A e B que circulam pelos shoppings escolhidos, a expectativa da empresa é que cada unidade venda o dobro de uma farmácia de alto desempenho por mês.

    "Podemos atingir cerca de 820 mil mulheres com perfil para cosméticos por mês."

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    Hora do Café

    Charge Mercado Aberto

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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