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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Desistência de aquisição de imóvel aumenta em 2015

    11/04/2016 03h00

    O volume de contratos de compra de imóveis cancelados cresceu R$ 512 milhões no ano passado em relação a 2014 em sete das principais incorporadoras de capital aberto do país.

    Em 2015, Direcional, Eztec, Gafisa, MRV, PDG, Rossi e Tecnisa somaram R$ 6,4 bilhões em distratos, segundo dados divulgados pelas empresas.

    A dificuldade de assumir as prestações do financiamento bancário ao tomar posse das chaves (antes disso, os pagamentos são feitos à construtora) é uma das principais razões para o cancelamento.

    "O fluxo de caixa do empreendimento é prejudicado e traz dificuldades para os demais compradores", diz Flavio Amary, do Secovi-SP.

    As queixas dos consumidores também aumentaram -44% das reclamações recebidas pela Amspa (associação dos mutuários de São Paulo) em 2015 eram de rescisões de contrato, contra 23% em 2014.

    A PDG teve a maior alta de cancelamentos, de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,9 bilhão. Apesar do aumento, a empresa afirmou, em nota, ter revendido, em média, 80% dos distratos em 12 meses.

    As empresas estão mais seletivas, segundo análise do Itaú BBA, que avalia que o distrato ainda será uma preocupação nos próximos anos.

    No Grupo Gafisa, o número diminuiu com as baixas de cancelamento no segmento Tenda, de baixa renda. "Reduzimos o tempo de repasse da unidade ao banco", diz Felipe Cohen, CFO da empresa.

    Para baixar as desistências, na MRV o comprador precisa ser aprovado pelo banco na assinatura do contrato. "A venda está mais difícil, mas estamos menos sujeitos a distratos", diz Eduardo Fischer, presidente da companhia.

    COMPRA DESFEITA - O volume de distratos aumentou no ano passado em sete incorporadoras...<br><br><b>Em R$ bilhões</b>

    ...e, na cidade de São Paulo, a venda de imóveis tem caído - Em mil

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    Vivo reconsidera para cima os ganhos com compra da GVT

    A Vivo reavaliou quanto a aquisição da GVT, anunciada pelo grupo espanhol Telefónica em setembro de 2014, deve trazer de sinergias.

    Inicialmente, havia a previsão de que o negócio traria ganhos de desempenho de R$ 14,1 bilhões, mas agora, às vésperas da extinção da marca GVT, o cálculo foi refeito e fechado em R$ 22,1 bilhões.

    "[A fusão] tem impactos de custos e de receitas, essas últimas por agora termos uma marca única", diz Christian Gebara, vice-presidente executivo da Telefônica Vivo.

    A Vivo espera conquistar mercado com ofertas de produtos aos antigos clientes da GVT -por exemplo, planos de celular para os assinantes de linha fixa que pertenciam à operadora adquirida.

    Pelo lado dos custos, o ganho vem com as unificações de processos e de parte da infraestrutura das duas empresas. "Juntam-se áreas de rede, tecnologia da informação, comercial e outras, e isso torna a operação mais precisa."

    Para deixar tudo com a mesma cara, na última fase de junção dos negócios foram investidos R$ 25 milhões em padronização de lojas, uniformes, veículos e outros ativos da empresa, diz Gebara.

    A união foi aprovada pelo Cade em março do ano passado. No dia 15 de abril, a marca GVT deixará de existir.

    Karime Xavier - 21.agos.2015/ Folhapress
    Christian Gebara, vice-presidente da empresa de telefonia
    Christian Gebara, vice-presidente da empresa de telefonia

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    MERCADO PROTEGIDO

    O mercado de seguros de pessoas cresceu 7,63% em 2015, e registrou R$ 29,76 bilhões em volume de prêmios, de acordo com a FenaPrevi (federação do setor).

    O aumento foi puxado pelo seguro de vida, que subiu 10%. A carteira do seguro prestamista, que cobre prestações de dívidas em caso de perda de emprego ou morte do titular, cresceu 3%.

    O desempenho geral, no entanto, deverá cair. Em 2016, a alta esperada nos prêmios é de 4,9%, diz o presidente da entidade, Edson Franco.

    "O seguro prestamista, ligado ao crédito bancário e de varejo, deverá ter resultados negativos, e o de vida tende a crescer abaixo dos 10%, devido à redução dos seguros empresariais."

    Em janeiro deste ano, o volume de prêmios recuou 1,7% em relação ao mês anterior, puxado pelo seguro prestamista, que retraiu 23,5%.

    "Nosso mercado é resiliente a crises, mas diante de uma crise prolongada as quedas serão inevitáveis."

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    SAÚDE FRÁGIL

    Cerca de 600 mil pessoas devem deixar de ter seguro saúde neste ano, segundo projeção da Abramge (associação das operadoras).

    Se confirmada essa queda, vai se tratar da segunda diminuição consecutiva do número de beneficiários, já que 776 mil perderam a cobertura no ano passado.

    Os fatores levados em conta nos cálculos da entidade são os mesmos responsáveis pelo resultado do ano passado: uma expectativa de recessão de cerca 3,5% do PIB e uma perda de 1,4 milhão de empregos formais.

    Há uma correlação forte entre essas variáveis macroeconômicos e o negócio das seguradoras, diz Antônio Carlos Abbatepaolo Dias, diretor executivo da Abramge.

    As empresas devem perder margem de lucro ao longo do ano, ele afirma.

    "Os reajustes do setor são altos, porque a inflação médica é muito maior do que o IPCA. As empresas e os clientes pessoas físicas não vão conseguir pagar."

    VIDAS EM CARTEIRA - Caem beneficiários de planos

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    Selo A Abióptica vai lançar uma certificação junto à ABNT para regulamentar o setor. A indústria calcula perder 45% de sua receita anual para o mercado paralelo. Em 2015, foram apreendidos 8,7 milhões de óculos ilegais no país.

    Poço exposto A exploração e extração de óleo são os elos do negócio mais vulneráveis a ciberataques, aponta estudo do BCG. Recentemente, a indústria conectou os sistemas de informação dessas atividades, o que as tornou frágeis.

    Capaz Os gaúchos devem economizar no Dia das Mães, aponta a Fecomércio-RS: 36,2% pretendem gastar menos que em 2015, enquanto 35,7% afirmam que farão desembolsos semelhantes, 28% aumentarão as compras.

    Aluga-se O número de contratos de aluguel fechados na Lello subiu 11% neste primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2015. Em março, o tempo de vacância dos imóveis ofertados cresceu 25%, e o valor dos aluguéis caiu 2%.

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    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 11.abr.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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