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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    País vive recessão sem precedentes, diz economista do BofA Merrill Lynch

    09/12/2015 03h04

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL. 08.12.2015. David Beker, chefe de economia e estrategia do Bank of America Merrill Lynch no Brasil. (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress, ESPORTE). ***EXCLUSIVO***
    David Beker, chefe de economia no Brasil do Bank of América Merrill Lynch

    O Brasil enfrenta a mais longa recessão da história e sem sinais de reversão desse quadro, segundo David Beker, chefe de economia e estratégia no Brasil do Bank of America Merrill Lynch.

    "Nem na Grande Depressão [de 1929], quando tivemos duas quedas consecutivas do PIB, ocorreu algo dessa magnitude, com dois anos de mais de 3% [de recuo do produto]", diz. Beker projeta declínio de 3,3% do PIB em 2015 e de 3,5% em 2016.

    "Vemos queda em todos os trimestres do ano que vem, menos no último, quando [a economia] começará a melhorar. Mas, olhando hoje, parece mais um desejo. O risco é de piorar ainda mais [as duas estimativas]."

    A economia nunca esteve tão alavancada quanto hoje, lembra. "Não podemos dizer como será essa desalavancagem porque nunca ocorreu no Brasil, mas vimos em outros países que [o endividamento] gera um PIB maior na alta e um menor na baixa." A deterioração econômica tem sido muito rápida, assinala.

    "O desemprego, que dobrou em pouco tempo, deverá continuar subindo até a metade do ano que vem. Está quase em uma fronteira, em que não gera mais inflação. Ela deverá cair para 6,4% em 2016, sem contar a Cide, que está ficando mais provável [e que elevaria o IPCA]."

    Além da queda da inflação e dos juros, que deverão encerra 2016 em 12.75%, Beker lista a desvalorização do real entre os fatores positivos.

    "O câmbio é o instrumento que temos para mudar esse modelo de crescimento. Ele voltou um pouco, o que foi ruim." O banco projeta um câmbio de equilíbrio em R$ 3,85 no ano que vem.

    "Deverá fechar 2016 em R$ 4,5." Boa notícia mesmo é a procura de investidores estrangeiros por ativos no Brasil. "O telefone não para. Digo que o cenário está ruim e eles contam que têm horizonte de dez anos. Muitos negócios já saíram."

    Quanto à perda do grau de investimento, já retirado pela S&P, não deverá tardar em outras duas agências de rating, que focam no comportamento da dívida pública.

    "A Moody's havia dito que o início do processo de impeachment geraria incerteza. É provável que mude a perspectiva para negativa no curto prazo e tire o grau até a próxima visita ao país, em meados de 2016. Na Fitch, o rebaixamento poderá ocorrer já no primeiro trimestre."

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    Em SP, processos trabalhistas vão tramitar somente por web

    O tempo médio das decisões na Justiça do Trabalho da Grande São Paulo deve diminuir pela metade com a implementação do processo judicial eletrônico por todas as varas na região.

    A partir do fim desta semana, os novos casos que entrarem na Justiça serão todos eletrônicos. Os que já haviam sido iniciados em papel seguem nesse formato.

    A mudança tecnológica "elimina tempos mortos, como a espera para notificações", diz a desembargadora Maria Doralice Novaes, a responsável pela novidade.

    A vantagem para as empresas é que a rapidez diminui gastos com juros e correção monetária das penas. "É algo importante para elas decidirem se fazem acordo", afirma Otavio Pinto e Silva, sócio do Siqueira Castro.

    Outra economia para as empresas será com o próprio advogado. "Nosso trabalho é muito caro", diz Antônio Carlos Frugis, do Demarest. A crise deste ano aumentou o volume de ações, segundo ele.

    EM TRAMITAÇÃO - Processos no Tribunal Regional de Trabalho-SP*

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    Prontos para o turismo

    São Paulo é o destino mais competitivo do país, segundo ranking do Ministério do Turismo que será divulgado nesta quarta-feira (9).

    O levantamento, elaborado em parceria com o Sebrae e a FGV, indica que a cidade melhorou sua nota neste ano.

    Em 2014, quando também ocupou o primeiro lugar da lista, São Paulo marcou 82,5 pontos (em escala de 0 a 100). Neste ano, foram 83,2.

    O índice é calculado com base em 13 critérios, como infraestrutura, equipamentos turísticos, aspectos culturais, políticas públicas e promoção do destino, entre outros.

    O Rio de Janeiro foi a cidade que mais melhorou sua nota, de 78,5 para 81,1, subindo duas posições no ranking.

    Entre os fatores que contribuíram para o resultado estão as obras de preparação para a Olimpíada de 2016.

    Curitiba, Vitória e Salvador também estão entre as que mais avançaram.

    Foz do Iguaçu foi o único destino dos dez melhores que registrou queda na pontuação: de 76,9 para 76,3. A falta de ações de marketing pesou para que a cidade passasse do sexto para o oitavo lugar.

    DESTINO PREPARADO - Índice de competitividade do turismo*

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    Na fonte

    O Banco do Brasil emprestou R$ 13 bilhões por meio da linha de crédito salário no acumulado até novembro. O valor supera em 28% a movimentação do ano passado.

    O produto é oferecido aos clientes que recebem os pagamentos em contas salário.

    O aumento foi causado pela maior automatização do serviço, que pode ser feito pelo celular, e pela taxa de juros oferecida a 4%, segundo a instituição financeira.

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    Estudo... O escritório Pinheiro Neto Advogados retomará a parceria que tinha com o governo britânico no programa Chevening, de concessão de bolsas de estudos para profissionais de destaque e com potencial de liderança.

    ...no exterior A banca investirá 10 mil libras em 2016 e 2017 no projeto. O memorando será assinado nesta quarta (9) na sede do Pinheiro Neto, em São Paulo, com a presença do embaixador do Reino Unido no Brasil, Alexander Ellis.

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    Hora do café

    Tim Shaffer - 17.abr.2012/Reuters

    com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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