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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Setor calçadista perde mais de 10 mil postos de trabalho em todo o país

    08/11/2015 03h00

    Apesar da desvalorização do real, que favorece as exportações, o número de empregados no setor calçadista caiu 6,8% no país só em agosto em relação ao mês de 2014, segundo a Abicalçados (entidade do segmento).

    Desde abril, a indústria de calçados registra queda no emprego. Nos cinco meses até agosto foram perdidos mais de 10,2 mil postos no setor, aponta a entidade.

    São Paulo, o terceiro maior empregador do segmento, foi o Estado que mais perdeu vagas no período. Naquele mês, estavam empregadas 53,5 mil pessoas no segmento, 11,2% menos do que há um ano.

    No Rio Grande do Sul, que tem o maior número de funcionários, a queda foi de 6%.

    O fechamento de vagas é um reflexo do freio nas vendas, lembra Heitor Klein, presidente-executivo da Abicalçados. No acumulado de janeiro a agosto, a queda nos negócios foi de 6,6%, na comparação com 2014.

    A expectativa mais otimista é que em novembro seja registrada uma queda menos acentuada nas vendas, que gere um impacto menor no total de postos de trabalho.

    A alta do dólar só deverá ser sentida pela indústria a partir do ano que vem, avalia o executivo.

    Na sexta-feira (6), a moeda americana à vista fechou cotada a R$ 3,77.

    "O importador norte-americano deverá esperar alguns meses até que o câmbio se acalme. Se o dólar oscila muito, ele hesita em assinar contratos", diz Alessandro Dilly, da Dilly Calçados.

    Emprego na indústria calçadista tem queda

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    Bico fino

    As marcas de calçados voltadas para o cliente de poder aquisitivo elevado têm sentido menos o freio no consumo dos brasileiros. A avaliação é de Mario Spaniol, da Carmen Steffens.

    "A estimativa", lembra ele, "é que 70% dos pares vendidos no país sejam dirigidos às classes C, D e E, as que mais reveem gastos".

    A empresa também deve focar as exportações em países vizinhos. "O empresário brasileiro precisa pensar menos nos Estados Unidos e na Europa e mais na América Latina, que tem clima e demanda como os nossos."

    26% é a estimativa de crescimento da marca neste ano

    96 é o número de lojas abertas pela calçadista em 2015

    3.000 é o total de funcionários

    Letícia Moreira/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 05-10-2011, 12h30: Retrato de Mario Spaniol, presidente da marca Carmen Steffens, em uma das lojas da rede no Jardins. (Foto: Leticia Moreira/ Folhapress, MERCADO ABERTO) *** EXCLUSIVO FOLHA***
    Mario Spaniol, presidente da Carmen Steffens, em uma loja da rede nos Jardins, em São Paulo

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    Comércio de material de construção cai 7,8% em agosto

    O volume de vendas de material de construção da indústria para o varejo teve queda de 7,8% no país em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Abramat (associação do setor).

    "Com esse cenário econômico, o consumidor não se sente confiante para construir ou reformar", diz Walter Cover, presidente da entidade.

    A tendência, na avaliação da Abramat, é que este ano se encerre com uma retração de 8% no comércio desses produtos para o varejo e de 14% para as construtoras.

    Com o enfraquecimento nas vendas, também houve queda nos postos de emprego nas construtoras, de 12,6% em agosto, em relação ao mesmo período de 2014.

    Quando considerados os mercados de trabalho nas diferentes regiões do país, o Norte apresentou o maior recuo, de 20,84%, seguido pelo Centro-Oeste (18,1%) e pelo Nordeste (15,7%).

    "Nas regiões em que as ofertas de trabalho no setor de construção dependem mais de obras de infraestrutura, o impacto foi maior", diz Cover. "Os segmentos de obras residenciais e comerciais sofreram menos."

    Queda no setor de material para construção

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    O que estou lendo: Antonio Matias, vice-presidente da Itaú Social

    À frente de uma instituição que se notabilizou pela doação de livros, Antonio Matias tem à sua cabeceira no momento "O Capital no Século XXI", de Thomas Piketty, (editora Intrínseca).

    "É uma leitura necessária para reforçar minhas reflexões sobre o tema, após ter consumido análises sobre o livro", diz Matias.

    O executivo leu recentemente "Como chegar ao sim com você mesmo - O primeiro passo em qualquer negociação, conflito ou conversa difícil", de William Ury.

    "Ele associa teoria e prática. Sou fascinado pela importância da negociação."

    Bruno Poletti/Folhapress
    Sao Paulo, SP, Brasil 11/12/2014 - Antonio Matias, vice presidente da fundacao Itau Social - Lancamento e debate do livro Oito Vias Para Ser Feliz, de Frei Betto. (Foto: Bruno Poletti/Folhapress, FSP-Monica Bergamo)***EXCLUSIVO FOLHA***
    Antonio Matias, vice presidente da fundação Itaú Social

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    Queda... As vendas do comércio atacadista de tecidos, no segmento de cama, mesa e banho, tiveram sua quarta baixa seguida no Estado de SP.

    ...após queda A retração foi de 1% em outubro na comparação com setembro, de acordo com o Sincatvaesp (sindicato do setor).

    Motos e óculos As italianas Ducati Motor e a Italia Independent assinaram um acordo de três anos para o desenvolvimento de produtos.

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    Hora do café

    com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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