• Colunistas

    Saturday, 18-May-2024 23:55:50 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Piauí vai buscar parceiro privado para água e esgoto

    07/10/2015 03h00

    O governo do Piauí planeja lançar uma PPP (parceria público-privada) para investimentos na ampliação dos sistemas de água e esgoto da capital e de ao menos mais seis cidades do interior.

    Para universalizar a distribuição de água e a rede de captação de efluentes apenas em Teresina serão necessários R$ 1,7 bilhão em aportes.

    O trabalho é feito hoje pela Agespisa, uma empresa de economia mista que tem o governo estadual como principal acionista e controlador.

    "A empresa registrou no ano passado um prejuízo de R$ 75 milhões e tem grandes dificuldades para conseguir tomar recursos", diz Herbert Buenos Aires de Carvalho, diretor da autarquia criada para a transição do sistema.

    Pelo modelo de concessão, o parceiro privado ficará responsável pelos investimentos e será remunerado com tarifas cobradas pelo serviço pelo prazo de 32 anos.

    Hoje, a Agespisa não consegue investir mais do que R$ 20 milhões por ano, em média, segundo Carvalho.

    Nesse ritmo, Teresina levaria mais de 80 anos para atender 100% da população com oferta de água tratada e coleta de esgoto, ainda de acordo com o diretor —a captação de efluentes atinge atualmente apenas 18% da cidade.

    Além da capital, outros municípios de médio porte, como Parnaíba, Picos e Floriano, serão incluídos no projeto. O modelo de investimento nessas localidades, no entanto, ainda não foi definido.

    ENCANAMENTO - Índices atuais de saneamento de Teresina, em %

    *

    Dólar alavanca aluguel de carros para turismo de lazer

    As locadoras de automóveis projetam um aumento no volume de negócios em decorrência da alta do dólar. A cotação da moeda deverá impulsionar as viagens domésticas e, consequentemente, o aluguel de veículos.

    Hoje, o turismo de lazer é responsável por 18% das locações totais do país. O segmento corporativo de longo prazo responde por 57% e o turismo de negócio, por 25%.

    "O aluguel de frotas por períodos de dois anos é feito principalmente por multinacionais. Para elas, que calculam os custos em dólares ou euros, ficou até mais barato", afirma o presidente da Fenaloc (federação do setor), Paulo Gaba Júnior.

    "O turismo de negócio vai recuar, porque as convenções diminuíram, mas o de lazer, que tem tarifas de 30% a 50% mais caras, irá compensar."

    Na Hertz, onde o mercado de lazer corresponde a 60% do faturamento, a expectativa é que o número de locações cresça entre 15% e 20% nos próximos três meses.

    Esse segmento passará a representar entre 65% e 70% do total de negócios.

    "O dólar elevado não atrairá só o turista brasileiro, mas também o estrangeiro", afirma o presidente da empresa, Luciano Bianchi.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Luciano Bianchi, presidente da locadora de veículos
    Luciano Bianchi, presidente da locadora de veículos

    Números do setor de locação de automóveis em 2014 - Participação dos segmentos

    *

    Fôlego menor

    Apesar de terem na América do Sul seu principal destino de exportações, os manufaturados brasileiros perdem, aos poucos, espaço na região.

    Um levantamento da CNI mostra que as vendas de 1.359 itens analisados caíram 25% entre os biênios 2007/08 e 2012/13 —variação de US$ 14 bilhões para US$ 10,5 bilhões.

    "O custo Brasil ficou cada vez maior, ganhamos concorrência e perdemos competitividade", avalia Soraya Rosar, gerente-executiva da CNI.

    Entre os mercados para os quais os exportadores brasileiros mais deixaram de vender no continente estão Paraguai, Bolívia e Uruguai.

    "Isso demonstra que, mesmo com as vantagens tarifárias, não conseguimos disputar com outros países, como a China e os da União Europeia, que exportam para os demais Estados do Mercosul."

    Os setores que apresentaram perdas mais representativas, segundo a entidade, foram os de máquinas e equipamentos, químicos e têxteis.

    "A cotação do dólar, favorável à exportação, é um incentivo para a retomada de espaço nos mercados vizinhos", diz Soraya. "Mas os países que ocuparam o lugar farão de tudo para mantê-lo."

    1.359

    produtos estão em risco
    o equivalente a 49% dos itens analisados pela CNI

    21,5%

    de participação do Brasil
    a fatia desses produtos nos mercados latinos era de 41%

    US$ 3,5 bi

    em exportações
    foi a queda para a América do Sul entre os biênios 2007/08 e 2012/13

    Fonte: CNI

    *

    Desejos de... Pagar os estudos superou o desejo de comprar um carro entre as classes C e D, segundo pesquisa qualitativa que mede os sonhos de consumo feita pelo instituto Overview.

    ...consumo Encomendada pela Fenacap, a sondagem foi realizada em sete capitais, entre abril e maio, e mostrou que a casa própria se mantém como o objetivo número um dos consumidores brasileiros.

    *

    Hora do café

    com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO RABIN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024