O consumo nacional de produtos e equipamentos médicos caiu 4,4% no acumulado deste ano até setembro.
O número, levantado pela Abiis (Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde), considera a produção nacional mais as importações e exclui as exportações.
A queda na demanda foi puxada pelo recuo dos importados, que chegou a 9,23% no período analisado.
"Percebemos um impacto grande da desvalorização do real, que encareceu [as mercadorias]", diz o presidente da entidade, Carlos Gouvêa.
"A maioria dos nossos produtos são adquiridos pelo setor público, que acaba congelando as licitações. Outros compradores são os hospitais. Como a tabela dos serviços deles são, muitas vezes, pré-fixadas pelas operadoras de saúde, o câmbio é uma barreira grande [para importar]."
A produção nacional, no entanto, continua com resultados positivos. Considerando equipamentos médicos, odontológicos e ópticos, a alta foi de 5,1% entre janeiro e setembro em relação ao mesmo período de 2014.
"O dado não é ruim, mas a projeção feita no início do ano era de 12%. O país tem um potencial muito grande para crescer nesse setor", diz José Márcio Cerqueira, diretor-executivo da Abiis.
A entidade reúne três associações da área de saúde.
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Embarque
De olho na regulamentação da Susep que amplia as coberturas do seguro viagem, seguradoras, como a Yasuda Marítima, se preparam para oferecer mais do que apenas uma assistência de viagem.
"As coberturas incluem despesas médicas, hospitalares e odontológicas no seguro para o exterior e atendem à resolução que entra em vigor em março de 2016", diz Francisco Caiuby Vidigal Filho, presidente da Yasuda Marítima.
Outras seguradoras confirmam projetos do novo produto, mas preferem ainda não divulgá-los. "Para a AIG, não mudou muito. Já cobria riscos especificados na nova regra", diz Luciana Nogami, da seguradora.
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Perda de receita com o petróleo passa de 70% em cidades do RJ
A queda na arrecadação com royalties pela exploração de petróleo neste ano já supera os 70% em quatro municípios da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro.
Na cidade de Arraial do Cabo, a redução no acumulado do ano, até outubro, chega a 100% na comparação com 2014. As retrações de receitas também foram expressivas em Macaé (88%), Niterói (71%) e Campos (70%).
"Há uma cadeia de empresas de médio porte –de transporte a fornecedores. Com o freio da Petrobras, diversas delas deixam de investir", diz o presidente da Ompetro (Organização dos Municípios Petroleiros), Aluizio dos Santos.
"A segunda metade de 2015 foi crítica para a região. Tínhamos 163 mil empregos formais, só neste ano, perdemos 7.000 postos de trabalho."
Macaé aprovou um pacote de redução tributária, que desonera em 25% a alíquota de ISS (Imposto Sobre Serviços) das companhias ligadas à atividade petroleira.
"O cenário atual é de grandes empresas terem de deixar o país, pela dificuldade de atuação no setor de petróleo e gás, caso a Petrobras se mantenha como operadora única", avalia Santos, que também é prefeito de Macaé.
"A indústria hoje tem um 'mantra' de corte de custos. A redução de impostos é uma forma encontrada pela cidade para dar fôlego ao setor."
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Aluizio dos Santos, presidente da Ompetro |
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Hora do café
com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.