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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Petrobras cria comitês de controle de diretores para dificultar corrupção

    15/07/2016 03h00

    A Petrobras colocou em funcionamento na semana passada seis comitês técnicos que vão obrigatoriamente assessorar seus diretores. O objetivo é aumentar o controle e dificultar crimes como os apontados pela Lava Jato.

    Formados por cinco ou sete funcionários da Petrobras, os comitês são estatutários. Os grupos têm a responsabilidade de avaliar e recomendar a aprovação ou não de tudo o que chega para a decisão individual das diretorias.

    Os atuais diretores da empresa só decidirão sozinhos os assuntos administrativos, como férias e viagens internacionais, ou o cumprimento de decisões judiciais.

    O restante terá de passar pelos seis comitês recém-estabelecidos na companhia.

    Os participantes desses conselhos respondem pessoalmente pelas recomendações feitas. A decisão de reduzir o poder das diretorias já havia sido tomada na gestão anterior em janeiro.

    "Qualquer projeto tem de passar por um colegiado de pessoas que não se reportam só a mim", diz João Elek, diretor de governança e risco da Petrobras. "Posso achar meu plano brilhante, mas se o comitê vir problema, o projeto terá de ser mudado."

    O aumento de controle tende a engessar as decisões, como em outras grandes empresas, mas pode ser o preço a pagar no combate à corrupção, à ineficiência e ao desperdício, dizem analistas.

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    Luz vermelha

    A Ferrari adiou o lançamento da fragrância nova da marca "Man In Red" nas Américas para poder incluir o Brasil, onde a importação dos produtos se mostrou mais demorada.

    "Na América Latina, em países como Brasil, Argentina, Chile e outros, não é muito fácil importar. Como o Brasil é o mais importante da região, é prioritário para nós, esperamos que estivesse tudo pronto no país", diz Dario Picardi, diretor-executivo da Ferrari para o continente americano, que fica em Miami. Na Itália começou a ser vendido no ano passado.

    As taxas de importação são maiores no Brasil, onde o perfume custará R$ 369, entre 25% e 35% a mais que nos Estados Unidos.

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    Para onde tenha sol

    Linhas de financiamento voltadas à instalação de energia solar em residências, condomínios e comércios começam a ser liberadas no país.

    A Fomento Paraná deverá oferecer linhas para pessoas jurídicas em cerca de 60 dias.

    "O objetivo é estimular a energia solar em comércios, além de atrair ao Estado empresas que fornecem equipamentos do setor", diz o diretor da agência Luiz Hauly.

    A nível federal, a Caixa já concluiu estudos para a aprovação de financiamento a pessoas físicas e jurídicas. O projeto está em análise pelo Ministério das Cidades e ainda não tem data para lançamento,
    segundo o órgão.

    Recentemente, o Banco do Nordeste também anunciou opções de financiamento voltadas ao setor.

    A dificuldade de crédito para instalar sistemas menores de geração solar é um dos entraves centrais à expansão da indústria, afirma o presidente da Absolar (entidade do setor), Rodrigo Sauaia.

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    Fundo para pequenas

    O Sebrae Nacional vai abrir um edital de R$ 20 milhões para financiar os projetos de tecnologia das empresas de micro e pequeno portes.

    As regras serão publicadas na próxima terça-feira (19).

    O valor máximo por cada negócio é de R$ 120 mil, e é preciso haver contrapartida de R$ 80 mil dos sócios.

    O subsídio chega em um ano no qual o Sebrae tem uma perda real de arrecadação de 7%, segundo o presidente, Guilherme Afif Domingos.

    "O programa tem começo, meio e fim. Quando se esgotarem os R$ 20 milhões, não vai ter segunda fase."

    Instituições governamentais ligadas à ciência e tecnologia nos Estados é que vão selecionar as empresas com os melhores projetos.

    "São essas entidades que vão acompanhar a execução. Elas nos darão informações para tirarmos conclusões sobre o programa", diz.

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    Forno central

    A fabricante de pães industrializados Wickbold deve levar até o fim deste ano para concluir a integração com a Seven Boys, concorrente comprada pelo grupo em 2015.

    Com a aquisição, a empresa que é focada em pães especiais -feitos com adição de grãos ou iogurte, por exemplo- passou a ter cerca de 20% da fatia de mercado.

    Como as duas marcas costumavam se concentrar em diferentes regiões do país, um dos objetivos era usar fábricas e centros de distribuição de uma para auxiliar a outra a ganhar terreno, diz o presidente, Fabio Medeiros.

    "A Wickbold ajudará a Seven Boys a voltar às gôndolas de São Paulo e Rio de Janeiro, enquanto ganha consumidores das regiões Sul e Centro-Oeste e de Minas Gerais."

    A empresa tenta conquistar espaço no Rio Grande do Sul, mas tem enfrentado dificuldades. "O consumidor gaúcho, em geral, tende a ser resistente na hora de comprar marcas de outros Estados."

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    Olha quem está de volta

    O índice de devoluções de cheques por falta de fundos atingiu uma alta histórica no primeiro semestre deste ano. Ele fechou esse período em 2,36%, segundo dados do birô Boa Vista SPC.

    O número mais alto havia sido 2,29%, no começo da série, em 2006. O melhor momento foi em 2010, com 1,84% de devoluções.

    O volume absoluto de cheques sem fundos foi 5,3% menor do que no primeiro semestre de 2015, mas como o total de cheques (a soma dos que tinham crédito com os devolvidos) diminuiu ainda mais (14%), o índice subiu.

    A movimentação de cheques que a instituição monitora cai desde 2009.

    Na comparação entre os meses de junho e maio, quase não houve alteração do índice: ele foi de 2,31% e 2,33%, respectivamente.

    O pior mês da série foi março deste ano, quando voltaram 2,59% do total.

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    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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