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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Vendas no varejo de São Paulo devem cair 7,4%

    01/03/2016 03h00

    As lojas do Estado de São Paulo devem ficar ainda mais vazias neste ano. A previsão é de que as vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, enfrentem queda de 7,4% no primeiro semestre, frente ao mesmo período de 2015.

    Para o varejo restrito, a projeção é pouco melhor, de um recuo de 5,5% no acumulado de 12 meses até junho, segundo dados da Associação Comercial de São Paulo.

    O setor já enfrentava uma desaceleração desde 2011, explica Alencar Burti, presidente da entidade. Em 2015, as vendas caíram 5,9%.

    "Ainda não chegamos no fundo do poço nesta crise. Por isso a projeção é de um resultado ainda pior que o do ano passado", afirma Burti.

    Entre os fatores que afetam o movimento nas lojas, estão a queda na renda e a alta da inflação e do desemprego.

    Os setores mais afetados no ano passado foram as concessionárias (-17,3%) e as lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos (-13,4%).

    "São itens dos quais o consumidor pode abrir mão, e nichos diretamente afetados pela redução no crédito", diz Ulisses Ruiz Degamboa, economista da associação.

    Na outra ponta, estão ramos considerados essenciais: as farmácias (3,1%) e os supermercados (0,6%).

    A situação, contudo, deve melhorar no segundo semestre. "A expectativa é que haja uma desaceleração na inflação que devolva poder de compra ao paulista, e o varejo tenha um ano melhor que o de 2015", afirma Degamboa.

    varejo

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    Estratégia de guerra

    A rede de eletrodomésticos e eletrônicos Polishop diminui o número de novas lojas abertas de 20, em 2015, para 8 neste ano.

    A redução é a reação da marca à queda de 8% nas vendas em lojas físicas.

    "Este será um ano em que, se não tivermos retração nos resultados, já estamos satisfeitos", diz João Appolinário, presidente da Polishop.

    O crescimento da rede no ano passado foi de 3%, assegurado pelo melhor desempenho das vendas on-line e de porta em porta.

    "Em 2016, vamos realocar os investimentos das lojas para esses canais mais rentáveis", diz Appolinário.

    Para tentar atrair o consumidor de volta aos shoppings, onde ficam as maiores lojas da rede, a Polishop deve aumentar o número de produtos lançados.

    "Quanto ao preço, não temos como segurar por muito tempo. Quando o estoque acabar, haverá aumento."

    Karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -11 /06/15 -15 :00h - Retrato de de João Apolinário - Presidente e fundador da Polishop. A empresa vai se expandir nesse ano, mesmo com crise e conta sobre o lançamento de novos produtos como itens de limpeza.. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***MERCADO
    João Appolinário, presidente da empresa de varejo

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    Made in Brazil

    Com a alta do dólar, a indústria nacional de brinquedos fechou 2015 com 55% de participação no mercado, com dez pontos percentuais a mais que no ano anterior.

    "Só dos chineses, que são nossos maiores concorrentes em solo nacional, tiramos 5%", afirma o presidente da Abrinq (associação do setor), Synésio Batista da Costa.

    A meta da entidade é chegar a 70% de participação nos negócios do país até 2021.

    O faturamento do setor no ano passado é calculado em R$ 9,5 bilhões, o que representa uma alta de 15,6%. Este ano, a expectativa é de crescimento de 15%.

    brinquedo

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    Tabuleiro digital

    A fabricante de brinquedos Estrela deve lançar até maio deste ano os aplicativos de seus jogos de tabuleiro "Banco Imobiliário" e "Jogo da Vida".

    "Em 2015, estreamos a versão digital de 'Detetive' e foi o produto mais vendido do Natal. Vamos ampliar essa linha e desenvolver jogos para adultos, como quebra-cabeças", diz o presidente da empresa, Carlos Tilkian.

    Em 2016, serão investidos R$ 15 milhões na renovação de pelo menos 30% da coleção da fabricante.

    Com a alta do dólar, a participação dos produtos importados pela empresa deve cair de 35% para 15%.

    "A maioria dos nossos concorrentes vende produtos importados. Ao aumentar nossa produção nacional, conseguimos fazer preços mais competitivos."

    A Estrela deve ampliar a oferta de brinquedos abaixo de R$ 50, para tentar driblar a perda de poder aquisitivo da população.

    Karime Xavier/Folhapress
    ORG XMIT: 063401_0.tif SÃO PAULO, SP, BRASIL, 06-07-2010: Carlos Tilkian, presidente da Estrela, posa para foto. (Foto: Karime Xavier/Folhapress, MERCADO)
    Carlos Tilkian, presidente da empresa de brinquedos

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    Contrato... A britânica CGSC anuncia hoje a venda por US$ 500 milhões da operação nos EUA da Swett&Crawford à BB&T Insurances Services.

    ...assinado No Brasil, o serviço, que faz a interface entre seguradoras e seus corretores, segue normal. Em 2015 e 2016, a empresa investiu
    US$ 50 milhões no país.

    Hora do Café

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    |/3.(articleGraphicSpace). |(articleGraphicCredit). Editoria de Arte/Folhapress|/3.(articleGraphicSpace). |
    |(articleGraphicImage). Charge Mercado Aberto de 1º.mar.2016|
    |(articleGraphicCaption). Hora do Café|
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    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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