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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Devolução supera aluguel de galpões logísticos em SP entre janeiro e março

    05/06/2016 03h00

    A crise econômica provocou um aumento nas devoluções de condomínios logísticos de alto padrão do Estado de São Paulo, que superaram as locações no primeiro trimestre deste ano.

    De janeiro a março, a absorção líquida —diferença entre aluguel e entrega de unidades— ficou negativa em 19 mil m², diz a consultoria Colliers.

    "O resultado é reflexo das incertezas econômicas. O empresário demorou mais tempo para tomar decisões, buscou deixar para o segundo semestre o que pôde", diz Paula Casarini, da Colliers.

    No início do ano passado, a absorção líquida foi de 110,7 mil metros quadrados, mas a base de cálculo era menor.

    Apesar da grande quantidade de inquilinos que desistiram de ocupar um espaço, foram alugados 168 mil m², a maior parte em Barueri (56 mil m²) e Jundiaí (54 mil m²).

    "O setor sentiu o baixo consumo, como todo mundo. A expectativa é lançarmos empreendimentos no segundo semestre, diz Hailton Liberatore, da construtora Libercon.

    Assim como na locação residencial, os reajustes do segmento logístico foram contidos. Os valores médios do início do ano ficaram próximos aos praticados no fim de 2015, cerca de R$ 20/m² ao mês.

    "Também ocorreu muita renegociação. O mercado não está aquecido, e o inquilino conseguiu preço menor", diz Luiz Eduardo Bouret, da Innova, que administra 30 empreendimentos desse tipo.

    A empresa prevê crescer 20% neste ano em faturamento, mas por ganhar fatia de mercado, não por alta na construção de condomínios.

    Karime Xavier/Folhapress
    Luiz Eduardo Bouret, sócio da administradora de condomínios logísticos
    Luiz Eduardo Bouret, sócio da administradora de condomínios logísticos

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    CHUVA CAI, LUZ CAI E SINISTRO SOBE

    As oscilações de voltagem na rede elétrica e as tempestades fizeram com que o número de sinistros pagos por danos a aparelhos eletrônicos pelas companhias de seguros aumentassem.

    No grupo BB e Mapfre, o número de sinistros cresceu de 20,3% para 28,3% em 2015, afirma Jabis Alexandre, diretor de seguros massificados. "Creditamos o fenômeno à quantidade de eletrônicos nas residências", diz.

    SEGURO RESIDENCIAL - Prêmio por Estado (em R$ mihões)

    Na Zurich, houve um aumento de casos desse tipo, diz Roberto Hernandes, diretor de sinistros. "Percebemos mais ocorrências de fenômenos da natureza. Há até pequenos terremotos."

    A tendência também foi notada no Bradesco Seguros.

    Esse tema criou um grupo de trabalho dentro da FenSeg, a federação do setor.

    Danilo Silveira, presidente da comissão técnica, diz que o problema atinge empresas, condomínios e residências. "Queremos ter bastantes elementos técnicos para conversar com a Aneel."

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    MICROS, MAS BARULHENTOS

    Como um dos reflexos da perda de empregos formais, o número de microempreendedores individuais cresceu 1,4 milhão nos últimos dois anos. Até 2014, os registrados como MEIs eram 4,7 milhões.

    No fim de maio de 2016, já com desemprego crescente, esses empresários totalizavam 6,1 milhões, segundo o Portal do Empreendedor, do governo federal.

    NEGÓCIOS EM CRESCIMENTO - Microempreendedores individuais, em milhões

    A decisão de abrir uma empresa só deve ser tomada ao se perceber uma oportunidade de mercado e após estudos, lembra Marcus Quintella, especialista em empreendedorismo da FGV.

    "A crise acentuou essa movimentação de abertura do próprio negócio, por uma necessidade pessoal. E a desburocratização do processo facilitou muito", diz Arthur Achôa, do Sebrae-SP.

    Para se registrar como MEI, é preciso faturar no máximo R$ 60 mil ao ano e não ser sócio ou dono de outro negócio.

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    Lixo rico Uma licitação de R$ 45 milhões para escolher a concessionária que vai lidar com resíduos sólidos foi lançada por São Miguel do Iguaçu, cidade no Paraná.

    Nuvem... Empresas chinesas de tecnologia ganham espaço no mercado doméstico de serviços na nuvem. Trata-se de negócio de alto potencial, já que o governo é cliente.

    ...asiática As multinacionais têm dificuldade para estabelecer parcerias e entrar na China, mesmo sendo líderes em serviços complexos. Os dados são da Bain & Company.

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    HORA DO CAFÉ

    Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 3.jun.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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