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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Crédito a fornecedor mais que dobra no BB

    26/10/2015 02h00 - Atualizado às 10h44 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Nos últimos dois meses, só no crédito para parcerias com empresas âncoras de cadeias produtivas, o volume liberado pelo Banco do Brasil saltou de pouco mais de R$ 200 milhões para R$ 470 milhões.

    Foram feitas 72 parcerias com grandes companhias e seus fornecedores. Essa linha permite a empresas que vendem para grandes companhias receber praticamente à vista seus pagamentos -que normalmente seriam feitos em 30, 60 ou 90 dias.

    O total de negócios nessa modalidade atingiu um desembolso de R$ 700 milhões.

    Em meados de agosto passado, o presidente do banco, Alexandre Abreu, havia anunciado o aumento de recursos para direcionar uma parte do crédito de empresas líderes para as suas fornecedoras, a taxas de mercado, embora com juros menores por serem operações vinculadas ao fluxo de recebíveis das grandes empresas.

    O Banco do Brasil estima antecipar para fornecedores estratégicos dessas companhias cerca de R$ 3,1 bilhões, ao longo da vigência dos convênios celebrados.

    Cerca de 300 novas propostas de parcerias com empresas líderes em seus segmentos estão em análise no BB atualmente, segundo o vice-presidente de controles internos e gestão de risco, Walter Malieni.

    "Trabalhamos com um feixe de fornecedores de pequeno e grande portes. O banco tem balanços dos grupos clientes e possui uma visão clara da conta de fornecedores deles e do prazo médio de pagamento, o que dá segurança a essa linha, de adiantamento financeiro", diz.

    "Eu antecipo a um fornecedor o valor que um cliente âncora, que recebeu esse bem, pagaria [a prazo]. É um título confiável, pois o fornecedor vai se beneficiar do crédito com risco melhor que a grande companhia, em geral, tem", acrescenta o executivo.

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    Presente de Natal

    Indústrias de variados setores e varejistas, de supermercadistas a redes de lojas de roupas femininas, fecharam parcerias com o Banco do Brasil.

    "Essa operação, que entrou justamente agora, veio bem a calhar pela proximidade do final de ano, [quando as empresas precisam preparar seus estoques para o Natal]", diz Vitor Fabiano, vice-presidente de finanças, da Centauro, rede de lojas de artigos esportivos.

    "Mas vamos continuar [a usá-la]. É uma linha interessante porque o fornecedor nacional recebe pela venda à vista, em vez do tempo normal, de 30, 60 dias, e nós pagamos ao banco, com prazo mais longo, por uma taxa normal de mercado."

    O limite de crédito dado é o que a Centauro tem -"não amplia esse limite e depende do perfil da vendedora".
    "Foi simples de fazer e, no dia seguinte, o fornecedor já estava recebendo. É possível até que aumente o volume de outras compras", afirma.

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    Privados também aderem

    Nos últimos dois meses, só no crédito para parcerias com empresas âncoras de cadeias produtivas, o volume liberado pelo Banco do Brasil saltou de pouco mais de R$ 200 milhões para R$ 470 milhões.

    Foram feitas 72 parcerias com grandes companhias e seus fornecedores. Essa linha permite a empresas que vendem para grandes companhias receber praticamente à vista seus pagamentos -que normalmente seriam feitos em 30, 60 ou 90 dias.

    O total de negócios nessa modalidade atingiu um desembolso de R$ 700 milhões.

    Em meados de agosto passado, o presidente do banco, Alexandre Abreu, havia anunciado o aumento de recursos para direcionar uma parte do crédito de empresas líderes para as suas fornecedoras, a taxas de mercado, embora com juros menores por serem operações vinculadas ao fluxo de recebíveis das grandes empresas.

    O Banco do Brasil estima antecipar para fornecedores estratégicos dessas companhias cerca de R$ 3,1 bilhões, ao longo da vigência dos convênios celebrados.

    Cerca de 300 novas propostas de parcerias com empresas líderes em seus segmentos estão em análise no BB atualmente, segundo o vice-presidente de controles internos e gestão de risco, Walter Malieni.

    "Trabalhamos com um feixe de fornecedores de pequeno e grande portes. O banco tem balanços dos grupos clientes e possui uma visão clara da conta de fornecedores deles e do prazo médio de pagamento, o que dá segurança a essa linha, de adiantamento financeiro", diz.

    "Eu antecipo a um fornecedor o valor que um cliente âncora, que recebeu esse bem, pagaria [a prazo]. É um título confiável, pois o fornecedor vai se beneficiar do crédito com risco melhor que a grande companhia, em geral, tem", acrescenta o executivo.

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    Turismo em casa

    O Grupo Cataratas, que tem a concessão da administração dos parques nacionais do Iguaçu, da Tijuca e de Fernando de Noronha, investirá R$ 95 milhões nas cidades do Rio e de Foz do Iguaçu (PR).

    A empresa terá um centro de visitantes no Parque da Tijuca, que servirá os turistas a caminho do Cristo Redentor. O local funcionará no prédio de um antigo hotel e irá custar R$ 65 milhões.

    No Paraná, o projeto é um parque na tríplice fronteira que deve sair por R$ 30 milhões.

    A desvalorização do câmbio ajuda os negócios, diz Bruno Marques, o diretor-executivo. Com o dólar em alta, as atrações ficam mais baratas para os estrangeiros.

    A empresa considera que é um bom momento de demanda interna porque "os brasileiros das classes C, D e E aprenderam a viajar".

    A expectativa é que a crise só interfira caso se prolongue. "As pessoas trocaram a ida ao exterior e fazem turismo interno. Mas, se não melhorar, vão deixar de viajar."

    O grupo se capitalizou com a entrada do fundo de investimentos Advent em agosto de 2014.

    3,02 milhões visitaram os parques nacionais gerenciados pelo Cataratas em 2014

    400 são os funcionários

    Ricardo Borges/Folhapress
    Bruno Marques, diretor do grupo Cataratas, em escritório na praia de Botafogo, no Rio de Janeiro
    Bruno Marques, diretor do grupo Cataratas, em escritório na praia de Botafogo, no Rio de Janeiro

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    Parque comunitário

    A administração privada de parques públicos pode ser ampliada no país se for feita com contratos com duração limitada e se envolver a comunidade do local onde eles estão instalados.

    Essa é a avaliação do presidente do grupo de turismo colombiano Aviatur, Jean-Claude Bessudo. A companhia, além de operar com agências de viagem, administra o parque Tayrona.

    "A opinião pública vê a gestão privada como uma entrega do território nacional. É preciso integrar a população para que isso não ocorra e para que ela se dê conta dos benefícios do turismo", diz.

    "Perguntar à comunidade o que ela quer é essencial. Os contratos, porém, devem durar um tempo que justifique o investimento das empresas", acrescenta.

    A empresa assumiu, em 2005, cinco parques colombianos que recebiam 174 mil visitantes por ano. Hoje, comanda apenas o Tayrona, que passou a atrair 352 mil pessoas por ano.

    Bessudo participará na próxima quinta-feira (29) de um evento sobre parques organizado pelo Instituto Semeia em São Paulo.

    Divulgação
    Jean-Claude Bessudo, presidente do grupo de turismo colombiano Aviatur
    Jean-Claude Bessudo, presidente do grupo de turismo colombiano Aviatur

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    Oficina mecânica... A Itaro, e-commerce de acessórios e serviços para carros, recebeu um aporte de cerca de R$ 10 milhões.

    ...e digital A maior parte do montante foi injetada pelo fundo local Astella. Os alemães Rigi Ventures e JPJ também investiram.

    Rédea... Os consumidores de varejistas parceiros da Netpoints, empresa de fidelidade do varejo, diminuíram seus gastos mensais.

    ...curta O recuo foi de 3,6% no primeiro semestre do ano na comparação com o mesmo período de 2014.

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    Hora do café

    com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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