• Colunistas

    Saturday, 18-May-2024 09:08:59 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Compras de vestuário do exterior caem 48%

    24/06/2016 03h00

    As importações de itens de vestuário caíram 47,6% nos cinco primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2015, de acordo com a Abit (associação dos fabricantes do setor).

    De janeiro a maio, o valor comprado do exterior foi de US$ 622 milhões (R$ 2,1 bilhões). A estimativa da entidade é que o segmento encerre 2016 com US$ 1,3 bilhão (R$ 4,2 bilhões) de importações.

    "Nos últimos meses, a falta de previsibilidade do preço do dólar foi tão grande que as empresas ficaram muito receosas de importar esses produtos", diz Rafael Cervone, presidente da associação.

    No mesmo período, o Brasil gastou 53,9% a menos em vestimentas da China que no ano passado. O país asiático é a principal origem dos têxteis e confeccionados que os brasileiros adquirem lá fora.

    Com o desaquecimento do consumo e o risco de desemprego ampliado, o varejo também está mais resistente a aumentar seu estoque, lembra.

    O total das vendas nacionais no exterior também foi menor, houve uma queda de 5,36%. Argentina, Estados Unidos e Paraguai, que representam os principais destinos de todos os negócios do setor, compraram menos do Brasil.

    "Isso ocorreu porque os preços dos produtos lá fora caíram e nós nos tornamos competitivos há pouco, com o câmbio", avalia Cervone, que também responde pela Technotex, de filtros e telas industriais.

    Até o fim deste ano, a entidade projeta exportar mais, mas ainda não tem uma estimativa fechada do percentual.

    abi

    *

    Hospitalidade mineira

    A rede de hotéis Tauá, de origem mineira, vai ampliar sua estrutura em Atibaia, no interior de São Paulo.

    Ao todo, serão R$ 34 milhões investidos na região, dos quais R$ 20 milhões serão destinados à abertura de 192 apartamentos para expandir o resort já existente na cidade.

    Outros R$ 14 milhões serão aportados em uma nova unidade mais econômica, também em Atibaia, voltada a turismo de negócios.

    O projeto de ampliação deverá ficar pronto até dezembro do ano que vem, e a construção do prédio, até a metade de 2017.

    A rede prevê fechar o primeiro semestre com alta de 12% de sua receita em Atibaia, diz Lizete Ribeiro, uma das proprietárias.

    "Com a crise, ocupamos uma lacuna na região, que oferecia opções de luxo às empresas em busca de espaços para eventos. Hoje, ao menos 65% do público é corporativo."

    As duas unidades mineiras da rede, em Araxá e Caeté, deverão crescer entre 8% e 10%.

    A empresa planeja expandir sua atuação a Brasília, afirma Daniel Ribeiro, também dono da rede. O projeto, no entanto, ainda está em negociação.

    karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -16 /06/16 -15 :00h - Retrato Lizete e Daniel, donos da rede Tauá de hotéis ( Foto: Karime Xavier / Folhapress) . ***EXCLUSIVO***MERCADO ABERTO
    Lizete e Daniel Ribeiro, donos da rede de hotéis

    R$ 125 milhões
    faturou a rede Tauá em 2015

    1.000
    são os funcinários da empresa em seus atuais três resorts

    *

    Águas enfrentam os moinhos

    A energia eólica gerada e consumida no Nordeste cresceu 60% neste ano. Foram mais de 9.000 GWhs (gigawatts horas) acumulados até a quarta-feira (22), segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema).

    No dia, houve um recorde para a região: os ventos responderam por 40% de todo o consumo de energia.

    O aumento dessa fonte acontece ao mesmo tempo em que a hidráulica responde por menos gigawatts.

    Na comparação com o ano passado, houve uma queda de 24% na produção de energia hidráulica.

    "Sobradinho é o grande gerador de energia da região e nos últimos três anos a chuva não foi suficiente para encher o reservatório", afirma Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, associação das empresas do setor.

    A maior parte da produção eólica do país é do Nordeste: 81% do total. O restante é do Sul do país. No Sudeste, Centro-Oeste e Norte, os ventos não produzem energia.

    vento

    *

    "Risco em aberto*

    A dificuldade de captar recursos e o não pagamento de dividendos a investidores estão entre os principais riscos para empresas abertas, aponta a KPMG, que ouviu 235 brasileiras listadas na Bovespa.

    A redução dos recursos é uma preocupação crescente: em 2015, era a 13º em um ranking de 26 fatores de risco. Neste ano, está entre as três primeiras posições, diz o sócio da consultoria Sidney Ito.

    A segurança cibernética é outro fator em alta. No ano passado, nem sequer aparecia na lista, e hoje é um dos dez maiores riscos apontados. "O mercado tem visto grandes companhias terem problemas de vazamentos", afirma Ito.

    Em 2015, 45% das empresas tinham uma área interna para controle de riscos, taxa que deverá subir para 100% até o fim deste ano, devido a uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários.

    "Mas isso vai ocorrer às pressas, não significa que será de forma estruturada."

    SOB CONTROLE
    Gestão de risco em empresas de capital aberto

    61%
    das empresas dizem ter auditoria interna

    16
    das companhias auditadas tiveram deficiências no controle interno

    87%
    das brasileiras listadas na Bovespa contratam seguro de responsabilidade civil para a diretoria

    R$ 97 milhões
    é o valor médio de cobertura

    Fonte: KPMG

    *

    Saúde... O Hospital São Lucas, de Ribeirão Preto, vai investir R$ 12 milhões para criar 50 novos leitos, para ampliar 30% da estrutura. As obras começam no segundo semestre.

    ...inabalada O hospital não sentiu a queda no número de beneficiários de planos de saúde e opera com 90% de ocupação, afirma o presidente da instituição, Pedro Palocci.

    *

    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024