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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Com atraso, crise faz furto de luz subir

    28/06/2016 03h00

    O furto de energia aumentou devido à crise econômica, afirmam executivos de distribuidoras elétricas.

    A Aneel (agência que regulamenta o setor) mede as perdas da indústria e as divide entre técnicas e não técnicas -é nessa última que estão os roubos, junto aos erros de medição, de faturamento e outros desvios.

    No ano passado, a média do índice de perdas totais foi de 10,89%. Nos 12 meses que terminaram em 17 de maio, era 13,02%, diz a agência.

    O principal fator por trás das variações são as perdas não técnicas, segundo executivos de distribuidoras. As outras são mais constantes.

    GATOS PELO BRASIL - Perdas não técnicas por distribuidora em 2015 (em %)

    Em 2015, os indicadores ainda melhoraram -o impacto da crise econômica na alta da quantidade de crimes demora a ser notado, segundo Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.

    "Dava para antever o fenômeno [da alta de ligações clandestinas], mas não para prever o nível, até porque é preciso ver como as empresas e o poder público vão reagir."

    A tendência é que isso cresça a velocidades mais altas.

    "É como uma epidemia, o furto começa a ser disseminado e cresce a oferta de agentes especializados em ligações clandestinas."

    Um diretor de uma concessionária do Rio, onde os índices são historicamente altos, diz que à crise econômica soma-se um recrudescimento da violência em áreas urbanas, o que dificulta a fiscalização e punição ao delito.

    A expectativa é de piora nos próximos meses.

    As distribuidoras desse Estado enfrentam índices maiores do que 12% só de perdas não técnicas. Na Eletropaulo, que atende a região metropolitana de São Paulo, esse número foi 3,5% em 2015, segundo a Aneel.

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    Chocolate fica mais caro com quebra da safra de cacau

    Com a quebra da safra de cacau na Bahia, consequência da seca que atinge a região, os fabricantes de chocolate devem aumentar a compra de grãos importados e sofrer com a alta dos preços.

    O grupo CRM, das marcas Kopenhagen e Brasil Cacau, prevê ampliar de 16% para até 30% o cacau vindo de Gana e da Indonésia, o que deve elevar os custos, afirma o vice-presidente de Finanças, Fernando Vichi.

    A fabricante paulista Munik tem encontrado dificuldade para manter o padrão dos ingredientes, diz Silvana Marconi, diretora-executiva.

    "Normalmente, trabalhamos com um fornecedor, mas tivemos que diversificar." A empresa passou a comprar grãos da Costa do Marfim.

    A alta de custos, somada à retração nas vendas do varejo, deverá apertar as margens, segundo Renata Vichi, também vice-presidente do CRM.

    "Nos primeiros cinco meses, a queda foi de 8%, pelo mau desempenho na Páscoa."

    E a recuperação das safras não deverá vir logo, diz o diretor-executivo da Aipc (entidade do setor), Eduardo Bastos. "Foram ao menos 50 mil hectares perdidos. Se replantados hoje, demorariam quatro anos para dar resultado."

    Produção de cacau - Volume em milhares de toneladas

    Importação de cacau - Em milhares de toneladas

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    CONEXÃO LAIKA

    A O3b, uma empresa de satélites, vai investir US$ 20 milhões (R$ 74,8 milhões) em um projeto para levar internet a áreas remotas do Brasil.

    A primeira cidade a receber o serviço da empresa é Tefé, no Estado do Amazonas.

    A tecnologia da O3b é um satélite de média órbita -ele flutua a 8.000 quilômetros de altitude, enquanto um comercial fica a cerca de 36 mil.

    Os clientes são pequenos provedores de internet que revendem pacotes de conexão para o consumidor final.

    "O Brasil tem 5.500 municípios, e só metade deles é atendida por fibras óticas", afirma Sandro Barros, diretor-geral da empresa no país.

    A companhia pretende se instalar em regiões com pelo menos 15 mil habitantes, segundo Barros.

    Além do Norte, o Centro-Oeste e o Nordeste estão nos planos de expansão da O3b.

    A empresa fica sediada em Haia, na Holanda, e é controlada pela SES, de Luxemburgo, que também atua no mercado de satélites.

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    BEM GUARDADO

    Para atrair importadores, a operadora Santos Brasil vai oferecer o serviço de transferência de cargas dos contêineres de transporte marítimo para os da própria empresa, para evitar que as companhias paguem multas quando o estoque fica no local mais tempo que o acordado.

    A estimativa é cortar até 50% dos custos das empresas.

    A Embraport, que também oferece um serviço semelhante para descarregar os contêineres importados desde 2014 no porto de Santos, observa uma alta na demanda: em 2015, foram 600 contêineres ocupados –neste ano, até maio, o volume já havia atingido 500.

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    Lençol curto As importações de fibras têxteis da China caíram 23,4% nos cinco primeiros meses deste ano em relação a 2015, segundo a Abit. Em itens de vestuário, como roupas de cama, a queda foi de 55,3%.

    Babá eletrônica A geração que já nasceu cercada de tecnologias digitais vai constituir até 61% dos brasileiros em 2020, de acordo com estudo da Bain. Atualmente, esse grupo corresponde a 57% do total.

    Burocracia digital Os governos globais deverão investir mais em TI, aponta o BCG. O aporte chegou a US$ 429 bilhões (R$ 1,5 trilhão) em 2015 e a expectativa é de US$ 476 bilhões (R$ 1,6 trilhão) até 2020.

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    Hora do café

    Lézio Junior/Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 27.jun.2016
    Charge Mercado Aberto de 27.jun.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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