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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Indústria de pães e massas deve subir preço em cerca de 10%

    03/03/2016 02h12

    O preço de pães, biscoitos, massas e bolos deve voltar a subir neste ano.

    A alta estimada pela Abimapi (associação do setor) é de 10%, valor que pode variar de acordo com oscilações de câmbio e outros custos das indústrias, como energia elétrica e mão de obra.

    Ao longo do ano passado, o reajuste foi, em média, de 12%, afirma Claudio Zanão, presidente da entidade.

    "A reposição dos custos não vai parar, a alta do dólar trouxe um impacto grande. Hoje, metade da farinha de trigo é importada, e os gastos com energia e combustíveis também aumentaram."

    A farinha de trigo representa entre 60% e 70% da composição de macarrão e pães, e cerca de 35% dos biscoitos.

    ENGORDA DE PREÇOS - Resultado do setor de pães, biscoitos, massas e bolos industrializados

    O aumento não recai diretamente sobre o consumidor final, mas, sim, sobre os varejistas, destaca Zanão.

    O reajuste de preços em 2015 garantiu faturamento 5,47% maior às indústrias em relação ao ano anterior, mesmo com as vendas estáveis.

    O resultado ficou abaixo da inflação, de 10,67%, mas foi comemorado pelo setor. "A situação se complicou no último trimestre, as festas de fim de ano não deram o retorno esperado."

    O único segmento com resultado positivo em volume de vendas foi o de biscoitos.

    ENGORDA DE PREÇOS - Desempenho por segmento em 2015 (em %)*

    "No Brasil, temos uma diversidade enorme. O comprador pode até não comer sua marca favorita, ou escolher embalagens menores, mas não deixa de consumir."

    A expectativa para 2016 é que o volume de vendas se mantenha e que as receitas tenham alta de 4%.

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    BISCOITO OU BOLACHA?

    A fabricante carioca de biscoitos e massas Piraquê vai começar a exportar seus produtos neste semestre, para países da América do Sul e Estados Unidos.

    A empresa também vai investir na expansão da marca fora do Rio de Janeiro.

    Neste ano, ela vai aportar cerca de R$ 21 milhões em comunicação para ganhar mercado, principalmente em São Paulo, afirma o diretor Alexandre Colombo.

    Mauro Pimentel/Folhapress
    O diretor da empresa carioca, Alexandre Colombo
    O diretor da empresa carioca, Alexandre Colombo

    O projeto de ampliação da marca coincide com o fim das obras na fábrica da empresa, que custaram cerca de R$ 200 milhões, financiados pelo BNDES.

    O novo centro deverá aumentar a produção em 30%.

    Em 2015, a empresa teve crescimento em torno de 6,5% e, neste ano, espera atingir a casa dos dois dígitos -fora do Rio, a alta projetada fica entre 15% e 20%.

    R$ 850 milhões
    foi o faturamento da Piraquê no ano passado

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    FUNDO ADQUIRE 25% DAS AÇÕES DA SORVETERIA BACIO DI LATTE

    O fundo TMG Capital adquiriu 25% do controle da rede de sorveterias Bacio di Latte. O valor investido foi de R$ 25 milhões -o desembolso de recursos e a transferência das ações já aconteceram.

    O montante deve ser usado em uma expansão da empresa nos próximos três anos, diz Edoardo Tonolli, diretor-executivo e um dos sócios fundadores da sorveteria.

    Karime Xavier/Folhapress
    Edoardo Tonolli, diretor-executivo e um dos sócios fundadores da sorveteria
    Edoardo Tonolli, diretor-executivo e um dos sócios fundadores da sorveteria

    "Nós não estávamos procurando investidores, mas bateram na porta quando começamos a pensar nisso."

    Há possibilidade de novos aportes, mas a ideia é preservar a maioria das ações nas mãos dos fundadores, afirma.

    Com a exceção de um diretor financeiro, a equipe que gerencia a sorveteria hoje não vai mudar, diz Luiz Francisco Novelli Viana, sócio presidente do TMG Capital.

    Durante as conversas entre as partes, a economia se deteriorou, mas a oferta se manteve. "Não chegamos na mesa de negociação e dissemos 'o mundo ficou difícil e temos que mudar'."

    32 lojas
    a rede tem hoje. O projeto é chegar a cem em três anos

    R$ 100 milhões
    foi o valor da empresa usado como parâmetro na transação

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    REDENÇÃO NATUREBA

    A categoria de comidas naturais e produtos orgânicos é uma das poucas que devem crescer, mesmo com uma redução do consumo das famílias, aponta uma pesquisa da consultoria BCG.

    "Trata-se de uma tendência não relacionada ao ambiente econômico. São luxos que os consumidores se permitem e pelos quais pagam mais", afirma Eduardo Leone, sócio da empresa.

    No geral, a intenção de consumo das famílias brasileiras tem o seu pior índice em dez anos. Pela pesquisa, 72% dos entrevistados pretendem cortar gastos, e 54% vão pedir empréstimos para cobrir despesas de rotina.

    "É um pico histórico de deterioração e pessimismo."

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    Em casa A rede de 150 franquias de cursos profissionalizantes Cebrac vai abrir 14 escolas no seu Estado natal, o Paraná. "É território conhecido", diz o presidente Wilson Giustino.

    Tudo igual Metade dos executivos acha que suas empresas ficarão estagnadas neste ano, segundo pesquisa da Talenses. Outros 30% acham que 2016 será melhor e, 20%, pior.

    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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