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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Comércio eletrônico de São Paulo registra queda de 0,6% em 2015

    04/03/2016 03h00

    As empresas paulistas tiveram um faturamento real de R$ 15,1 bilhões nas vendas on-line em 2015, o que representa uma queda de 0,6% em relação ao ano anterior, segundo dados da FecomercioSP.

    "O consumidor on-line também sentiu o peso da inflação elevada, da escassez de crédito e do aumento do desemprego", diz Vitor França, economista da entidade.

    Nem mesmo o desempenho da Black Friday ajudou a salvar o setor da crise.

    O mês de novembro, quando é feita a promoção, é o mais rentável do ano. Representou 13% das vendas em sites em 2015 -dezembro, com o Natal, foi apenas o quarto da lista (8,3%).

    BUG NAS VENDAS - Queda no desempenho do comércio eletrônico

    A participação do varejo eletrônico nas vendas também é maior em novembro, 5,2% contra 3,5% na média.

    Apesar da queda do faturamento, o gasto médio do consumidor on-line cresceu. Foi de R$ 338 em 2014 para R$ 368 no ano passado.

    O aumento reflete a menor presença dos compradores da classe C, que sentem mais o impacto da inflação no seu poder de compra.

    "Houve uma mudança no perfil do cliente dos sites. Nos últimos anos, o consumidor da classe C ajudou a alavancar as vendas. Agora, as classes A e B, que gastam mais, ganharam mais peso nesse varejo", afirma França.

    Na cidade de São Paulo, a queda no faturamento foi maior, de 2,58%, somando R$ 5,5 bilhões.

    "No interior e no litoral, as opções de lojas físicas são menores e o consumidor recorre mais à internet."

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    É TUDO IGUAL

    A rede de lojas de itens esportivos Decathlon registrou crescimento de 15% nas vendas pelo site em 2015.

    O aumento foi resultado de uma nova estratégia para integrar os dois canais, conta Cedric Buriel, presidente da companhia.

    "Colocamos mais informações sobre os produtos no site para que sirva como fonte de pesquisa para o cliente. E se ele quiser comprar on-line ou na loja, o preço é exatamente o mesmo."

    As vendas no site representam cerca de 10% do faturamento da empresa, diz Buriel.

    A empresa apostou ainda nos preços. "Temos uma infraestrutura simples nas lojas para conseguir manter preços competitivos sem abrir mão da qualidade."

    A rede, que tem 19 lojas, deve abrir mais duas unidades em São Paulo neste ano.

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    FÁBRICA SOBRE TRILHOS

    A Scomi, empresa de capital malásio que tem o contrato para fornecer os trilhos e trens de duas linhas de monotrilhos em construção em São Paulo, vai ter uma fábrica em Taubaté.

    O investimento é de R$ 50 milhões, com a previsão de novos aportes no futuro.

    Atualmente, a empresa traz seus produtos de fora. A ideia é começar fazê-los em Taubaté já neste ano.

    O terreno de 98 mil metros quadrados onde será a planta contará, inicialmente, só com galpões para armazenar as peças e trilhos que vêm da Malásia.

    A previsão é que a fábrica fique mesmo pronta no segundo semestre.

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 03-03-2016, 15h30: Retrato do presidente de uma empresa que controla esse grupo Scomi, Halan Moreira, em seu escritorio em Sao Paulo. A Scomi e uma fabrica em Taubate que faz trilhos e pecas para navios. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, MERCADO ABERTO) ***EXCLUSIVO***
    Halan Moreira, sócio da fábrica de trens

    Uma das linhas para a qual a empresa vai fornecer trilhos, a 17-ouro, teve sua previsão de entrega adiada para o início de 2018.

    Essa mudança de calendário não afetou a Scomi, segundo Halan Moreira, sócio acionista da Scomi no Brasil. "Seguimos os cronogramas contratuais, até recebemos um pagamento há três semanas."

    A ideia é que a fábrica de Taubaté produza para outros projetos de transportes.

    "O foco são linhas intermunicipais e interestaduais", afirma Moreira.

    Exportar para países da América Latina também está nos planos.

    RAIO-X

    R$ 1,7 bilhão
    foi o faturamento global da empresa em 2015

    3.500
    é o número de empregados da Scomi no mundo

    98 mil metros quadrados
    é o tamanho da planta que vai ser construída em Taubaté

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    INÍCIO COM O PÉ ESQUERDO

    O ano começou com uma queda de faturamento nos supermercados de São Paulo: em janeiro, houve uma retração de 3,1% das vendas na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados da Apas (Associação Paulista de Supermercados).

    Ao confrontar os resultados de dezembro e janeiro, a redução foi de 18,92%.

    Esse índice não destoa daqueles que costumam ser verificados no começo de ano, porque dezembro costuma ter o maior faturamento, afirma Rodrigo Mariano, o economista da entidade.

    Em 2015, o resultado total foi de uma queda de 1,7% nas receitas do setor.

    A previsão é que neste ano haja uma retração entre 2% e 2,5%, segundo Mariano.

    "As vendas são afetadas por emprego e renda. Nós temos uma estimativa que vão se fechar 3 milhões de vagas formais de empregos no país. Isso vai impactar o comércio e os supermercados."

    Até agora, a categoria de supérfluos foi a mais afetada pela crise. A entidade nota que, neste começo de ano, itens da cesta básica começam a ser cortados.

    CAIXAS SEM FILAS - Resultados dos supermercados

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    Freela
    A Workana, plataforma de contratação de freelancers com atuação na América Latina, recebeu um aporte de R$ 8 milhões do grupo australiano Seek, que se tornou o maior investidor da empresa.

    Temaki
    A rede de culinária japonesa Makis Place vai abrir 35 novas lojas neste ano. Além de chegar a cidades como Belo Horizonte, Salvador e Curitiba, ela vai expandir sua atuação nos EUA, com unidades em San Francisco e Nova York.

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    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 4.mar.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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