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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Nova lei inviabiliza setor de biotecnologia, diz entidade

    21/04/2016 03h00

    A indústria de biotecnologia cobra do governo isenção de uma nova taxa prevista pela lei de biodiversidade, cuja regulamentação estará em consulta pública até 2 de maio.

    A cobrança "inviabilizaria a indústria no país", afirma Bernardo Silva, presidente da Abbi (Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial).

    O texto prevê o pagamento de uma parcela de 1% da receita líquida dos produtos que utilizam patrimônio genético do país -de plantas a microrganismos nativos.

    O setor pede que os artigos feitos a partir de microrganismos, como fibras, borrachas e plásticos, sejam isentos, nos casos em que substituem uma matéria-prima de base fóssil.

    "A lei cria obstáculos a uma indústria nova, limpa, que compete com produtos de base petroquímica. Precisamos de isonomia com os materiais da rota fóssil", diz.

    O temor é que a alta do preço final gere falta de demanda, o que levaria à queda nos investimentos em pesquisa, analisa Carlos Rossin, diretor de sustentabilidade da PwC.

    A maioria dos projetos das empresas foi congelada, à espera de uma definição das regras, afirma Silva.

    "Temos planos para a prospecção de microrganismos, mas é preciso analisar as condições", diz Pedro Fernandes, vice-presidente na América Latina da Novozymes, especializada em biotecnologia.

    O Brasil provê 9% da receita global da empresa, que faturou R$ 7,5 bilhões em 2015.

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    LEI DA BIODIVERSIDADE

    O que prevê?

    Pagamento de parcela de 1% da receita líquida anual com a venda de produtos feitos a partir de patrimônio genético nativo

    O que quer a indústria?

    A isenção da taxa para produtos feitos a partir de micro-organismos, caso substituam materiais de base fóssil

    Produtos feitos a partir de micro-organismos:

    Fibras, tecidos, solventes, borrachas, plásticos, entre outros

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    Pirelli investe cerca de R$ 706 mi em fábrica nova no México

    A Pirelli vai investir US$ 200 milhões (cerca de R$ 706 milhões) no México para construir uma nova fábrica, que será erguida ao lado da planta de pneus para carros de passeio na cidade de Silao, no Estado de Guanajuato.

    O anúncio foi feito durante a visita do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, ao presidente do México, Enrique Peña Nieto, nesta quarta-feira (20).

    "O PIB mexicano sofreu por causa da crise, mas cresce cerca de 2,5%, mais do que em outras regiões", diz Paolo Dal Pino, presidente-executivo da Pirelli para a América Latina.

    Indagado sobre a razão de o investimento não ter sido feito no Brasil, o executivo disse que em 2013 o setor automotivo no país produzia 3,5 milhões de veículos e estimava-se que chegaria a 5,7 milhões em 2017/2018.

    "Mas as últimas previsões são de 2 milhões de veículos", lamenta Dal Pino. No Brasil, a empresa traçou um plano de investimentos de R$ 1 bilhão no final de 2013, que "segue em frente", afirma.

    "No Brasil, os investimentos são para incrementar a fabricação de produtos verdes e premium, não para aumentar a produção."

    Na operação mexicana, serão criados 400 empregos, além de 400 vagas indiretas.

    "Com o investimento no México, será ampliada a capacidade produtiva anual, hoje em torno de 3 milhões de pneus para 7,5 milhões de peças até o fim de 2018."

    Karime Xavier - 13.set.2012/Folhapress
    Paolo Dal Pino, presidente executivo da Pirelli para a América Latina
    Paolo Dal Pino, presidente executivo da Pirelli para a América Latina

    R$ 25,2 bilhões

    foi a receita global da empresa no ano passado

    4,8%

    foi o aumento da receita global em 2015 em relação ao ano anterior

    1,5%

    foi o crescimento do Ebit (sigla para lucro antes de juros e impostos) global no ano passado -chegou a R$ 3,4 bilhões no período

    4

    são as fábricas que o grupo tem no Brasil: Santo André (SP), Campinas (SP), Feira de Santana (BA) e Gravataí (RS)

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    GELADA E MAGRELA

    Para orientar seu projeto de expansão no Brasil, a sorveteria italiana Le Botteghe di Leonardo começou a enviar bicicletas como lojas móveis para testar possíveis novos pontos de venda.

    "Ela fica no local por dois ou três meses para avaliar o resultado. É também uma forma de acelerar a expansão", diz Eugenio De Marco, presidente da empresa no país.

    A rede, no Brasil desde fevereiro de 2015, vai investir R$ 20 milhões pelos próximos três anos, na compra de novas unidades e equipamentos de logística e armazenagem.

    R$ 25 milhões
    foi a receita global em 2015; no Brasil foi de R$ 1,2 milhão

    Karime Xavier/Folhapress
    Eugenio De Marco, diretor-presidente da gelateria no Brasil e nas Américas
    Eugenio De Marco, diretor-presidente da gelateria no Brasil e nas Américas

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    NEGÓCIO ARRISCADO

    Apesar da maior exposição de determinados setores a fraudes, 67% dos empresários de mais de 15 segmentos ouvidos pela consultoria Grant Thornton afirmaram não ter tomado medidas anticorrupção nos últimos 12 meses.

    Dos que adotaram alguma ação, 44% optaram por contratar uma auditoria interna, 32% foram além e organizaram um departamento de "compliance" -termo em inglês que expressa a sintonia de companhias e instituições com leis e regras de conduta.

    Nesse período, 44% dos respondentes disseram acreditar que a crise não aumentou sua percepção de fraudes.

    Quase 29% dos executivos, porém, afirmaram estar mais atentos e querer intensificar o monitoramento, enquanto 13,2% já teriam iniciado processos para coibir possíveis aumentos de práticas ilegais.

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    Aprende A Anbima, a associação de empresas de mercados de capitais, vai ampliar o número de faculdades em que oferece curso de finanças -serão cinco escolas neste ano, duas a mais que em 2015.

    Vá ao teatro A Bilheteria Digital, um portal de vendas de ingressos para espetáculos, planeja investir R$ 2 milhões em máquinas e equipamentos, além da inauguração de novas praças onde a empresa pretende atuar.

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    Hora do Café

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 19.abr.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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