• Colunistas

    Saturday, 27-Apr-2024 10:32:33 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Pequenas marcas de refrigerantes têm mais dificuldade para driblar a crise

    08/12/2015 03h00

    A combinação de inflação e recessão fez as pequenas empresas de refrigerantes perderem parte de sua vantagem competitiva em relação às grandes, a de oferecer os preços mais baixos.

    As maiores empresas conseguem balancear repasses de custos entre diferentes produtos e fazem promoções mais agressivas.

    Os pequenos não têm estrutura para isso, afirma Fernando Bairros, presidente da Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil), que agrega as empresas desse porte.

    "O nosso produto é muito sensível aos preços deles. Nós não conseguimos baixar mais", diz Bairros.

    "Nós repassamos os preços, não temos como segurar", diz Lucas Devito, gerente administrativo da companhia de refrigerantes que leva o seu sobrenome.

    O volume de produção da Devito caiu 7% neste ano, segundo Lucas. Para mitigar os efeitos dessa queda, a empresa aumentou a produção de pinga e começou a vender uma nova bebida, a groselha.

    A aproximação dos preços das marcas de refrigerantes mais conhecidas com as outras aconteceu em casos isolados, diz Alexandre Kruel Jobim, presidente da associação que reúne os grandes produtores, a Abir.

    "Os números deles são piores por eficiência, escala e organização."

    O ano que vem não deve ser melhor, já que o setor espera aumentos de impostos estaduais, afirma Jobim.

    PERDENDO O GÁS - Refrigerantes têm menor produção desde 2010

    Mudanças no consumo - Peso no orçamento das famílias (em %)

    *

    Absorção de custos

    A marca gaúcha de refrigerantes Fruki teve uma queda no volume de vendas de 2,3% no acumulado até novembro, na comparação com o mesmo período de 2014. Na região Sul, o recuo foi de 7%.

    "Tivemos muitas chuvas e o calor não foi tão forte, isso foi o que mais nos prejudicou. Mas ainda acho que podemos reverter a situação em dezembro", diz Nelson Eggers, presidente da companhia.

    A elevação dos custos durante o ano, provocada pela alta do dólar, foi outro problema que afetou a empresa.

    "Tivemos incremento do preço do açúcar, do alumínio, das resinas plásticas e da energia elétrica, mas conseguimos não repassar para o consumidor", acrescenta.

    Os maiores concorrentes na região adotaram a mesma estratégia de absorver a elevação do valor dos insumos.

    Com investimento de R$ 16 milhões, a Fruki vai inaugurar no primeiro semestre um novo centro de distribuição. A empresa espera crescer 5% em volume em 2016

    *

    Além do shopping

    Leticia Moreira/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL 03-08-2010, 14h00: Retrato de Antonio Carlos Nasraui, presidente da rede Rei do Mate, em seu escritorio em Pinheiros. (Foto: Leticia Moreira/ Folhapress/DINHEIRO/ MERCADO ABERTO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
    Antônio Carlos Nasraui, sócio da rede de cafés

    A rede de cafés Rei do Mate está com um plano de expansão que foca a instalação de unidades em locais alternativos, como empresas, hospitais e lojas de outros segmentos.

    "Estávamos procurando modos diferentes para crescer e começamos o projeto no Rio de Janeiro, onde já tínhamos lojas nos principais shoppings da cidade", diz Antônio Carlos Nasraui, sócio da companhia.

    A empresa já fechou contrato para ter pontos em unidades da Leroy Merlin (de materiais de construção) e no escritório central da Avon.

    Neste ano, a rede abriu 23 franquias -deverão ser mais duas até o fim de dezembro. Para 2016, estão programadas entre 25 e 30 novas unidades e a entrada no mercado de Goiás. A Rei do Mate atua hoje em 17 Estados.

    *

    Demanda relaxada

    Os lançamentos de imóveis despencaram nos primeiros dez meses deste ano na capital paulista, segundo pesquisa do Secovi-SP.

    A queda no acumulado foi de 31% em relação ao mesmo período de 2014. Ao todo, 15 mil apartamentos foram colocadas no mercado –no ano passado, haviam sido 22 mil.

    "O número caiu porque o estoque subiu muito, e as vendas recuaram. Como o nível de confiança está baixo, as empresas não querem lançar", diz Claudio Bernardes, presidente da entidade.

    Até outubro deste ano, foram comercializados 14.810 imóveis –3,4% a menos do que em 2014, quando a quantidade chegou a 15.337 unidades. Mais da metade dos novos apartamentos possui dois quartos.

    A queda deverá se manter neste mês. A projeção é que o ano termine com uma retração de 38% nos lançamentos.

    POUCA NOVIDADE - Lançamentos de imóveis na capital paulista, em mil

    *

    Hora do café

    com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024