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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Crédito para exportação do BNDES terá até 100% de TJLP

    14/04/2016 03h00

    O BNDES vai mudar as regras de financiamento às exportações para dar condições melhores de juros e de prazos para quem produz para vender no exterior.

    Com isso, algumas linhas BNDES Exim Pré-Embarque passam a ter 100% de TJLP (a taxa de juros de longo prazo do BNDES, atualmente em 7,5% ao ano).

    É o caso, por exemplo, do crédito para a exportação de máquinas e equipamentos, que antes conseguiam no máximo 70% nessa taxa.

    As novas medidas serão anunciadas nesta quinta-feira (14) pelo ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento).

    A demanda potencial de contratação de financiamentos em 2016 com as novas condições é de R$ 15 bilhões, contra a previsão inicial de R$ 4 bilhões, diz o ministro.

    "Os recursos saem direto do 'funding' do banco. Com a queda de algumas áreas, é possível um redirecionamento. Não há saída do Tesouro, nenhuma emissão nova", afirma Monteiro.

    O ministro diz que as medidas já vinham sendo estudadas, como parte do Plano de Exportações, lançado em junho do ano passado.

    As linhas de pré-embarque do banco permitem que as empresas exportadoras disponham de capital de giro para a produção de um bem que será exportado.

    A expectativa do Mdic é que haja redução do custo de financiamento em até 26% para bens de capital, de até 29% para bens de consumo e de até 42,5% para micro, pequenas e médias empresas.

    "Essa crise mostra que as empresas que não deixaram de exportar [quando o mercado interno estava aquecido] têm condições melhores e um retorno mais rápido."

    BNDES

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    Ze Carlos Barretta - 19.set.2013/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 19-09-2013, 17h00: Guilherme Benchimol, socio fundador da XP Investimentos, para o "Minha Historia". (Foto: Ze Carlos Barretta/Folhapress MERCADO)
    Guilherme Benchimol, sócio da corretora

    GA desembolsa R$ 450 mi por maior fatia na XP

    A gestora de recursos XP Investimentos vai receber um aporte e terá seu quadro de acionistas alterado.

    A General Atlantic (GA, fundo americano de private equity), que já detinha 33% do capital da companhia, deve anunciar nos próximos dias que vai comprar os 10% restantes da inglesa Actis na gestora brasileira.

    A XP, por sua vez, fez uma oferta primária para a GA que, após a transação, vai ter 49% da empresa.

    O controle permanecerá com o grupo atual na XP, liderado pelo sócio-fundador e CEO, Guilherme Benchimol.

    A GA desembolsará R$ 300 milhões pela parte da Actis e R$ 150 milhões para a XP.

    Benchimol confirmou a operação, que deverá ser concluída nos próximos dias.

    "O investimento da GA também deverá ser feito nas próximas semanas. Com isso, a companhia ficará com R$ 650 milhões de patrimônio liquido", disse.

    O objetivo da operação é fortalecer o caixa da companhia, segundo o empresário.

    "Vamos garantir os investimentos e projetos que virão nos próximos anos."

    A crise não tem atrapalhado os negócios porque investidores buscam alternativas melhores e um atendimento mais atento, segundo ele.

    "Em 2015, tínhamos cerca de 6 mil contas novas por mês. Em março, foram 20 mil e atingimos R$ 2,5 bilhões de captação líquida."

    R$ 33 BILHÕES
    são os ativos em custódia

    R$ 140 MILHÕES
    foi o lucro líquido em 2015 (280% mais que 2014).
    Em 2016, a expectativa é de R$ 250 milhões

    140 MIL
    é o número de clientes ativos

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    Dinheiro de volta

    O mercado de capitais recebeu bem uma nova regra do Banco Central para debêntures de infraestrutura que permite a liquidação dos pagamentos depois de quatro anos da emissão.

    Publicada nesta quarta-feira (13) no Diário Oficial, a resolução só vale para títulos emitidos até o fim de 2017.

    A debênture é isenta de imposto para pessoas físicas.

    Ela custeia obras de longo prazo. Até agora, não podia ser resgatada antes do prazo.

    A ideia da nova regra é que, caso as condições para captar dinheiro melhorem, o emissor dos títulos possa antecipar os pagamentos e se financiar a melhores taxas.

    "A regra pode estimular as emissões. É positiva e ajuda", diz Fábio Zenaro, superintendente da Cetip -segundo a entidade, o lançamento caiu 53,4% em termos monetários no primeiro trimestre.

    "Escutei vários clientes que queriam isso", afirma Daniel Vaz, diretor de mercado de capitais do BTG Pactual.

    Hoje, as captações saem por uma faixa de 8% a 10% mais IPCA, ele estima.

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    A grama do vizinho

    As consultas de empresários brasileiros à Câmara de Comércio Argentino Brasileira mais que dobraram no primeiro trimestre em relação a 2015. Os contatos passaram de 39 para 84 nos três primeiros meses deste ano.

    A procura maior coincide com os meses de estreia do governo do presidente Mauricio Macri, apoiado pelo empresariado, que assumiu o país após Cristina Kirchner.

    "Era como se houvesse uma demanda reprimida por regras mais claras para o investidor", diz Alberto Alzueta, presidente do conselho da entidade.

    "Até o perfil das chamadas mudou. Antes, a gente recebia, na maioria dos casos, reclamações e dúvidas de brasileiros sobre as regras de importação argentinas. Agora, é gente que quer investir lá."

    Apesar do maior interesse para aportes, Alzueta lembra que os argentinos ainda precisam recompor o câmbio e lidar com a inflação elevada.

    "A situação mudou. Com a crise do Brasil, está difícil para o empresário argentino buscar acordos aqui. Poderiam mandar para cá um 'vento malbec' de confiança."

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    O meio é a mensagem

    A empresa de educação e comunicação corporativa Dtcom, que tem capital aberto na BM&FBovespa, vai anunciar nesta quinta-feira (14) uma fusão com a FabriCO, que produz material didático para ensino à distância.

    Após a operação, os sócios da FabriCO deverão receber cerca de 28% das ações do novo negócio.

    "Durante alguns meses, iremos manter as duas marcas. Depois, pretendemos deixar ambas com o mesmo nome [ainda a ser definido]", diz Norton Moreira, diretor-executivo da Dtcom.

    A empresa, que tem como clientes corporações que precisam treinar funcionários recém-contratados, planeja fazer novas incorporações ao longo deste ano.

    Uma das intenções com essa fusão é diminuir os valores cobrados pelos produtos de educação corporativa.

    "Nós já tivemos que reposicionar os preços por causa da crise", diz Moreira.

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    Arte... O festival Australia Now, fruto de investimento de R$ 6 milhões da embaixada australiana, terá como principal foco a promoção de negócios ligados ao turismo.

    ...e negócios O evento, que reunirá empresários e autoridades dos dois países, ocorre entre 21 de abril e 22 de maio, e passará por nove cidades.

    Fritas A Secex apontou dumping na importação de batatas congeladas de quatro países europeus. No entanto, a McCain, líder do setor, diz que 90% delas vêm da Argentina.

    Hora do Café

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 14.abr.2016
    Charge

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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