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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Mesmo com dólar alto, exportação de calçados cai

    13/03/2016 03h00

    A valorização do dólar não foi suficiente para impulsionar as exportações dos calçados brasileiros.

    O setor fechou 2015 com US$ 960,4 milhões (R$ 3,5 bilhões) em vendas para o exterior, uma queda de 9,4% em relação ao US$ 1,06 bilhão (R$ 3,8 bilhão) de 2014.

    "Os contratos são fechados com prazos longos, de seis meses. Muitos não conseguiram aproveitar", diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados, associação do setor.

    A recuperação do setor deverá vir nos próximos dois anos, segundo ele.

    "Tivemos a crise de 2009 e depois o real mais forte, o que afetou as exportações. Esperamos retomar os patamares de 2008", afirma.

    A Democrata, que exporta 25% de sua produção, não encontrou demanda maior por conta dos preços melhores.

    "O comprador não estava com a carteira aberta à espera do Brasil", diz Marcelo Paludetto, diretor comercial.

    A empresa teve estagnação nas exportações em 2015 e não vê melhora para 2016, com base nos contratos fechados no primeiro semestre.

    O cenário foi diferente para a Bibi, de calçados infantis.

    A marca viu as vendas ao exterior crescerem 25%. "Não atribuímos a alta ao dólar. Foi resultado do investimento na conquista de novos mercados", afirma o presidente Marlin Kohlrausch.

    Para garantir uma alta de 67,4% das exportações, a Arezzo investiu em retomar contatos comerciais antigos e participação em feiras.

    "Queremos manter esse ritmo em 2016, para compensar o resultado do mercado interno", diz Thiago Borges, diretor financeiro da empresa.

    sapatos

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    Nova base

    A mexicana MDR, presente em mais de 60 países, decidiu expandir sua atuação para o solo brasileiro.

    A empresa abriu escritório em São Paulo para fabricar e distribuir sua linha de cosméticos para a pele.

    A produção foi terceirizada em três plantas paulistas.

    "A ideia é investir no fortalecimento da marca para ganharmos escala nas vendas e, então, abrirmos uma indústria própria", afirma João Grilo, diretor-geral da MDR no Brasil.

    A empresa começou com seis itens, vendidos em redes de farmácia. Os planos são chegar a 30 neste ano.

    O momento de economia em crise, diz Grilo, foi benéfico. "É uma oportunidade de entrar no mercado brasileiro. Há dois ou três anos, os custos eram muito altos."

    A experiência servirá como teste para expandir a marca para a América Latina.

    Marcus Leoni/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 11.03.16 15h Joao Grilo, diretor do braço brasileiro da mexicana MDR, de cosmeticos. Eles trouxeram a operação para o país no ano passado e vao investir R$ 400 milhoes em dois anos. (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, MERCADO ABERTO)
    João Grilo, diretor da empresa de cosméticos

    R$ 100 milhões
    é o investimento no Brasil

    R$ 200 milhões
    é o faturamento previsto

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    Crise derruba consumo de iogurte entre os brasileiros

    Os potes de iogurte perderam espaço em 2015. A queda no consumo foi de 9,2%, segundo a consultoria Kantar Worldpanel.

    Os produtos do tipo grego, que em 2014 haviam crescido 165% e evitado o recuo do setor, registraram alta de apenas 3,7% no ano passado.

    "A crise levou os clientes a favorecerem produtos mais em conta. Mas também acabou o fator novidade", afirma Vicente Jabur, executivo sênior da entidade.

    Na outra ponta, os iogurtes líquidos tiveram alta de 2,7%. No ano anterior, haviam retraído 2,4%.

    O consumidor também trocou as embalagens maiores pelas individuais. O volume médio por compra caiu 13%.

    Na categoria grego, por exemplo, as bandejas perderam 38,4% da preferência. As unitárias subiram 50%.

    "As famílias estão com o dinheiro contado. Nessa hora, não vale o custo benefício por peso e sim o preço final", afirma Jabur.

    Embora o volume tenha diminuído, a presença do produto lácteo nas casas brasileiras aumentou um ponto percentual, para 95%.

    "É um produto que o brasileiro não está disposto a abrir mão. Ele leva menos, mas compra", diz.

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    Pra gringo ver

    Uma portaria aprovada em fevereiro mudou a regra para pleitear verbas dos bancos BID e CAF para projetos de Estados e cidades voltados ao desenvolvimento do turismo.

    Eles podem usar o dinheiro concedido pelo Prodetur, programa do Ministério do Turismo, como parte dos 40% do valor que devem apresentar como contrapartida.

    "Atendemos à pressão dos Estados do Norte e Nordeste que tinham mais dificuldade em juntar o dinheiro necessário", diz o ministro de Turismo, Henrique Alves.

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    Acerto A quantidade de acordos na Justiça do Trabalho de São Paulo aumentou 3,75% em relação a 2014. O valor médio que as empresas pagaram aos seus ex-empregados em acertos subiu 52% e ultrapassou os R$ 4.000.

    *Prateleiras * A Tlantic, empresa de tecnologia para supermercados, pretende crescer entre os pequenos varejistas neste ano. A previsão é de aumento de receitas, pois os clientes vão querer gerenciar melhor seus custos.

    Briga... O número de ações judiciais por falta de pagamento de condomínio na cidade de São Paulo teve queda de 45% em janeiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2015. No total, foram 464 processos no primeiro mês do ano.

    *...de condomínio * O total de ações judiciais em todo 2015, no entanto, cresceu 11,6% em comparação ao ano anterior, com mais de 10 mil processos por inadimplência, de acordo com o Secovi-SP (sindicato de habitação).

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    Hora do café

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 13.mar.2016
    Charge Mercado Aberto de 13.mar.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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    exceto aos sábados.

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