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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Decisão da Justiça a respeito de dados cadastrais de telefonia só afeta Claro

    26/05/2016 03h00

    Uma decisão da Justiça Federal de São Paulo que determina que as teles precisam fornecer dados cadastrais de clientes a investigações policiais sem ordem judicial deve mudar a política da Claro sobre esse assunto.

    A tele se envolveu em um caso judicial sobre o tema recentemente. As outras três grandes empresas do setor já tinham como prática repassar à polícia as informações a respeito da titularidade das linhas de celular.

    A questão chegou à Justiça porque a Claro se recusou a passar dados relativos a chips que foram apreendidos pela Polícia Federal em uma busca domiciliar.

    A tele alegou que não havia ordem judicial e que fornecer dados cadastrais (titular da conta, CPF, RG e endereço) implicaria quebra da privacidade dos clientes.

    A empresa conseguiu um mandado de segurança, mas o tribunal de instância superior mudou a decisão.

    O desembargador Johonsom di Salvo considerou que dados cadastrais não têm o mesmo sigilo que a comunicação telefônica.

    Em sua sentença, di Salvo escreve que informações como nome, número da linha e outras relativas à conta "nada têm a ver com o conteúdo da comunicação telefônica, esse sim, inviolável a não ser sob ressalva judicial".

    Ele também citou uma lei que disciplina a investigação de organizações criminosas, que garante à delegados de polícia e ao Ministério Público o acesso às informações.

    Em nota, a Claro informou que "atende às solicitações de autoridades, seguindo a legislação em vigor".

    As outras três disseram que essa já era a política que adotavam. A Oi afirmou que passa os dados "para a maioria das autoridades".

    A TIM considera que a decisão "reforça o entendimento do Poder Judiciário" sobre esse assunto.

    A Vivo "fornece dados de clientes mediante requisição expressa das autoridades competentes -e não apenas por meio de ordem judicial".

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    DOAR NÃO É FÁCIL

    O sistema brasileiro de doações por meio de renúncia fiscal é um dos menos atrativos do mundo, aponta pesquisa global da instituição Charities Aid Foundation.

    Além de altamente burocrática, a legislação é pouco eficaz: quanto maior o valor doado, menor o incentivo fiscal, afirma Paula Fabiani, presidente do IDIS (instituto de investimento social), que representa a fundação no país.

    "Principalmente para pessoas físicas, o caminho necessário para doar é tão longo que desestimula."

    Em um ranking dos países com o maior incentivo fiscal para uma doação de US$ 1 milhão, o Brasil é o quarto mais mal colocado entre 26 países.

    Além disso, as causas que podem receber doações são restritas -direitos humanos e ambiente, por exemplo, ficam de fora, o que, para ela, se dá por serem temas "que podem se contrapor ao governo."

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    UBER AÉREO

    A empresa de transporte aéreo Global Aviation começa a oferecer regularmente voos de helicóptero entre os aeroportos de Guarulhos e Congonhas, em São Paulo.

    As viagens, cuja duração estimada é de dez minutos, serão feitas de segunda a sexta-feira, a partir das 6h, aproximadamente.

    Os voos serão compartilhados, e a reserva será feita por meio de um aplicativo. O preço deve ficar em torno de R$ 1.150.

    Karime Xavier/Folhapress
    Décio Galvão, presidente da empresa de transporte aéreo
    Décio Galvão, presidente da empresa de transporte aéreo

    Hoje, a companhia percorre o trajeto apenas com pré-agendamento, assim como outras empresas consultadas pela Folha.

    A ideia de criar o serviço surgiu para otimizar os recursos da empresa devido à crise econômica, afirma o presidente, Décio Galvão.

    "Em 2015, tivemos uma redução entre 20% e 30% no movimento. Esperamos elevar nossas horas de voo."

    26 aeronaves
    compõem a frota

    3.393 voos
    realizados no ano passado

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    PROCURA-SE CLIENTE

    O volume de vendas do varejo no Estado de São Paulo caiu 9,3% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2015, enquanto o faturamento recuou 0,6%.

    Os dados são da ACSP (associação comercial paulista).

    "O varejo do Estado sente mais a crise por ser bem afetado pelas reduções da atividade econômica e do emprego vindas da paralisia da indústria", diz Alencar Burti, presidente da entidade.

    CARRINHO MAIS LEVE - Maiores quedas de faturamento, em %

    Em faturamento, em março deste ano na comparação com o mesmo mês de 2015, apenas farmácias (2,3%) e supermercados (7,0%) tiveram resultados positivos.

    Nas vendas, todos os setores ficaram no vermelho no primeiro trimestre, com destaque para concessionárias de veículos (19,7%) e lojas de eletroeletrônicos (19,4%).

    "Há perspectiva positiva em relação à nova equipe econômica. Acreditamos que, até o fim deste ano, de forma gradual, o comércio pare de cair."

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    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 23.mai.2016
    Charge Mercado Aberto de 23.mai.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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