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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Efeito batom' falha, e setor de beleza tem sua primeira queda em 23 anos

    10/04/2016 03h00

    A indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos fechou 2015 com uma retração, a primeira em 23 anos, segundo dados da Abihpec, que reúne o setor.

    No ano passado, o faturamento teve queda real de 8%. A receita das vendas de fábrica, que não computa impostos, foi de R$ 42,6 bilhões. O comércio ao consumidor fechou em R$ 100 bilhões.

    Além da redução na demanda e da alta do dólar, que impactou o custo das matérias-primas, a indústria sofreu com o aumento de impostos, diz o presidente-executivo da entidade, João Carlos Basilio.

    "Os preços subiram, em média, 11% acima da inflação em 2015. Neste ano, devem crescer ainda mais nos Estados que elevaram o ICMS dos produtos, que são considerados supérfluos."

    A crise hídrica, que afetou grandes centros consumidores do país, e o aumento na conta de luz também são apontados como motivos para a retração.

    "As pessoas tomaram menos banhos, e isso influiu no consumo. Como os problemas foram amenizados, a retração no segmento não deve ser tão alta neste ano."

    O "efeito batom" -que supostamente faz crescer o consumo de itens de cuidados pessoais durante crises- não mostrou resultados: os produtos para cabelos e para a pele tiveram as piores retrações da indústria.

    Com base na percepção do desempenho do primeiro trimestre, o setor espera ter uma nova queda em 2016, que deve ficar em torno de 8%.

    Silvia Zamboni - 08.jul.2010\Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 08-07-2010: João Carlos Basílio, presidente da Abihpec, assosiação do setor das indústrias de higiene pessoal e cosméticos, posa para retrato, em São Paulo (SP). A indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos registrou em 2013 seu pior desempenho dos últimos 17 anos, de acordo com a Abihpec. O crescimento real (descontado o IPCA) foi de 3,3%, enquanto, em 2012, a indústria havia tido alta de 10,52%. (Foto: Silvia Zamboni\Folhapress)
    João Carlos Basilio, presidente-executivo da associação

    batom

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    SATISFAÇÃO PELA METADE

    No Brasil, metade dos funcionários que atuam no setor de finanças desejam mudar de emprego nos próximos 12 meses, de acordo com pesquisa feita pela consultoria Hays.

    Entre os colombianos, esse percentual é ainda maior, de 53% dos entrevistados.

    No México, 45% dos participantes pensam em trocar de área nos próximos seis meses, enquanto no Chile o índice é de 47%.

    Além disso, a pesquisa aponta que 59% do total de entrevistados não estão satisfeitos com seus salários, no entanto, 60% dos respondentes afirmam não ter pedido aumento no último ano.

    Quando questionados sobre a possibilidade de crescimento profissional nas organizações onde atuam, 48% disseram não se sentir confiantes com a progressão de suas carreiras.

    Para 26%, a possibilidade de desenvolvimento é um fator primordial ao se optar pela profissão, enquanto 25% buscam benefícios.

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    BOLA DIVIDIDA

    A fabricante japonesa de brinquedos Epoch vai lançar uma linha de produtos "mais em conta" no Brasil e prevê crescimento de 50%.

    "Queremos ampliar o portfólio no país, com opções que fazem sucesso no exterior", diz o executivo responsável pela operação no Brasil, Reinaldo Guerrera.

    O principal produto da série Aquabeads -pequenas bolinhas coloridas- custará cerca de R$ 169,90.

    O grupo começou a operar no país em 2013, com a "sylvanian families" (animais em miniatura). "É um produto 'premium', o mais caro custa R$ 699. Como é mais restrito, as vendas são estáveis, mesmo na crise."

    Adriano Vizoni/ - 28.mar.2014 Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 28-03-2014, 16h20: Reinaldo Guerra, diretor comercial da Epoch Magia, posa para foto, em São Paulo (SP). (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, MERCADO)
    Reinaldo Guerrera, executivo da marca de brinquedos

    600
    é o número de pontos de venda da Epoch no Brasil

    3 fábricas
    tem o grupo, todas na China

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    O POÇO É MAIS FUNDO

    O primeiro trimestre terminou com alta de inadimplência do consumidor de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Boa Visa SCPC.

    O aumento nos últimos 12 meses foi de 2,8%.

    A alta não foi mais significativa porque bancos e outros agentes financeiros que concedem crédito para o consumo restringiram os empréstimos, afirma Flávio Calife, economista da Boa Vista.

    "Hoje há 7% menos operações de crédito do que há um ano. E mesmo assim tem mais inadimplência. Isso acontece porque os fundamentos da economia pioraram muito."

    A tendência é que mais dívidas deixem de ser honradas nos próximos meses, diz.

    Por região do país, o Centro-Oeste teve o maior aumento anual (6,7%), e o Nordeste, o menor (1,9%).

    INADIMPLÊNCIA NA CRISE - Índice sobe no ano

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    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 10.abr.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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