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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Pará terá ferrovia de R$ 17,5 bi para exportar a soja do Centro-Oeste

    26/02/2016 03h00

    O Pará vai anunciar um plano de concessão de ferrovia para o escoamento ao exterior da soja de Mato Grosso. A futura estrada de ferro deverá cortar a banda leste do Pará.

    O trecho sul, de Santana do Araguaia (na divisa com Mato Grosso) a Marabá, terá 590 km de extensão e está orçado em R$ 8,3 bilhões.

    A metade norte, por sua vez, com 750 km, completará o percurso de Marabá até o porto de Barcarena (vizinho a Belém) –a previsão de custo é de R$ 9,2 bilhões.

    Hoje, o transporte dos grãos de Mato Grosso até o litoral paraense se dá por meio de caminhões e barcaças.

    "A redescoberta da região Norte para exportações significa que ela é uma alternativa viável para o país vender à Europa, aos Estados Unidos e à Ásia [pelo canal do Panamá]", afirma o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB).

    "Mesmo neste momento de adversidade, temos nos equipado para sair da crise em uma posição favorável", diz.

    Entre as empresas interessadas no projeto, segundo Jatene, estão uma estatal chinesa de ferrovias e uma multinacional de origem argelina, que também tem planos de construir uma central para o processamento de grãos.

    "A intenção é nos tornarmos mais que um mero corredor de exportação de commodities. Queremos instalar estruturas para agregar valor aos produtos antes que eles sejam levados ao exterior."

    O projeto será apresentado nesta sexta-feira (26) a empresários na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

    Editoria de Arte/Folhapress
    Rota do grãoTrajeto da Ferrovia Paraense

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    É PEQUENO, MAS É MEU

    O número de empresas abertas no país em janeiro deste ano foi de 167.275, um aumento de 17,12% em relação ao mesmo mês de 2015, segundo levantamento da consultoria Unitfour.

    A maioria dos novos empresários (82%) são MEIs (microempreendedores individuais), o modelo mais simples.

    "Isso é reflexo direto do momento de crise. Houve a migração dos desempregados para o negócio próprio", diz Rafael Albuquerque, diretor comercial da consultoria.

    Parte da alta pode ser atribuída, segundo Albuquerque, também ao resultado negativo em 2015 (- 6,02%).

    "Foi o período inicial da estagnação econômica, e o clima geral era de incerteza, o que levou muitos a congelar planos de abrir uma empresa", afirma o diretor.

    São Paulo e o Rio de Janeiro são os Estados com maior parcela das novas companhias, 65.910. No fim da lista está Roraima, com 271.

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    SEGURA ESSA TRANSAÇÃO

    A liquidação de uma emissão de CRA (Certificado de Recebível do Agronegócio) da Bayer teve que ser adiada depois que a nota do risco do papel foi rebaixada pela Standard and Poor's.

    A agência havia atribuído a melhor nota (AAA) ao título, mas com o rebaixamento do rating soberano do Brasil em moeda local, o papel ganhou a classificação AA-.

    Pelas regras da CVM, os investidores que fizeram pedidos de compra precisam ser avisados da nova nota.

    A emissão é de R$ 107 milhões, que vão ser remunerados pela taxa DI acrescida de 0,29% ao ano.

    Com um mercado de renda variável fraco, "os investidores estão com interesse por títulos de empresas com bom risco de crédito", afirma Tomaz de Gouvêa, sócio responsável pela área de mercado de capitais da XP.

    Houve mais demanda do que oferta: os investidores protocolaram pedidos de compra que, somados, chegam a R$ 4 bilhões.

    Para cada R$ 100 em pedidos de compra serão vendidos, de fato, R$ 2,64 -isso se não houver desistências por causa do rebaixamento.

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    RECEITA COMPLEXA

    O laboratório Richet vai investir R$ 30 milhões em um novo núcleo operacional e um centro de exames de imagem, que será inaugurado em março.

    O núcleo terá uma nova tecnologia de automação para acelerar os diagnósticos feitos no local.

    Mauro Pimentel/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, 25.02.2016: RETRATO HELIO MAGARINOS - Retrato do Dr. Helio Magarinos Torres Filho, diretor medico do Richet Medicina & Diagnostico que vai invewstir R$ 30 milhoes em novo centro medico. (Foto: Mauro Pimentel/Folhapress, FSP-MERCADO ABERTO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
    Helio Magarinos, sócio-diretor do laboratório

    Em 2015, a rede faturou R$ 50 milhões, 29% a mais que no ano anterior.

    "A alta nos testes de alta complexidade puxaram as receitas", diz o sócio Helio Magarinos.

    Hoje com dez unidades no Rio de Janeiro, a empresa planeja criar cinco novos centros nos próximos três anos.

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    Ano...
    A seguradora Tokio Marine registrou lucro líquido de R$ 169,8 milhões em 2015, o melhor desempenho da empresa no país. O resultado representou alta de 28,8% em relação ao ano anterior.

    ...de festa
    A subsidiária brasileira do grupo japonês teve ainda um crescimento de 17,3% no ano passado com produção de R$ 3,82 bilhões. Só a carteira de automóvel aumentou 19,3%, somando 1,1 milhão de itens segurados.

    Troca...
    A Furnas Centrais Elétricas fechou um acordo de R$ 99,3 milhões com a Telsan Engenharia, que venceu licitação para contratar 334 funcionários que trabalhavam como terceirizados na empresa.

    ...de chefe
    A contratação faz parte de um acordo feito com o STF, o Ministério Público do Trabalho e a federação dos urbanitários, que prevê a substituição gradual até 2018 dos terceirizados da empresa por concursados.

    Pelo telefone
    O celular foi a plataforma usada para compras em 19% das transações do comércio eletrônico no ano passado no Brasil, segundo a Criteo. Em 2014, esse índice foi de 10%.

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    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 26.fev.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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