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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Nova regra pode 'destravar' infraestrutura

    23/12/2015 03h00

    Com a publicação de uma medida provisória que altera regras sobre a leniência, uma onda de empresas vão se apresentar à Controladoria-Geral da União para fechar acordos, afirmam advogados especializados.

    Os acordos funcionam como uma delação premiada para pessoas jurídicas.

    O texto é parecido com o de uma lei que já foi aprovada no Senado e que aguarda para ser votada na Câmara.

    A regra, que poderá ser alterada pelos deputados na volta do recesso, entrou em vigor na segunda-feira (21).

    "Tenho dito aos clientes que o fato de ser MP não deve ser motivo para parar ninguém [de tentar um acordo]", afirma José Alexandre Buaiz Neto, do Pinheiro Neto.

    A MP tem validade imediata e, por ela, a primeira empresa que fizer acordo de leniência em um caso de cartel fica isenta de multas.

    Esse não é o maior estímulo, mas, sim a possibilidade de voltar a participar de licitações, diz Bruno de Luca Drago, sócio do Demarest.

    Empresas que firmam acordos são consideradas aptas. Isso pode destravar o mercado, ele afirma.

    "Como o setor de infraestrutura é concentrado e as empresas estão envolvidas [na operação Lava Jato], o mercado parou."

    Outra preocupação é a possibilidade de que pessoas físicas ligadas ao negócio sejam presas em decorrência do que for revelado.

    Isso será negociado com o Ministério Público, que, agora, passa a ser notificado assim que a empresa busca a CGU para firmar o acordo.

    Caso a empresa tente fechar o acerto, mas não consiga, os órgãos públicos são obrigados a devolver os documentos entregues e não podem usar nenhum no futuro.

    Trata-se de um incentivo porque "eliminou-se o receio", diz Leonardo Ruiz Machado, do Machado Meyer.

    • Empresa busca Controladoria-Geral da União e entrega documentos
    • Autoridade administrativa abre processo de leniência e notifica o Ministério Público imediatamente
    • CGU analisa se há bases para acordo
    • Outras empresas que participaram do mesmo ato ilícito também podem procurar acordo, mas não terão os mesmos benefícios da primeira
    • Companhias não são obrigadas a reconhecer culpa de pessoas físicas, mas não há esclarecimentos sobre punições legais a executivos ou sócios
    • Caso o acordo seja concretizado, outros órgãos do governo não podem abrir processos administrativos
    • Se não houver entendimento, GCU devolve documentação e se compromete a não usá-la

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    Grelha Maior

    Karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 31/05/2012, 10h00: Foto montagem do fundador da rede Griletto Ricardo José Alves, em São Paulo (SP). A rede de restaurantes abrirá 48 unidades neste ano. (Foto: Karime Xavier/Folhapress, MERCADO ABERTO).
    Ricardo José Alves, da rede de restaurantes

    O grupo Halipar -que controla a rede de franquias de comida grelhada Griletto- afirma esperar um crescimento de 25% no ano que vem, com a abertura de 50 lojas.

    "O próximo ano promete ser difícil. Mas com as nossas marcas, que conseguem atender a públicos de diferentes padrões de consumo, poderemos expandir", diz Ricardo José Alves, presidente-executivo da Halipar.

    Das lojas previstas para 2016, metade levará a marca Griletto e o restante se dividirá entre restaurantes da Jin Jin e da Montana Express, que também compõem o grupo.

    A rede ainda pretende incentivar que mais franqueados mantenham um restaurante da Griletto e da Montana Express dividindo um mesmo espaço.

    "A gente recebe clientes que deixam de consumir em restaurantes com um tíquete médio maior. Como a maioria das lojas está em praças de alimentação, o público cativo é de quem está no intervalo do trabalho."

    Atualmente, mais de 99% das unidades da rede se encontram em shoppings e o grupo pretende investir em lojas de rua, sobretudo em cidades do interior, com foco nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

    50
    é o número de unidades a serem inauguradas em 2016

    R$ 25 milhões
    é quanto o grupo Halipar, que reúne a Griletto, pretende investir na abertura das lojas

    25%
    é a estimativa de crescimento de faturamento do grupo para o ano que vem

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    Ajuda Natalina

    O crédito para o pagamento do 13º salário de funcionários de micros e pequenas empresas chegou a R$ 2,14 bilhões no Banco do Brasil. A estimativa é que, até o fim deste ano, o total desembolsado chegue a R$ 2,3 bilhões.

    O empréstimo é direcionado a diferentes ramos de atividade e há a possibilidade de financiar toda a folha de pagamento mais encargos.

    "Tradicionalmente, o benefício era lançado no começo de setembro. Neste ano, a gente disponibilizou a partir de 31 de julho, já prevendo que as empresas precisariam se planejar melhor", diz Ilton Luís Schwaab, do
    banco.

    "O empresário tem revisto a dinâmica do fluxo de caixa e agora pensa duas vezes antes de tomar recursos."

    Em 2014, as liberações com essa finalidade atingiram quase R$ 1,99 bilhão, com desembolsos entre setembro e dezembro daquele ano.

    *

    Natal Online

    Roupas e smartphones são os presentes preferidos pelos internautas da América Latina, segundo pesquisa feita pela Oracle com base no monitoramento de redes sociais entre 7 e 11 de dezembro.

    Foram analisadas 428 mil citações ao Natal na região. No Brasil, cada um dos produtos foi mencionado em 38% das postagens.

    Os argentinos são os que mais conversam sobre as opções de vestuário (41%). No México e na Venezuela, o interesse é de 32%, o menor entre os nove países analisados.

    O Brasil e o México concentram as citações aos games, com 7% e 6% das respostas, respectivamente.

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    Hora do café

    Lederly
    hora do cafe charge
    hora do cafe charge

    com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ e DOUGLAS GAVRAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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