Em São Paulo, 5,5 milhões de inadimplentes deixaram de entrar na "lista suja" entre setembro de 2015 e março deste ano, segundo levantamento da ANBC, que reúne Serasa Experian e Boa Vista SCPC, dois dos maiores órgãos de proteção ao crédito.
O motivo é a exigência legal que o devedor assine o recebimento de um aviso da dívida (a carta AR) antes que o credor possa "sujar" seu nome.
Cerca de 8 milhões de débitos atrasados, que somam R$ 25,5 bilhões em dívida, deixaram de ser negativados.
A regra é alvo de disputa judicial desde janeiro de 2015.
Além de uma ação direta de inconstitucionalidade que aguarda votação do STF, um projeto de lei para mudar a norma tramita em uma comissão da Assembleia paulista.
O projeto de lei é considerado um retrocesso por Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste e colunista da Folha. "É preciso garantir o conhecimento da dívida."
O custo de envio e a ineficácia para encontrar o inadimplente são as maiores críticas à regra -a cada cem avisos enviados, 40 não são assinados no mesmo mês.
"O procedimento ficou sete vezes mais caro. Com isso, 90% das empresas deixam de cobrar a dívida", afirma o diretor da ANBC Paulo Melo. A consequência é a alta das taxas de juros de crédito, diz.
"O endividado tampouco é beneficiado. A alternativa da empresa é protestar em cartório, o que inviabiliza a renegociação", diz Marcel Solimeo, superintendente da Associação Comercial de São Paulo.
IDAS E VINDAS DA LEI Nº 15.659
Como era
Inadimplente era comunicado por meio de carta regular e tinha prazo de dez dias para pagar a dívida
Como ficou
Cliente deve ser previamente comunicado por escrito, com protocolo de aviso de recebimento assinado. O prazo de pagamento sobe para 15 dias
jan.2015 - nova regra entra em vigor
mar.2015 - Justiça paulista concede liminar que impede obrigatoriedade
ago.2015 - liminar é derruba e regra volta a valer em setembro
dez.2015 - Tribunal de Justiça de São Paulo decide manter a regra, e entidades de comércio recorrem ao STF
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CAMPO DE PROVAS
A Superbom, que produz sucos, mel e proteínas vegetais, passará a exportar para o Paraguai. Até 2008, a empresa vendia a outros mercados, como China e Japão.
Em 2014, a marca passou a distribuir melado de cana para a Alemanha. Com a desvalorização do real, a Superbom volta a ofertar todos os seus produtos ao exterior, a começar pelo país vizinho.
"Há uma demanda interna grande no Paraguai, e pouca concorrência", diz Adamir Alberto, presidente da marca. "Vemos o mercado de lá como área de testes, antes de países maiores."
A Superbom também lançará 22 produtos, de sucos a cream cheese. A expectativa é faturar 25% mais em 2016.
Leonardo Soares - 13.nov.2011/Folhapress | ||
Adamir Alberto, presidente da marca de alimentos |
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SANGUE NOVO
O Grupo Fleury mudou seu setor de processamento de análises clínicas no Rio de Janeiro para um local maior. O novo endereço, em um complexo comercial, tem 750 m², 25% a mais que a antiga sede.
O espaço extra permitirá dobrar a capacidade de processamento de exames, atualmente em 7 milhões por ano, segundo Paulo Pedote, diretor-executivo de negócios.
Permite ainda realizar novos exames, como sorologias para rubéola, toxoplasmose e citomegalovirose. Antes, essas análises eram feitas unicamente em São Paulo, o que ampliava o prazo de entrega de resultados em dois dias.
O investimento na mudança foi de R$ 5,5 milhões. A escolha do local levou em conta, segundo Pedote, a proximidade com a residência de 80% dos funcionários. "Isso permitirá diminuir o índice de absenteísmo."
O Rio, onde o grupo tem 46 unidades, representa 15,5% da receita total da empresa.
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Vezes...
A Wahl Brasil, fabricante de máquinas de cortar cabelo e pelos, vai construir uma fábrica em Jacareí (SP).
...dez
Até 2017, o novo centro deverá aumentar em dez vezes a produção da empresa, e deverá ser a base para as vendas em toda a América Latina.
Temporário
A Saraiva vai inaugurar duas lojas temporárias nos shoppings Metrô Tatuapé e Itaquera, em São Paulo. A ideia é ampliar a oferta de produtos no local.
Ensino...
O GPA, dono do Pão de Açúcar, vai levar o modelo de sua loja escola do Rio para São Paulo, onde treinará 240 funcionários dos seus supermercados por mês.
...profissionalizante
No Rio, o treinamento aumentou o engajamento dos funcionários de 37% para 64% e diminuiu a taxa de saída de profissionais de 61% para 44%.
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RUMO AOS ANDES
A construtora paranaense Plaenge vai expandir sua atuação no Chile. Neste ano, serão investidos R$ 70 milhões para novos empreendimentos no sul do país, onde a empresa já atua desde 2009.
A companhia também vai começar a construir na capital, Santiago –um terreno de 44 mil m² já foi adquirido, por cerca de R$ 45 milhões.
"O lote comporta dez torres. Vamos iniciar com cerca de três, e observar o ritmo de vendas", diz Fernando Fabian, um dos donos da Plaenge.
O primeiro edifício deverá ficar pronto no segundo semestre de 2017.
"É um investimento de longo prazo, mas claro que o momento positivo da economia chilena contribui para que o processo se acelere."
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HORA DO CAFÉ
Editoria de Arte/Folhapress | ||
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MARCIA SOMAN
Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.