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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Lista de empresas barradas de fazer contratos com setor público sobe 22%

    07/07/2016 03h00

    A quantidade de empresas que entraram no cadastro de suspensas ou inidôneas –que não podem fazer contratos com o setor público– cresceu 22% no primeiro semestre deste ano, na comparação com 2015.

    Foram 2.405 companhias neste começo de ano, segundo o Ministério da Transparência (antiga CGU).

    As razões mais comuns pelas quais uma companhia é adicionada à lista são falha na execução de serviço e prática de ato ilícito, diz Antônio Carlos Nóbrega, coordenador de responsabilização de entes privados do ministério.

    A lei anticorrupção, de 2013, explica parte do crescimento, afirma Nóbrega.

    BANIDAS E IMPEDIDAS - Quantidade de empresas suspensas nos primeiros semestres dos últimos anos

    A partir dela, todos os entes federativos (como Estados e prefeituras) precisam enviar dados de empresas suspensas para o cadastro geral. Só agora, no entanto, isso acontece com regularidade.

    A União inscreveu 31% a mais no cadastro neste ano.

    Temas debatidos na mídia, como a Lava Jato, tornaram a lei conhecida. Gestores da administração pública se interessaram pela adequação de contratos e em licitações, diz.

    Por consequência, houve mais aplicações de sanções, segundo Nóbrega.

    Outro possível fator foi a queda na arrecadação, diz Carlos Ari Sundfeld, professor de direito público da Fundação Getulio Vargas.

    "Os governos começaram a limitar os aditivos. As empresas, pela falta de dinheiro, podem não conseguir mais cumprir o contrato e, daí, são suspensas."

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    Crise nos Estados derruba produção de equipamentos médicos em 9,6%

    A indústria de equipamentos médicos e odontológicos, que até o fim de 2015 não havia reduzido seu ritmo de produção, chegou a uma queda de 9,6% no acumulado de 12 meses até maio deste ano.

    "É o fim de um otimismo entre os empresários, que, apesar do cenário, relutavam em demitir e reduzir a produção", diz o superintendente da Abimo (entidade do setor), Paulo Henrique Fraccaro.

    A crise orçamentária de governos estaduais como Rio de Janeiro, Minas, Rio Grande do Sul e Distrito Federal é o principal motivo de desânimo para a indústria, afirma.

    "Até 2015, os Estados não estavam quebrados. Os governos passaram a comprar o mínimo, a troca de equipamentos que costuma ser feita por causa de idade não vai acontecer neste ano."

    As compras do setor público e de entidades filantrópicas representam entre 50% e 60% das receitas da indústria.

    Além disso, empresas têm visto atrasos nos pagamentos –os prazos se estenderam de 90 dias para até o dobro. "A situação não piorou tanto porque fabricantes previram o quadro e seguraram vendas."

    PAREM AS MÁQUINAS - Produção de equipamentos médicos e odontológicos

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    UNIÃO NATURAL

    A paranaense Herbarium, de medicamentos naturais, passará a administrar a atividade do laboratório alemão Heel no Brasil, também de remédios de origem biológica.

    Atualmente importados, os produtos passarão a ser produzidos na fábrica da Herbarium em Colombo, na Grande Curitiba, até 2018.

    Serão investidos R$ 25 milhões para fazer adequações na planta e levar os produtos da Heel, hoje vendidos apenas em São Paulo, aos demais Estados.

    "A medicina natural é um nicho em expansão, prevemos crescer acima do mercado", diz o presidente, Marcelo Geraldi. A empresa projeta fechar este ano com um aumento de ao menos 12% no faturamento.

    R$ 123 milhões

    foi a receita da Herbarium em 2015, alta anual de 15%

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    SEM PEDIR LICENÇA

    Dos programas instalados em computadores de todo o mundo em 2015, 39% não eram licenciados, o que custou bilhões em receita ao setor, segundo estudo da Business Software Alliance.

    Apenas nos Estados Unidos, o valor comercial dos softwares não autorizados em operação equivale a US$ 9,1 bilhões (R$ 35,5 bilhões). No Brasil, esse montante é de US$ 1,8 bilhão (R$ 7 bilhões).

    A Ásia tem a maior média de uso de programas ilegais, 61%. Na América Latina, o percentual é de 55%, segundo a pesquisa, que coletou dados de 116 mercados.

    Apesar das cifras elevadas, todas as regiões diminuíram o percentual de pirataria em relação a anos anteriores.

    PC PIRATA - Valor comercial dos softwares não licenciados, em US$ bilhões

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    Vendas quentes O frio impulsionou o comércio de tecidos de cama, mesa e banho. Em junho, houve alta de 7%, segundo o sindicato do setor.

    Com renda A fabricante de lingeries Delfa vai investir R$ 8 milhões na expansão da produção, treinamento de pessoal e ações de vendas.

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    HORA DO CAFÉ

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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