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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Venda de imóveis cai 14% no primeiro semestre deste ano

    18/08/2016 02h00

    As vendas das grandes incorporadoras caíram 13,93% na primeira metade deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015, aponta índice da Abrainc (associação do setor) feito em parceria com a Fipe.

    Foram 49,8 mil unidades comercializadas no semestre, o pior resultado desde o começo da série histórica do indicador, iniciada em 2014.

    No acumulado dos últimos 12 meses até junho, a retração foi de 15%.

    O desempenho reflete a continuidade da crise econômica do setor, afirma o vice-presidente executivo da entidade, Renato Ventura.

    "Apesar dos recentes sinais positivos, a liberação de crédito imobiliário ainda é um problema. Os bancos seguem com as torneiras pouco abertas, e os dados da poupança preocupam."

    O segmento econômico, ligado ao Minha Casa, Minha Vida, mantém uma demanda mais aquecida que o restante do mercado, segundo ele.

    No primeiro semestre, o financiamento com recursos do FGTS, voltado à habitação popular, subiu 1,3%.

    Apesar de ainda não arriscar uma projeção sobre quando haverá uma retomada do setor, Ventura enxerga sinais de que um momento de inflexão estaria próximo.

    "É um mercado historicamente cíclico, e as empresas fizeram ajustes importantes em seus lançamentos, o que tem equilibrado a oferta."

    Na primeira metade deste ano, o número de novos imóveis continuou abaixo do índice de vendas, diz ele.

    VENDE-SE - Resultado comercial das incorporadoras imobiliárias

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    Frequência de visitantes a shoppings caiu 4,63% no ano

    O número de visitantes a shopping centers caiu 4,63% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2015, aponta a FX, empresa que mede o fluxo de frequentadores para a Abrasce (associação do setor).

    As regiões do país sofreram impactos diferentes: enquanto no Nordeste houve diminuição de 9,1%, no Sudeste, a queda foi de 3,68%.

    "Os novos shoppings sofrem mais que os consolidados, porque esses já têm uma clientela fiel formada", diz Luiz Fernando Veiga, presidente do conselho deliberativo da Abrasce.

    Pelo mesmo motivo, os centros de compras mais conhecidos devem sair antes da crise econômica, ele afirma. Os piores meses para o setor foram os de abril e maio.

    Na Aliansce, que tem participação em 19 shoppings e é responsável pela administração de outros 10, o mês de julho já foi de inflexão da curva de desempenho, diz Renato Rique, diretor-presidente.

    "Não tivemos queda no tráfego de pessoas, mas os visitantes, com menos dinheiro, compraram menos. Foi uma queda ao redor de 4%."

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    APARTAMENTO DE SOLTEIRO

    Os cinco bairros da capital paulista que registraram maior aumento de aluguel para imóveis de um quarto, de junho a julho, ficam na zona leste da cidade, segundo o Secovi-SP (sindicato do setor).

    A alta foi maior em Cangaíba, onde os apartamentos de solteiro aumentaram 26,1%, e o metro quadrado custava R$ 26,49. Em seguida, estão Belém (10%) e Penha (5,4%).

    O levantamento considera contratos assinados.

    "Entre os bairros, as variações ocorrem de forma pontual: a busca por aquele tipo de residência aumenta em um determinado mês, e o proprietário sobe o preço", diz Mark Turnbull, da entidade.

    Endereços nobres, como Jardins e Moema, não variaram.

    Na média da cidade, porém, os preços continuam em queda e baixaram 1,3%, em relação a junho. O Brás (7,1%) teve a maior redução.

    A variação em 12 meses acumula uma retração de 2,2%. Nesse período, a inflação pelo IGP-M subiu 11,6%.

    EU NÃO MORO MAIS EM MIM - Maiores quedas de aluguel de julho a julho, em %

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    COM O PÉ ATRÁS

    Mais da metade (52%) dos brasileiros com renda acima de um salário mínimo doou dinheiro a ONGs em 2015, mas a minoria (26%) diz acreditar que as organizações são confiáveis, segundo o Idis (instituto de investimento social).

    "A maioria defende que deveria haver mais transparência em relação ao uso dos recursos", diz Paula Fabiani, presidente do instituto.

    Os entrevistados se queixam da abordagem: 61% dizem que há insistência de pedidos, e 64% têm receio de serem buscados por mais ONGs após darem contribuição.

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    FÉRIAS COMPARTILHADAS

    Brasil e Argentina vão lançar um acordo para um programa de promoção de turismo em comum.

    Nesta quinta-feira (18), o ministro argentino do setor se reunirá, no Rio de Janeiro, com a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) para discutir detalhes da parceria.

    Em julho, eles já haviam se encontrado em Buenos Aires.

    "Além de atrair turistas vizinhos, os países querem estruturar roteiros para mercados de longa distância e intercâmbios de congressos", diz Vinícius Lummertz, presidente da Embratur.

    Os argentinos lideram o ranking de visitantes. Em 2015, 2 milhões vieram ao Brasil.

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    Merece...
    As transmissões da Olimpíada do Rio geraram uma demanda recorde de uso de capacidade dos quatro satélites da operadora SES: 23 mil horas reservadas.

    ...uma medalha
    O volume é quase o dobro dos Jogos de Londres. Em Tóquio, em 2020, o uso deve dobrar novamente -a presença de tecnologia 4K deve ser mais disseminada.

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    HORA DO CAFÉ

    Ilustração Velati/Folhapress
    Charge - A hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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