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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Arrecadação custará a voltar e temos urgência, diz Itaú

    15/02/2016 02h00

    Karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -28 /01/16 -09 :00h - Retrato de Ilan Goldfajn.( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***MERCADO ABERTO
    Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco

    "As receitas do governo vão demorar a voltar ao que eram. Temos de ter senso de urgência na aprovação das medidas necessárias. Só assim voltaríamos a ter a confiança para a recuperação da economia", diz Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco.

    "Aprovar medidas estruturais de contenção dos gastos públicos, como limite para os gastos públicos na Lei de Responsabilidade Fiscal e instituir uma idade mínima para a aposentadoria, não só é viável, mas fundamental."

    Como a queda na arrecadação torna ainda mais difícil cumprir 0,5% do PIB de superavit fiscal primário neste ano, é preciso buscar uma saída. "Precisa aprovar as medidas, como a CPMF, no Congresso para chegar a 0,5%", reitera.

    O Banco Itaú projeta estabilização da economia ainda neste ano e uma queda de 4% do PIB em 2016. "Acreditamos que a economia deverá se estabilizar a partir do segundo semestre deste ano."

    Para 2017, Goldfajn espera uma alta de 0,3% [antes, era zero], dependendo da reação da política econômica e dos choques internacionais.

    O mercado de trabalho, por sua vez, ainda deverá reagir à queda do PIB com alguma defasagem temporal. A taxa de desemprego projetada pelo banco é de 13% em 2016 e deverá atingir 13,4% em 2017.

    Com relação à forte reação dos mercados internacionais no início deste ano em decorrência da derrocada do preço do petróleo e da China, Goldfajn é menos pessimista.

    "O mercado exagerou. Não vai durar meses e meses. Os Estados Unidos continuam a crescer, estão saindo da crise." O patamar, porém, mudou. "Estamos na era de expectativas baixas", lembra.

    "A queda do petróleo e da China nos trazem [ao Brasil] inflação via câmbio e recessão via perda de renda", afirma o economista.

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    RECESSÃO ATÉ NAS FRAUDES

    A Serasa Experian identificou 1,9 milhão de tentativas de transações fraudulentas no ano passado. É uma diminuição de 4,7% em relação a 2014, quando foram mais de 2 milhões de casos.

    Uma tentativa de fraude é contabilizada a cada consulta que o lojista faz de um CPF que o birô de crédito considera suspeito. Por exemplo, o de um titular do documento que tem diversos endereços.

    A explicação para a queda é a recessão econômica, segundo Luiz Rabi, economista da Serasa. "Caiu o volume de consultas e a quantidade de tentativas de golpe."

    Só nas lojas de telefonia que houve aumento. "Com uma linha pós-paga, os fraudadores conseguem abrir contas em outros locais."

    Uma fraude diferente, a que envolve cartões de banco de terceiros sendo usados por criminosos, acontece mais na internet do que em lojas físicas, diz Henrique Takaki, coordenador de segurança da Abecs (associação das empresas de cartão).

    Essa forma de golpe não diminuiu, afirma ele. O vazamento de informações de clientes de bases de dados de empresas inflou os números de golpes nos últimos anos.

    Má-fé em números - Variação de tentativas de fraudes

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    POUCOS QUILÔMETROS

    A locadora de veículos Unidas lançou uma modalidade de aluguel mais curta, em que o motorista pode ficar duas horas com o carro.

    Trata-se de uma parceria com a Leroy Merlin, de material de construção –só é válida para quem compra lá.

    Por conta de custos de proteção e operacionais, o aluguel sai por cerca de 28% de uma diária.

    "É também um teste para entender como os clientes usam carro no mesmo dia, se acham que é um benefício", diz Marcelo Wagner, gerente nacional da Unidas.

    A Rede Brasil, uma locadora que atua no Nordeste, oferece contratos de 6 horas para mais, diz Paulo Nemer, sócio da empresa. "As modalidades são flexíveis, mas oferecer duas ou três horas é inviável para o negócio."

    Hoje há empresas de "car-sharing" em que clientes usam veículos por períodos curtos, e aplicativos para a locação de carros que pertencem a pessoas físicas.

    Atentas a novidades de mobilidade urbana, empresas de locação de automóveis devem começar a oferecer contratos mais curtos, diz um executivo de uma rede com presença nacional.

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    EFEITO IMEDIATO

    A produção nacional de cloro caiu 2,2% no ano passado na comparação com 2014, segundo a Abiclor (associação da indústria de álcalis, cloro e derivados). As vendas totais do produto tiveram retração de 8,7%.

    No mesmo período, a produção de soda cáustica recuou 2,3%, e a comercialização registrou queda de 1,7%.

    "Nossos dois principais clientes são a indústria de celulose e a de alumínio. A de alumínio, principalmente, sentiu a crise", diz Aníbal do Vale, presidente da entidade. "E o aumento de surpresa da energia no ano passado ajudou a agravar o cenário."

    A energia elétrica é o principal componente de custo de produção do segmento –representa cerca de 45% dos gastos operacionais do setor.

    Para este ano, a expectativa da entidade é que os resultados de venda e produção sejam semelhantes aos de 2015.

    Em queda - Produção, em milhões de toneladas

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    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 15.fev
    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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