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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Laboratório fará teste no Brasil para vírus zika

    04/12/2015 03h04

    O laboratório Hermes Pardini terá a partir desta sexta-feira (4) o teste para o vírus zika. Como cerca de 7.500 laboratórios no Brasil enviam exames para a central da rede, a novidade vai acelerar a detecção do vírus no país.

    O exame vinha sendo feito fora do Brasil, a um custo de cerca de R$ 1.000 e levava 50 dias para sair o resultado, segundo Victor Pardini, presidente do conselho. "Agora sairá por R$ 500 e ficará pronto em uma semana. Com o tempo, deverá baratear."

    O produto foi desenvolvido internamente, na sede do grupo em Belo Horizonte. "Investimos em pesquisa há algum tempo, então já tínhamos a estrutura. Neste teste específico, o aporte foi em torno de R$ 50 mil."

    O exame é bem específico para o vírus zika, conforme o empresário, que é médico.

    "A metodologia identifica o RNA do vírus. Fizemos testes com dengue, chikungunya, febre amarela, entre outras e não ocorreu cruzamento, não dá falso positivo", diz.

    "É muito sensível também, pois identifica baixíssimas concentrações de vírus em circulação no sangue."

    O Fleury deve começar a oferecer o exame em até dez dias. O próprio laboratório o está desenvolvendo e os testes iniciais já foram feitos.

    "Estamos sendo bombardeados com pedidos e esperamos uma demanda alta", diz Celso Granato, infectologista da empresa. O preço ainda não foi definido, mas deve ficar entre R$ 280 e R$ 300.

    "É um procedimento sofisticado de biologia molecular que exige um grande cuidado para evitar contaminação e, por isso, é arriscado fazer 50 lotes de uma só vez."

    O Delboni pretende realizar o teste no país até o fim deste ano, segundo a infectologista Ligia Pierroti. Por enquanto, o laboratório terceiriza o exame fora do país.

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    Efeito repelente

    A comercialização de repelentes disparou no Nordeste com o surto de microcefalia, causado pelo vírus zika. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

    Em Pernambuco, o Estado mais afetado do país, a demanda pelo produto nos primeiros 15 dias de novembro na rede farmácias Pague Menos foi quase três vezes maior do que em outubro.

    "Em novembro, vendemos entre 100 e 120 repelentes por dia. Antes, tinha períodos em que vendíamos um por dia", diz Ozeas da Silva, presidente da Sincofarma/PE (sindicato das farmácias).

    A Farmax, fabricante do repelente Moskitoff, registrou alta de 30% no Nordeste nos últimos três meses na comparação com o mesmo período do ano passado.

    A RB, que produz o SBP e o Repelex, também informou que a demanda aumentou.

    As marcas Raid, Off! e Baygon, da SC Johnson, venderam 41%, 55% e 35%, respectivamente, a mais no país em outubro e novembro em relação ao mesmo bimestre de 2014, conforme a empresa.

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    Construção civil fecha 55,9 mil vagas no país em outubro

    A indústria da construção civil demitiu 55,9 mil pessoas em outubro em todo o país. O total de empregados no fim do mês era de 3,014 milhões. A última vez que o setor registrou esse patamar havia sido em janeiro de 2011.

    Em relação a setembro, houve uma queda de 1,82% no número de vagas, segundo pesquisa da FGV encomendada pelo Sinduscon-SP (sindicato do setor do Estado de São Paulo). No acumulado do ano, o recuo é de 10,5%.

    As projeções da entidade não indicam uma melhora no cenário em 2016.

    "A construção civil é uma atividade de longo prazo. Para que ela volte a crescer, é preciso que os investimentos no país voltem antes", diz o vice-presidente da associação Eduardo Zaidan.

    "Mesmo depois que a economia começar a se recuperar, ainda leva um tempo para a indústria se restabelecer, pois as obras não são retomadas de forma imediata."

    CANTEIRO VAZIO - Variação no número de empregos na indústria da construção civil no país, em %

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    'Hello', cliente

    A incorporadora Gafisa tem um novo perfil de cliente em potencial: os estrangeiros e os brasileiros que moram fora do país.

    A empresa identificou interesse maior desse público por unidades de apartamentos depois da desvalorização do real, que tornou os imóveis mais baratos para quem ganha em outras moedas.

    "A economia está um problema, todos os setores reduziram operações e o nosso não foi diferente. Mas, para essas pessoas, os imóveis ficaram mais baratos", afirma Luis Carlos Siciliano, diretor-executivo da incorporadora.

    Um lançamento no bairro carioca da Lapa teve 10% de suas unidades vendidas para estrangeiros ou brasileiros que moram fora.

    Depois disso, a empresa passou a anunciar no exterior para conseguir clientes e encontrou compradores para imóveis residenciais e comerciais na Barra da Tijuca.

    Os clientes se interessam porque querem investir ou então para passar temporadas no Rio de Janeiro, de acordo com o executivo.

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    Aporte... A Magnamed, que fabrica equipamentos de ventilação pulmonar, recebeu um investimento de R$ 10 milhões do fundo de investimento brasileiro Vox Capital.

    ...de capital Especializada em produtos hospitalares que podem ser utilizados em ambulâncias e helicópteros, a empresa paulista atualmente exporta para 30 países.

    Tem café O empresário Vitor Bertini, ex-presidente da companhia gaúcha de saneamento Corsan, lançou a loja virtual Lombas, especializada em cafés nacionais.

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    Hora do café

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Hora do Café de 04.dez.2015

    com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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