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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Com contratos curtos, compradores de metais viram 'formiguinhas'

    15/01/2016 03h00

    O mercado interno de cobre atravessa uma mudança: as transações, que costumavam ser negociadas uma única vez por ano, com quantidades e preços determinados, passaram a ser feitas mês a mês, pelo valor do momento.

    "Desde o fim de 2015, os clientes só aceitam comprar volumes tão pequenos [por ano] que não vale a pena fazer contrato de longo prazo", diz Christophe Akli, diretor-executivo da Paranapanema, produtora de laminados, barras e outros bens de cobre.

    A razão para que as vendas tenham ficado miúdas e frequentes é a imprevisibilidade da economia. Os clientes de Akli são empresas que produzem fios, resistores e outros produtos, e que têm dificuldade para estimar a própria demanda, afirma.

    Karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -13 /01/16 -15 :00h - Retrato Christophe Malik Akli, presidente da Paranapanema, para Mercado Aberto. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***MERCADO ABERTO
    Christophe Akli, diretor-executivo da empresa de cobre

    Nesse mercado, o preço é uma combinação do valor determinado pela Bolsa de Londres, em dólares, e uma taxa, chamada de prêmio, que é a remuneração da indústria de transformação.

    Ambos caíram nos últimos meses, segundo Marcelo Barone, diretor-executivo da Sil, que produz fios e cabos.

    "Estamos comprando mês a mês desde o ano passado. Se eu tivesse feito compra contratada [por ano] em 2015, teria desembolsado mais."

    O mercado de latão passa por movimento semelhante, afirma Luciano Daniel Nunes, diretor-executivo da Eberle, empresa de botões que pertence ao grupo Mundial, que precisa dos dois metais para fabricar os produtos.

    "Em 2013, programávamos as compras. Mudou nosso perfil de compra, e os fornecedores têm que se adaptar."

    PASSAR NOS COBRES - Preço na Bolsa de Londres

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    RISCO CALCULADO

    A zona leste de São Paulo e os municípios de São Bernardo do Campo e Santo André têm os endereços da região metropolitana com maior incidência de roubo e furto de veículos, de acordo com dados do Grupo Tracker.

    O levantamento, feito entre maio e outubro do ano passado, revela que motoristas de caminhão correm mais risco em Guarulhos (23%) e em São Bernardo (17%).

    Os números apontam ainda que Santo André, com 25,8%, e São Bernardo do Campo, com 20,2%, têm as maiores estatísticas de roubo e furto de carros.

    As cidades também lideram no roubo de motos, com 22,8% e 27,6%, respectivamente.

    Já para quem dirige um veículo utilitário é mais perigoso trafegar pela zona leste de São Paulo, sobretudo nas ruas de São Mateus (34,9%) e Guaianazes (15,6%).

    A tendência, segundo a empresa, é que o roubo de cargas se concentre nas entradas e saídas das rodovias que circundam a Grande São Paulo.

    MAPA DO CRIME - Cidades da Grande SP com mais roubos de automóveis, em %

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    MADE IN BRAZIL

    O programa de exportações da Abest (Associação Brasileira de Estilistas), que reúne 67 marcas, aumentou seu faturamento em 9,5% em 2015, chegando a US$ 12,4 milhões (R$ 49,9 milhões).

    O resultado vem após dois anos de quedas nas vendas ao exterior do grupo, que atua em parceria com a Apex-Brasil (agência nacional que promove exportações).

    Entre as grifes participantes estão Osklen, Uma, Água de Coco e Cia Marítima.

    Um dos principais fatores para o crescimento foi o real desvalorizado. "O câmbio foi muito vantajoso, mas também encareceu em cerca de 15% a matéria-prima aqui", afirma o vice-presidente executivo da associação Lourenço Bartholomei.

    Um dos carros-chefe do país lá fora é a moda praia, diz o estilista Valdemar Iódice, vice-presidente da Abest.

    As exportações também se diversificaram: passaram de 57 para 67 países. Deles, os parceiros mais representativos são EUA (37%), Japão (9,6%) e Portugal (9,5%).

    Karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 22-05-2012, 11h00: O dono da grife de roupas Iodice, Valdemar Iodice, no ambiente da sede da loja, na Vila Leopoldina, em São Paulo (SP). A Iodice compou um antigo galpão e reformou tudo, para implantar no local, desde a fábrica da grife até um espaço para exposições das peças em desfiles. (Foto: Karime Xavier/ Folhapress)
    Valdemar Iódice, da associação de estilistas

    US$ 12,4 MILHÕES
    foi o faturamento em exportações da Abest em 2015

    67
    é o número atual de países parceiros do programa

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    Subiu...
    O ano passado teve o pior novembro para o emprego no varejo paulista desde 2007, segundo a FecomercioSP. O saldo foi positivo, com alta de 0,6% nas vagas, mas baixo para o mês, tradicionalmente forte devido aos contratos temporários de Natal.

    ...mas nem tanto
    O saldo mensal de empregos ficou 44% menor que o de 2014. Em doze meses foram 55,6 mil vagas fechadas. A expectativa é de piora: com o fim dos contratos de fim de ano, o período entre dezembro e março deve ter quedas ainda maiores.

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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