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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Por causa da crise, Extra radicaliza promoções

    01/04/2016 03h00

    Com a perspectiva de mais um ano difícil no setor supermercadista, o Extra, do Grupo Pão de Açúcar, decidiu investir em uma política de preços agressiva para tentar segurar seus clientes.

    A rede vai adotar descontos progressivos de até 33% em um terceiro item comprado.

    Marcus Leoni/Folhapress
    Luis Moreno, diretor de multivarejo da rede de supermercados
    Luis Moreno, diretor de multivarejo da rede de supermercados

    Não serão todos os itens que entrarão na promoção –haverá uma lista de mil produtos, a maioria alimentos, que será trocada de tempos em tempos, diz Luis Moreno, diretor-executivo de multivarejo (Extra e Pão de Açúcar).

    No ano passado, a ida aos supermercados diminuiu 4,3%, e o volume de compras por lar caiu 3,5% segundo a Nielsen. O setor de atacarejo, no entanto, cresceu 12%.

    "Queremos atacar essa sensibilidade a preços. Fizemos pilotos para testar a elasticidade de demanda", afirma o executivo.

    A companhia experimentou por quatro semanas o plano de negócios e utilizou os resultados considerados positivos para negociar parcerias com seus fornecedores.

    Vendas Grupo Pão de Açúcar - Multivarejo

    Outras duas estratégias de promoções deverão ser lançadas ao longo deste ano.

    Uma delas será parecida com o programa governamental argentino "Precios Cuidados", em que os valores de uma marca específica ficam congelados para forçar as outras a não remarcar, diz o executivo, que já trabalhou no país vizinho.

    As lojas do Pão de Açúcar não devem adotar as mesmas promoções, pois os clientes não reagem tanto a preços mais baixos, afirma Moreno.

    O concorrente Carrefour, por sua vez, planeja investir em diferentes formatos, como lojas menores, e no Atacadão, que tem 114 pontos.

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    Importação de têxteis cai 30%, mas produção local não reage

    A importação do setor têxtil e de confecções paulista caiu 29,85% no primeiro bimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015, segundo o Sinditêxtil-SP (sindicato do setor).

    A retração é reflexo da desvalorização do real somada à redução da demanda no varejo, diz o presidente da entidade, Alfredo Bonduki.

    Trama Internacional - Balança comercial do setor têxtil e de confecção em São Paulo (em milhares de US$)

    A produção local, no entanto, não reagiu e diminuiu 20,4% no segmento têxtil e 9,8% no de confecções.

    "A indústria nacional sofreu com a alta de custos, que encarece o produto. Muitos insumos são importados, e houve alta na tributação."

    A China, responsável por 70% das importações, é o principal competidor.

    A expectativa é que, neste primeiro semestre, a produção têxtil tenha nova queda, entre 5% e 8%, e que, no segundo, se estabilize.

    O deficit na balança comercial diminuiu, mesmo com a redução de 3,9% na receita com exportações. "O real ficou mais competitivo em comparação ao dólar, mas não tanto em outros mercados."

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    FARDO MENOR

    Depois de 22 meses consecutivos de queda, o faturamento do setor atacadista distribuidor cresceu em termos reais em fevereiro -alta de 6,16% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados são da Abad (de atacadistas e distribuidores).

    "Ao longo de 2015, as empresas se adaptaram à realidade de crise, se reajustaram, fizeram melhorias em seus processos internos e buscaram racionalizar gastos", diz José do Egito Lopes Filho, presidente da entidade.

    ENTREGA MAIS LEVE - Variação real de faturamento, em %

    O resultado positivo também se deve, em parte, à base de comparação. Em fevereiro de 2015, a queda foi de 12,75%, lembra Lopes Filho.

    "Para conter gastos e diminuir as demissões, a empresa fez com que o funcionário revisse atividades e trabalhasse em mais funções."

    Como o setor é um dos que refletem mais rapidamente a economia, a tendência é que ele se recupere com a melhora do cenário político, avalia.

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    ALÉM DA BAGUETE

    Empresas francesas do setor de saúde (25%) são as que mais consultaram a Câmara de Comércio França-Brasil para investir no país em 2015. Companhias de tecnologia e indústria ficaram com 16% e 10%, respectivamente.

    A área de serviços, que liderou as demandas em 2014, representou 8% dos pedidos.

    Ao todo, a entidade de comércio recebeu 308 requisições de informações em 2015, pouco menos que as 312 do ano anterior.

    "O real está barato [para empresas francesas], o que reduz o custo para se estabelecer no país. E quando a recessão passar, estarão prontas para crescer", diz Roland de Bonadona, presidente da câmara.

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    Aperitivo...
    O amendoim é consumido por 88% dos brasileiros, segundo pesquisa da Abicab, feita pelo Datafolha.

    ...multiúso
    Para 63%, o alimento é ideal para ser incluído em dietas. A pesquisa ouviu 2.095 pessoas, de 132 cidades.

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    Hora do café

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 30.mar.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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