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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Dia de Finados não repõe perda da indústria de velas

    02/11/2015 03h22

    Com uma previsão de queda de 20% no faturamento em 2015, a indústria de velas no Brasil se prepara para acender uma para si mesma no feriado de Finados.

    Neste ano, três fatores impactaram o segmento: aumento de 44% na parafina (principal insumo), alta do dólar e retração no consumo.

    Resultado: a projeção para o acumulado até dezembro é de R$ 1,9 bilhões, de acordo com a Abrafave (associação do setor). Em 2014, o segmento faturou R$ 2,1 bilhões.

    "A tonelada da parafina custava R$ 4.400 em janeiro. Agora está R$ 6.500", afirma Ubiratan Castro, presidente da entidade.

    Como a Petrobras é a única produtora do insumo no Brasil, se os preços aumentam, as empresas de velas têm poucas alternativas.

    Questionada, a estatal brasileira alegou que "oferece ao mercado preços competitivos quando comparados às alternativas disponíveis no mercado mundial".

    O empresário José Wlodkovski, da Guanabara Indústrias Químicas, uma das maiores do setor, diz que apesar dos impostos de importação, é possível obter da China e de Israel a preços menores, a depender do valor do dólar.

    "As vendas de Finados, que é como o Natal para o setor, estão 10% menores", segundo Wlodkovski.

    Mesmo com a crise, se não fosse o problema de preço da parafina, a situação poderia ser diferente, diz Alves. "As pessoas ficam mais religiosas, leem mais a Bíblia e acendem mais velas."

    Parafina queimada - Faturamento da indústria de velas, em R$ bilhões

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    Inflação na saúde sobe quase o dobro do IPCA, calcula setor

    Os custos das operadoras de planos de saúde com consultas, exames, terapias e internações, apurados por um índice elaborado por um instituto do setor, o IESS, cresceram 15,4% nos 12 meses encerrados em março de 2015. O aumento foi bem maior que a inflação medida pelo IPCA, que subiu 8,1% no período.

    Apesar da taxa elevada, o indicador do IESS de março deste ano ficou abaixo do registrado no mesmo mês em 2014, quando alcançou o maior valor da série histórica: 18,2%.

    A desaceleração do indicador ocorreu graças ao recuo de 3 pontos porcentuais nas internações, que respondem por cerca de 58% da composição do indicador geral.

    A despesa com hospitalização subiu 13,8% nos 12 meses encerrados em março deste ano em relação a 16,8% no período anterior. O gasto com consultas (11% do total) cresceu 10,5%. No período anterior a alta havia sido de 12%.

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    Empresa do PR irá vender casas pré-fabricadas para refugiados

    A MVC, indústria especializada em artefatos de plástico, fechou um contrato para comercializar estruturas de 1.200 casas pré-fabricadas para um fundo de investimentos da Alemanha.

    As residências serão revendidas para prefeituras de cidades próximas das fronteiras do país. Elas serão destinadas aos refugiados que têm chegado à Europa vindos do Oriente Médio e da África.

    As casas serão exportadas ao longo do ano que vem. Elas são de plástico com fibra de vidro e têm 64 metros quadrados. A empresa vai receber R$ 65 milhões por elas.

    "Estamos correndo contra o tempo. A primeira moradia será montada por uma equipe nossa, até o dia 30 de novembro", diz Gilmar Lima, diretor-geral da MVC.

    O material é usado em obras como essas no Brasil há cerca de 12 anos, diz ele.

    Trata-se de uma solução de emergência para acomodar famílias que chegam àquele país como refugiadas, afirma o executivo que representa o fundo alemão AMD.

    As pessoas que vão habitar as residências não desembolsarão nada por elas, que deverão ser custeadas por prefeituras e doações.

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    'Made in' Brasil

    As vendas de medicamentos de laboratórios farmacêuticos brasileiros cresceram 19% nos últimos 12 meses encerrados em setembro e passaram a ter uma participação de 54,4% no varejo do país.

    Há um ano, elas representavam 51% do total, segundo dados da Alanac (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais).

    "Mas o avanço [dessas empresas] vem desde o começo dos anos 2000. Até então, elas correspondiam a menos de 30% do mercado", diz o presidente-executivo da entidade, Henrique Tada.

    "A permissão para os genéricos foi muito importante para que ganhássemos espaço", acrescenta.

    Tada afirma, no entanto, que, assim como as multinacionais, as brasileiras também sofrem com a alta do dólar. Quase toda a matéria-prima dos laboratórios é importada, o que eleva os custos.

    "Não vamos conseguir sustentar, neste segundo semestre, o crescimento de dois dígitos. As margens serão positivas, mas não como as de anos anteriores."

    NÚMEROS NACIONAIS

    R$ 15,96 bilhões foi o faturamento dos laboratórios nacionais no ano passado

    37% foi o crescimento na comparação com 2013

    34.894 são os funcionários diretos

    54,4% é a participação no varejo do país

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    Nos... A Paranapanema, produtora de cobre, aumentou sua capacidade de processar concentrados da matéria-prima de 5%, em 2013, para 16%, em 2015. Com isso, extrai mais cobre do minério comprado, que é bastante impuro.

    ...cobres Mineradoras dão desconto maior para fundições que trabalham com concentrados de cobre mais complexos. O total de descontos para a Paranapanema poderá chegar a US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,72 milhões) até dezembro.

    De... O Insper lança o primeiro curso on-line em parceria com a Coursera, de programas pela internet. A plataforma tem 13,8 milhões de alunos e acordos com instituições como Yale, Stanford, Princeton e Universidade de Londres.

    ...longe O curso escolhido pela escola de negócios paulista para a sua estreia foi introdução ao marketing analítico, voltado para estudantes e profissionais da área. O lançamento deverá ocorrer ainda este mês.

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    Hora do café

    com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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