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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Usiminas fecha acordo com bancos, mas impasse segue

    18/03/2016 03h00

    Mesmo fechando acordo com bancos credores, anunciado nesta sexta-feira (18) em fato relevante, a Usiminas chega à reunião de conselho da companhia marcado para esta data ainda em uma situação de impasse entre acionistas.

    Com dívidas de R$ 5,9 bilhões com vencimento até 2018, e um caixa de menos de R$ 200 milhões, a empresa corre o risco de ir à recuperação judicial.

    O congelamento dos pagamentos ("standstill") de 120 dias acordado com instituições credoras brasileiras e japonesas está sujeito a um aporte de capital. Uma das acionistas controladoras, a Nippon se comprometeu a colocar R$ 1 bilhão na operação.

    A ítalo-argentina Ternium, também do bloco de controle, e a CSN (que não pode votar na reunião por determinação do Cade), discordam do montante, sob alegação de que a Usiminas poderia usar parte do caixa da Musa, uma empresa controlada da área de mineração.

    A sócia japonesa se dispõe a colocar todos os recursos, se os demais acionistas não subscreveram as novas ações.

    O grupo ítalo-argentino, que aceita um aporte de R$ 560 milhões, foi voto vencido e vai manter a posição na reunião do conselho. Para a Ternium, a situação da Usiminas não se resolverá com a injeção de novos recursos, sem uma reestruturação, segundo uma pessoa que participa das negociações.

    Na prática, o "standstill" já estaria correndo, pois um pagamento da dívida já não teria sido feito esta semana, afirma.

    Uma nova assembleia geral extraordinária de acionistas deverá ser convocada para daqui um mês.

    Caso a Nippon não aceite colocar em pauta a proposta da Ternium, esta poderá chamar outra assembleia, o que evidenciará ainda mais a dificuldade de resolver o litígio, afirmam fontes ligadas aos diferentes grupos.

    - R$ 2,8 bilhões
    foi o Ebitda em 2015

    R$ 5,9 bilhões
    é a dívida da empresa

    30 mil
    funcionários

    *

    AINDA HÁ AMOR

    Start-ups brasileiras que já receberam investimentos no passado ainda atraem interesse de fundos de venture capital, afirma Andrew Tsao, diretor do Silicon Valley Bank, banco dos Estados Unidos que atua na intermediação de aportes.

    "Setores como comércio eletrônico são mais desafiadores, mas há espaço para crescer em serviços bancários e transportes", diz.

    Danilo Verpa - 14.mar.2016/Folhapress
    SAO PAULO - SP- 14.03.2016 - Retrato Andy Tsao, diretor do Silicon Valley Bank, no Hotel Unique. (Foto: Danilo Verpa/Folhapres, MERCADO)
    Andrew Tsao, diretor do banco

    O executivo veio a São Paulo em uma missão de negócios para encontrar representantes de empresas e de fundos. Ele já esteve em outras anos na cidade, quando "o ambiente era mais otimista, talvez até demais".

    Muitos fundos dos EUA ainda acreditam no Brasil, diz: "Agora dólares têm melhor rendimento e precificações estão mais racionais."

    As notícias sobre a recessão e as incertezas sobre os rumos político e econômico afastaram investidores que pensavam em entrar, mas ainda estavam fora.

    US$ 16,7 BILHÕES
    é o valor que o banco tem em empréstimos

    35%
    dos clientes do Silicon Valley Bank são empresas dos setores de software e internet

    *

    Trem...
    A Desenvolve SP e a estatal chinesa CMC assinaram um termo de cooperação para linhas de financiamento voltadas a projetos de transportes urbanos no Estado de São Paulo.

    ...chinês
    O último negócio da empresa no Brasil foi a compra de trens pelo Estado do Rio de Janeiro para a linha de metrô Supervia.

    Netflix...
    O Brasil e outros 17 países assinaram um documento que defende que a regulação de serviços VOD (video on demand), como Netflix e iTunes, seja feita dentro do país de destino.

    ...regulado
    Entre os pontos defendidos na declaração estão a contribuição para fundos públicos e cotas para filmes e séries locais.

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    CINQUENTONA

    A Vans, marca de tênis e roupas esportivas, passa a ser operada diretamente pela VF Corporation no Brasil. Até dezembro, ela era licenciada pela Majal no país.

    Além de vendas on-line, que terão início em abril, a empresa abrirá lojas físicas.

    Marcus Leoni/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 17.03.16 13H Scott Basham E diretor da Vans Brasil. (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, MERCADO ABERTO)
    Scott Basham, diretor da marca na América Latina

    São Paulo, que detém 35% das vendas, é uma das cidades confirmadas. Rio, Curitiba e Porto Alegre são outros destinos prováveis.

    A companhia não está preocupada com a atual crise, diz Scott Basham, diretor da marca na América Latina. "É um projeto de longo prazo, temos uma base de consumo estável aqui."

    Neste ano, a empresa espera crescer entre 10% e 15% no país. A marca, que completa 50 anos, teve faturamento global de US$ 2,2 bilhões em 2015.

    *

    REAÇÃO QUÍMICA

    O deficit da balança comercial de produtos químicos caiu 20,8% nos dois primeiros meses deste ano, na relação com mesmo período de 2015. O valor chegou a US$ 3,1 bilhões (R$ 11,8 bilhões), segundo a Abiquim, associação do setor.

    A redução foi resultado direto da queda de 16,3% no volume de importações.

    "O país importou menos porque a demanda interna diminuiu e não por conta do dólar mais alto", afirma Denise Naranjo, diretora de comércio exterior da entidade.

    O setor também não conseguiu aproveitar o real desvalorizado para incrementar as exportações. No primeiro bimestre, as vendas brasileiras somaram US$ 1,8 bilhões (R$ 6,85 bi), queda de 7,3%.

    Os químicos fazem parte da cadeia produtiva de diversas áreas da indústria, por isso, ficam mais suscetíveis a períodos de crise econômica, afirma Navarro.

    "Reduzir o déficit na balança comercial não se traduziu em retomada de competitividade no cenário nacional."

    *

    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 18.mar.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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