O volume de reclamações contra as concessionárias de energia aumentou 37,7% em 2015 na comparação com o ano anterior, de acordo com dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Foram recebidas 164 mil queixas pela agência –o maior número registrado desde o início da série histórica, em 2005. Em meia década, as manifestações desse tipo cresceram mais de três vezes.
INDIGNAÇÃO ACESA - Número de reclamações de clientes à Aneel, em mil
A insatisfação com as altas abruptas das tarifas de energia, até então represados pelo governo, foi crucial para o resultado de 2015, avalia Marcos Bragatto, superintendente da fiscalizadora.
"Nós tivemos um início de ano muito complicado para as concessionárias, com diversas ocorrências." O período de janeiro e fevereiro deste ano deve ter menos registros, segundo Bragatto.
"Vimos também queda na qualidade do serviço prestado pelas concessionárias. O consumidor estava com a razão em cerca de 50% das reclamações recebidas."
Atualmente, cerca de 90% dos contatos do consumidor são por via telefônica. "Percebemos ainda uma procura maior quando os serviços passaram a aceitar gratuitamente chamadas de celular."
A partir desta sexta-feira (6), porém, o serviço de teleatendimento da Aneel e das agências estaduais conveniadas será suspenso por cortes orçamentários. As solicitações passarão a ser recebidas só pela internet ou por cartas.
O cliente costuma buscar o serviço da Aneel após não ter sua solicitação atendida pela concessionária e por sua ouvidoria. Erros de leitura de consumo e interrupções no fornecimento de luz estão entre as principais motivações.
CASA PORTUGUESA
O grupo Delta Cafés vai passar a vender a partir deste ano no Brasil vinhos, azeites e azeitonas do Alentejo, no centro-sul de Portugal.
Karime Xavier/Folhapress | ||
João Morais e Castro, diretor-geral no Brasil da empresa de alimentos |
A marca portuguesa, de cafés torrados e em cápsulas, faturou em 2015 cerca de R$ 17 milhões. Para 2016, a previsão é de R$ 22 milhões.
"Temos investido na consolidação de nossas máquinas próprias", diz João Morais e Castro, diretor-geral da marca no Brasil. "Optamos por não usar o sistema concorrente, para termos todo o controle da qualidade."
"Também iremos lançar a linha 'Abyssinia', de cápsulas com grãos etíopes."
60
são as origens do café da Delta
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FORÇA NATURAL
O Brasil investiu US$ 7,5 bilhões (cerca de R$ 26,5 bilhões) em energia sustentável no ano passado –é o sétimo maior mercado no mundo, segundo pesquisa da EY.
Com o agravamento da crise em 2016, a expectativa é que o país perca posições no ranking, afirma Victor Ferraz, gerente da consultoria.
O MUNDO É UM MOINHO - Os dez maiores mercados de energia sustentável em 2015 (em US$ bilhões)
"Mas deve continuar entre os dez primeiros. O governo já deu sinais de novos investimentos, e o Brasil tem muito potencial na área."
A energia hidrelétrica, a eólica e a biomassa são os principais setores –a energia solar, "um mercado praticamente não explorado", segundo Ferraz, é apontado como um dos grandes atrativos do país.
O Brasil tem uma das maiores taxas de aproveitamento das usinas ao longo do ano.
O fator atrai investidores internacionais que passaram a migrar a países em desenvolvimento devido à estagnação do setor em mercados antigos, como o europeu.
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RAÇÃO GOURMET
A Guabi, de alimentação animal, investe neste ano R$ 30 milhões para aumentar sua produção em 45%, e para ampliar a visibilidade de suas marcas, especialmente de produtos de alto padrão.
"Nosso plano é ganhar participação em mercados premium, como o de rações de linha úmida, que representam apenas 5% das vendas do setor", afirma o presidente, Eduardo Aron.
A empresa também começa a levar sua marca de alto padrão, a Ultima –fruto da joint venture com o grupo europeu Affinity– a supermercados não especializados. Desde abril, o produto é vendido no Pão de Açúcar.
As vendas da marca devem crescer 40% neste ano com a entrada no grande varejo e ações de marketing.
R$ 500 milhões
foi o faturamento em 2015, uma alta anual de 10%
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BOLETO MAIS PESADO
No mês de março foram protocoladas na capital paulista 1.362 ações locatícias, número 16% maior que o de fevereiro, segundo dados do Secovi (sindicato do setor).
As ações por falta de pagamento de aluguel foram 90% do total. "As pessoas estão com dificuldade de pagar as contas. O locador também depende mais da renda do aluguel", diz Jaques Bushatsky, diretor da entidade.
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HORA DO CAFÉ
Editoria de Arte/Folhapress | ||
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.