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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Aumentam fusões e aquisições de negócios em recuperação judicial

    08/02/2016 03h00

    Investidores brasileiros e estrangeiros intensificaram a compra de empresas em recuperação judicial, segundo um relatório ainda inédito da consultoria Deloitte.

    Foi no fim do ano passado que grupos especializados em adquirir ativos de empresas em dificuldades ampliaram a sua presença no Brasil. de acordo com a consultoria.

    As áreas de maior interesse são agronegócio, óleo e gás, commodities, industrial, varejo e construção.

    Os pedidos de recuperação judicial em 2015 foram 55,4% maiores do que no ano anterior, aponta a Serasa.

    O setor de serviços é o que tem mais casos, com 480. Em segundo, está o comércio, com 404, e, por último, as indústrias, com 359.

    A venda parcial ou total dos negócios em recuperação judicial tornou-se uma solução mais comum por causa da desvalorização do real, conforme a Deloitte.

    Além disso, com a recessão econômica, ficou ainda mais difícil para as empresas gerarem caixa, lembra Fábio Braga, sócio do Demarest.

    "O crédito está escasso e caro. Grupos enormes viram as possíveis fontes de empréstimos secarem."

    Há vendas iminentes de empresas em recuperação das áreas de agronegócio e de autopeças, ele afirma.

    Outro setor que atiça os investidores é o de infraestrutura. "Tem empresas com bons projetos de saneamento, com fluxo de caixa, que estão em recuperação e que precisam vender."

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    Por expansão, redes hoteleiras convertem os independentes

    As grandes marcas hoteleiras começaram a expandir suas redes por meio de conversões de negócios independentes, bastante afetados pela crise econômica.

    No caso da Nobile Hotéis, seis unidades aderiram a bandeiras da empresa em 2015, e cinco operações já estão acertadas para este ano.

    "A quantidade de novas construções caiu, essa é uma alternativa para crescer", diz Ricardo Pompeu, vice-presidente da rede.

    A Accor converteu cinco hotéis em 2015, e deve assinar com outros cinco neste ano.

    "Em momentos de crise, donos de negócios familiares são muito atingidos, e a conversão se torna mais atrativa", afirma o diretor da Accor Abel Castro.

    Uma marca mais forte e uma maior rede de distribuição dentro e fora do Brasil são os principais chamarizes para quem decide aderir ao modelo das redes de hotéis.

    A Blue Tree Hotels, que converteu dois negócios em 2015, está em busca de unidades em ao menos nove capitais do país.

    "Também temos sido muito procurados e já estamos em negociação com várias empresas", afirma Chieko Aoki, presidente da rede.

    Na Atlantica Hotels, de nove unidades que passaram a ser geridas pela empresa em 2015, quatro vieram desse tipo de operação.

    Raquel Cunha - 17.dez.2014/Folhapress
    SAO PAULO - SP - 17.12.2014 - Chieko Aoki é fundadora e proprietária da rede Blue Tree Hotels. Ela integra um grupo de mulheres que fazem lobby no Senado a favor da aprovação de uma lei que prevê cotas de 40% para mulheres em conselhos gestores. A matéria vai discutir essa lei e também por que a proporção de mulheres nesses conselhos é tão baixa no Brasil, de apenas 7%. (Foto: Raquel Cunha/Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO***
    Chieko Aoki, da rede Blue Tree Hotels

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    Turistas vão a menos de 20% das cidades brasileiras

    Dos 5.570 municípios brasileiros, 17,5% recebem turistas com regularidade, aponta um levantamento da empresa de inteligência de mercado Geofusion.

    Mais de 80% das cidades do país não têm potencial instalado para receber viajantes a lazer ou negócios, mesmo que, eventualmente, tenham poder de atração.

    Os dados a respeito das cidades que recebem visitantes não distinguem se esses são brasileiros ou estrangeiros, explica Susana Figoli, diretora da empresa de pesquisas.

    Em 2014, quando houve a Copa, os brasileiros foram 33% dos turistas no país. No ano anterior, a proporção foi a mesma, apontam dados do Ministério do Turismo. Houve um aumento de 10% no volume de um ano para o outro.

    Números do ano passado ainda não foram publicados.

    "A população turística interfere na economia de uma cidade. Os negócios precisam saber detalhes sobre onde isso acontece e com qual intensidade, para que decidam de qual forma alocar seus recursos", afirma Figoli.

    Para os bancos, por exemplo, esses dados servem para tomar decisões de envio de dinheiro para um destino em determinadas datas, especialmente para cidades que vivem do turismo.

    turismo

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    Corte na chefia

    O varejo paulista demitiu mais pessoas em cargos de liderança do que vendedores no ano passado.

    De um total de 60 mil vagas fechadas em 2015, 18 mil foram de gestores, diretores e supervisores, contra 12 mil de vendedores.

    "Quem lida com o cliente é o primeiro a ser cortado. Quando há um desligamento geral, é sinal de que a crise atingiu outro nível", diz Jaime Vasconcellos, assessor econômico da FecomercioSP, responsável pela pesquisa.

    A queda de empregos no setor foi de 2,8% no ano. Os únicos segmentos que tiveram alta foram supermercados, farmácias e perfumaria.

    "A crise não deve chegar às farmácias este ano, devido ao aumento da expectativa de vida, ao maior alcance da população a planos de saúde e à ampliação do portfólio de produtos nas unidades."

    O setor de supermercados, por sua vez, deve apresentar queda em 2016.

    emprego no varejo

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    Hora do Café

    Lézio Júnior
    hora do cafe charge
    hora do cafe charge

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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