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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Maioria das parcerias de saúde não avança

    25/09/2015 03h00

    Das 98 PDPs (Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo) vigentes atualmente no Brasil, 62 ainda se encontram no início da fase de implementação.

    Esses acordos têm o objetivo de transferir tecnologias de fabricação de medicamentos de laboratórios privados para entidades públicas.

    Entre 2009 e 2014, 104 parcerias válidas foram aprovadas, mas seis delas foram extintas, segundo dados da Interfarma (associação da indústria farmacêutica de pesquisa). Do restante vigente, apenas nove já estão na fase mais avançada, de pesquisa e desenvolvimento.

    Em dezembro do ano passado, um novo marco regulatório estipulado pelo Ministério da Saúde obrigou os projetos a se readequarem a regras mais rigorosas para obterem a aprovação.

    "O processo começou mal, porque, na maioria dos casos, não houve um critério na escolha de quem deveria transferir e que entidades receberiam a tecnologia", avalia Antonio Britto, presidente-executivo da Interfarma.

    Ele lembra que, com as mudanças nas regras, os critérios se tornaram mais rigorosos e os projetos precisaram ser reavaliados. O anúncio do cancelamento de muitas PDPs em análise deverá ser feito nas próximas semanas.

    "A gente teme, no entanto, que questões políticas possam colocar a perder essas regulações que foram conquistadas para melhorar os procedimentos", diz Britto.

    O Ministério da Saúde informou que as 98 parcerias vigentes seguem o cronograma estabelecido e que o prazo para a conclusão de uma PDP é de até dez anos.

    ACORDOS EM OBSERVAÇÃO - Estágio dos 104 projetos de PDPs

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    Transferência em vista

    A subsidiária brasileira da Genzyme, empresa de biotecnologia do grupo Sanofi, estuda criar uma PDP para a transferência de tecnologia na área de engenharia genética, visando a produção de medicamentos biológicos.

    Isso capacitaria o Estado a produzir remédios para o tratamento de doenças genéticas raras, autoimunes e oncológicas, por exemplo.

    "Estamos conversando, ainda falta definir o parceiro que irá receber a tecnologia", diz Eliana Tameirão, presidente da empresa no Brasil.

    Em março, a Genzyme lançou no país dois novos medicamentos para esclerose múltipla. Há também investimentos para desenvolver o tratamento para a doença de Niemann Pick - Tipo B (NPB), enfermidade genética rara.

    Atualmente, todas as drogas produzidas pela marca e comercializadas no Brasil são importadas.

    Karime Xavier / Folhapress
    Eliana Tameirão, presidente no Brasil da empresa de biotecnologia
    Eliana Tameirão, presidente no Brasil da empresa de biotecnologia

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    Lojas portáteis

    Quase 60% dos donos de smartphones usam os aparelhos para comparar preços do comércio com o que é cobrado na internet enquanto estão na loja física, segundo pesquisa da consultoria Nielsen em parceria com o Ibope.

    Os números também mostram que calçados e roupas são os itens mais adquiridos por celular, seguidos por eletrônicos, eletrodomésticos, informática e livros e revistas.

    Entre os consumidores que compraram em julho pelo smartphone, um quarto gastou entre R$ 100 e R$ 200.

    "No Brasil, 72,4 milhões de pessoas usam smartphones com acesso à internet e a classe C já representa mais de um terço do total de usuários", afirma José Calazans, analista de mercado da Nielsen.

    "Como esses clientes estão mais informados, muitas compras por impulso feitas nas lojas acabam sendo evitadas ou eles conseguem descontos negociando direto com o vendedor", diz.

    Para o levantamento, a consultoria ouviu 898 usuários entre os dias 28 de julho e 5 de agosto.

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    Guarulhos sem turbulência

    A oferta de voos internacionais semanais no aeroporto de Guarulhos cresceu 27% neste ano na comparação com 2014, segundo pesquisa da SPTuris.

    No ano passado, a média foi de 1.029 voos. Agora, é de 1.367. Desde 2012, a expansão chega a 104,64%.

    "A oferta aumentou muito em 2014, por causa da Copa do Mundo e da abertura do novo terminal do aeroporto", diz Fábio Montanheiro, da empresa de turismo.

    "[Com a crise], às vezes, as empresas deixam de operar em lugares como Manaus, por exemplo, mas não em Guarulhos, que é um aeroporto estratégico", acrescenta.

    "Se a companhia perde um slot [horário de pouso e decolagem] ali, é difícil retomá-lo. A concorrência é muito grande em Guarulhos."

    Os destinos que tiveram maior alta no número de voos foram os localizados na América do Norte e na África, mostra o levantamento.

    1.367
    é a média de voos internacionais por semana no aeroporto de Guarulhos neste ano

    1.029
    era a média em 2014

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    Sem... A Rosatom, estatal russa de energia nuclear que acaba de abrir seu escritório no Brasil para sediar as negociações para a América Latina, registrou US$ 300 bilhões em encomendas externas.

    ...gelo Na semana passada, a companhia assinou com a Nuclebras Equipamentos Pesados um memorando de entendimento que abre possibilidade de parceria para atuar nas áreas naval e petroquímica.

    Indústria O volume de propostas para os editais Senai e Sesi de Inovação teve um crescimento de 15% em 2014 em relação ao ano anterior.

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    Hora do Café

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e DOUGLAS GAVRAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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