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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Concessionária investe R$ 2,7 bilhões em estrada por onde passa soja de MT

    22/01/2016 03h00

    A Rota do Oeste, concessionária que pertence à Odebrecht Rodovias, vai investir R$ 2,7 bilhões para duplicar dois trechos da estrada BR-163, em Mato Grosso.

    Além desse valor, a empresa já gastou R$ 1,2 bilhão na duplicação de uma parte que está pronta, mas ainda não foi entregue.

    A obra inteira deverá terminar em 2019. A concessão é válida por 30 anos. Nesse período, a Rota do Oeste pretende investir R$ 5,5 bilhões. No total, serão 453 quilômetros de estradas duplicados.

    A empresa espera uma linha de longo prazo para conseguir todos os recursos. Até agora, ela recorreu a empréstimos de curto prazo, mais caros, e a recursos próprios.

    Nesta semana, foi publicada a autorização no Diário Oficial para que a Rota do Oeste possa desapropriar terrenos no norte do Estado.

    "Devemos executar as obras no norte de Mato Grosso nos próximos três anos. Serão cerca de 300 quilômetros", afirma o diretor-executivo Paulo Meira Lins.

    O trecho já completado fica no sul do Estado e tem 117 quilômetros. A previsão é que ele seja inaugurado em fevereiro, a tempo de escoar a produção da soja.

    Os grãos serão levados a um terminal de trem que fica na cidade de Itiquira e, de lá, ao porto de Santos.

    No ano passado, o Brasil exportou US$ 20,9 bilhões (R$ 86,7 bilhões) de soja. É o produto mais comercializado pelo país. O Mato Grosso foi o responsável por 27% disso.

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    Ladeira abaixo

    A indústria de pneus vendeu 23,9% unidades a menos para as montadoras em 2015, e fechou o ano com retração de 1,2%.

    Para 2016, a expectativa do setor é manter o volume de vendas do ano passado.

    O maior vilão da queda em 2015 foi o segmento de pneus de carga, que teve resultado 49,6% pior. "É o que dá maior margem de lucro", afirma o presidente da Anip (associação do setor), Alberto Mayer.

    Se calculada em toneladas, a retração total da indústria aumenta para 7,6%, e a de vendas a montadoras, para 34,7%.

    As exportações também foram reduzidas em 1,7%. "Tivemos um encarecimento enorme na matéria-prima, que é quase toda importada", diz o excutivo da Dunlop Brasil Renato Baroli.

    A fabricante exporta para o Chile, mas ainda sofre para conquistar o mercado externo. "Temos muitos encargos no país, é difícil manter a competitividade."

    O desempenho só não foi pior graças ao setor de peças de reposição, que representa 63,5% das vendas.

    O mercado, tradicionalmente dominado pelas importadoras, encolheu 3,7% no ano, mas a participação da indústria nacional subiu, levando a um crescimento de 9% nas vendas.

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    Imposto em Projetos

    O dinheiro que empresas de São Paulo redirecionam do imposto de renda para projetos sociais de apoio à crianças, adolescentes e idosos foi multiplicado por seis no ano passado e se aproximou de R$ 32 milhões.

    Pessoas jurídicas podem escolher uma ONG credenciada e destinar parte do imposto devido a ela. O valor passa por fundos públicos antes de chegar às organizações.

    "Os fundos estavam adormecidos. Só as estatais direcionavam o imposto", diz Floriano Pesaro, secretário do Desenvolvimento Social do governo do Estado.

    Para aumentar os recursos, ele procurou empresários e mostrou os projetos sociais que estavam aptos a receber aportes. Também foi feita uma campanha publicitária.

    "Esse era um dinheiro que iria para impostos federais e que ficou retido no Estado de São Paulo. Isso não estava no nosso orçamento."

    As públicas não doaram muito, pois os resultados delas foram fracos, diz ele.

    fundo social

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    Proteção Setorizada

    A Yasuda Marítima lança opções de seguros voltados às preocupações mais comuns em escolas, consultórios e clínicas médicas.

    Para o mercado de ensino, há cobertura para casos de "bullying", em que a instituição fica resguardada caso uma ocorrência desse tipo acabe em restituição judicial.

    "Esses segmentos têm muito potencial", diz Francisco Caiuby Vidigal Filho, presidente da empresa. "Como o consumidor se preocupa cada vez mais com saúde e educação, a demanda das empresas também aumentou."

    Para o setor médico, há cobertura contra deterioração de vacinas e medicamentos e proteção para equipamentos portáteis.

    "Os seguros têm se voltado para nichos específicos. Devemos lançar outros produtos ainda neste semestre."

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    PIB Digital

    Mais de 20% da riqueza brasileira têm alguma relação com a economia digital, aponta um estudo da consultoria Accenture. Para chegar ao número, levaram em conta infraestrutura, salários e serviços no setor.

    A importância da economia digital no Brasil é menor do que nos EUA, mas está acima de países como Itália, Espanha e Japão.

    "O Brasil está bem posicionado [entre os países nos quais o setor é relevante] pela juventude", diz o diretor-executivo da Accenture, Paulo Ossamu. A idade da média dos brasileiros é mais compatível com serviços digitais do que a de outros países.

    A consultoria prevê que a fatia da economia digital do PIB pode aumentar 6,6 pontos percentuais em cinco anos, caso sejam feitos investimentos em infraestrutura e treinamento nesse período.

    O maior potencial está em empresas que não nasceram digitais e que devem investir em tecnologia no futuro.

    pib digital

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    Falha no Sistema

    A tecnologia ainda é um entrave no dia a dia dos escritórios no país, segundo pesquisa com 138 empresas brasileiras e multinacionais.

    Mais de 60% dos entrevistados disseram ter sua produtividade prejudicada por lentidão nos sistemas de TI.

    Além disso, 26,4% deles perderam informações importantes do trabalho por quebra, perda ou roubo de dispositivos no último ano.

    O levantamento foi feito com 293 mil funcionários, ao longo de 2015, pela +Digital Institute, empresa que analisa o grau de maturidade digital de companhias.

    No entanto, o maior passo a ser dado não é o uso da tecnologia no suporte interno.

    "É preciso pensar novos nichos de mercado, à exemplo de empresas como Uber e Airbnb", diz o presidente da +Digital, Francisco Gioielli.

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    Passe... A CI, empresa de turismo e intercâmbio, vai oferecer venda direta de passagens aéreas com descontos para estudantes no exterior. Com um comprovante de matrícula fora do país, a passagem poderá sair por até US$ 600 menos.

    ...estudantil Com o novo produto, a companhia de viagens planeja aumentar as vendas pela internet em 20% e recuperar em até 18 meses o investimento de R$ 1 milhão feito nos últimos três anos para desenvolver sua plataforma on-line.

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    Hora do Café

    Lederly
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    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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