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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Com desemprego e recessão, ações na Justiça do Trabalho crescem em SP

    27/01/2016 03h00

    No ano passado, empresas de São Paulo enfrentaram 460 mil processos no Tribunal Regional do Trabalho, um número recorde e um aumento de 8% em relação a 2014.

    "É reflexo da crise. Grandes empresas estão desligando em massa", afirma Marcello Della Mônica, do Demarest. Ele conta que clientes do escritório receberam "um volume enorme" de ações nos últimos 12 meses.

    Outros estímulos para a quantidade de ações são o fato de a Justiça do Trabalho tender a favorecer o empregado e, segundo Luis Mendes, sócio da área do escritório Pinheiro Neto.

    Além disso, o reclamante tem poucos dispêndios se a ação não for procedente, afirma. "Não há uma disposição dos tribunais para coibir o excesso [de ações]", reclama.

    Os processos trazem um número cada vez maior de reclamações de diferentes naturezas, como atrasos em pagamentos que ainda não foram decididos, diz.

    Há uma questão de acesso: o tribunal abriu varas nas zonas leste e sul, que facilitam aos reclamantes a busca pela Justiça, diz a desembargadora-presidente do TRT, Silvia Devonald.

    "Era uma demanda reprimida, não é judicialização."

    Ela diz que o aumento do desemprego tem um papel no número recorde de ações. A previsão é que, em 2016, a Justiça vai receber 10% a mais de casos do que em 2015.

    JT

    > Férias proporcionais
    > 13º proporcional
    > Aviso prévio
    > Multa de 40% do FGTS
    > Expurgos inflacionários

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    Os Cobres na Fábrica

    A empresa de cobre Paranapanema investiu R$ 56 milhões em uma linha de produção, que irá fabricar tubos com o material em Santo André (SP).

    O produto é usado em radiadores de carros, frigoríficos e outras máquinas.

    O dinheiro serviu para trazer equipamentos de uma unidade que fechou na mesma cidade e para aumentar a capacidade da fábrica que ainda opera.

    O investimento foi parcialmente financiado com um empréstimo da Finep de R$ 22,7 milhões.

    A Paranapanema passa por uma reestruturação desde 2013, segundo o diretor-presidente, Christophe Akli. "Nossos custos são fixos, e a alavanca [para melhorar os resultados] é o volume."

    O principal mercado para os tubos de cobre é o Brasil. No geral, a China é a maior compradora da empresa, afirma Akli.

    Karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 13.01.2016: Retrato do diretor-executivo da Paranapanema, Christophe Malik Akli para coluna Mercado Aberto do jornal Folha de S. Paulo. A Paranapanema é produtora de laminados, barras e outros bens de cobre. (Foto: Karime Xavier/Folhapress)
    Christophe Akli, da empresa de cobre

    36,1 mil toneladas
    foi quanto a empresa vendeu no terceiro trimestre de 2015

    61%
    é o quanto o mercado externo representa de vendas

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    Grandes redes de farmácia vendem 12% a mais em 2015

    As grandes drogarias cresceram 12% em vendas no ano passado, de acordo com a Abrafarma (entidade do setor). As empresas movimentaram R$ 35,9 bilhões em 2015.

    Na comparação entre dezembro de 2015 com o mesmo mês do ano anterior, o aumento foi de 13,1%.

    A comercialização de medicamentos atingiu R$ 23,86 bilhões, alta de 7,41% entre 2014 e 2015. Já o número de lojas cresceu 7,1%, de 5.570 para 5.964 no mesmo período.

    "Enquanto os supermercados trabalham com maior variedade de linhas, as drogarias de rede compensam o menor espaço com uma maior sintonia com o consumidor", compara Sérgio Mena Barreto, da Abrafarma.

    "As redes também investem em estruturas de distribuição própria, o que diminui a falta de produtos", diz Barreto.

    No ano passado, os genéricos somaram R$ 4,1 bilhões. O montante é 11,5% superior ao de 2014. Ao todo, foram vendidas mais de 271,5 milhões de unidades.

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    Não é só para doente

    As vendas nas redes de farmácias foram impulsionadas pelos não medicamentos, que subiram 13,7% em relação a 2014, segundo a Abrafarma.

    "A farmácia não é mais só para quem está doente. A venda desses produtos cresce acima dos prescritos, e o cliente quer atendimento personalizado", diz Eugênio De Zagottis, da Raia Drogasil.

    A rede deve abrir 165 unidades neste ano. "Por prestar um serviço de primeira necessidade, o setor é mais defensivo e se sai bem até na crise." A empresa cresceu na casa dos 20% até o terceiro trimestre.

    1.230
    são as lojas da rede, 156 delas foram inauguradas em 2015

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    Crédito... A Desenvolve SP vai leiloar R$ 3,7 milhões em créditos de ICMS no dia 1º de fevereiro. As interessadas devem se manifestar até quinta (28).

    ...a leilão O benefício vem do setor avícola, que recebe 5% das vendas em créditos. Em seis leilões, desde 2013, foram negociados R$ 108,6 milhões.

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    Hora do Café

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    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA**

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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