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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Receita do setor óptico despenca 22% e chega a pior nível em quatro anos

    24/08/2016 02h55

    O faturamento do setor óptico caiu 22% no acumulado de 12 meses até junho. A receita chegou a R$ 17,6 bilhões, seu pior nível desde 2012, segundo a Abióptica, que representa o segmento.

    Ao longo do primeiro semestre, a retração foi de 13% -desde janeiro, o resultado vem se agravando mês a mês.

    A perspectiva, porém, é de uma melhora na segunda metade do ano e que, em 2017, o crescimento seja retomado, afirma o presidente da associação, Bento Alcoforado.

    Em julho, houve uma desaceleração da queda, que foi de 0,9% em relação a junho.

    Faturamento da indústria óptica - Acumulado dos últimos 12 meses, em R$ bilhões

    "Apesar de ser um item importante ao consumidor, o setor sofre muito com a crise, pelo alto custo do produto."

    Um dos pleitos da indústria junto a governos federal e estaduais é que a carga tributária dos óculos e lentes seja equiparada à de outros segmentos ligados à saúde, como o de órteses e próteses.

    "Sabemos que é um momento difícil para redução de impostos, mas queremos tratamento igualitário. Um aparelho auditivo tem, em média, ICMS de 7%, enquanto o de óculos de grau é de 18%."

    As empresas também pedem que o produto tenha cobertura de planos de saúde -um dos gargalos para a expansão da demanda é a falta de acesso à consulta oftalmológica, diz Alcoforado.

    "O mercado brasileiro tem potencial para triplicar o número de usuários de óculos, hoje em 18 milhões", avalia o presidente da Grandvision by Fototica, Alvaro Vieira.

    As vendas da rede, diz ele, tiveram uma alta "alinhada com a inflação" do primeiro semestre, que foi de 4,4%.

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    Importação de máquinas deve cair 38,9% neste ano, diz entidade

    As compras de bens de capital do exterior devem encerrar este ano com queda de 38,9%, segundo estima a Abimei (que representa o setor).

    Além da crise, que faz com que a demanda por renovação do maquinário seja fraca, a variação cambial é considerada um dos maiores entraves.

    As compras caíram 23,6% de janeiro a julho deste ano em comparação a igual período de 2015 -somaram US$ 15,5 bilhões (R$ 49,7 bilhões).

    Apesar do cenário ainda negativo, em abril, a entidade havia projetado que a retração até o fim deste ano ficaria em cerca de 50%.

    "As empresas têm começado a tirar projetos da gaveta. Não dá para falar em recuperação, mas a nova previsão mostra que parou de piorar", diz Paulo Castelo Branco, presidente da entidade.

    A procura por maquinário para o setor automobilístico começou a aumentar na filial da japonesa Okuma.

    "O segmento sofre, mas as empresas têm comprado máquinas maiores, que demoram para serem implantadas. Contam com a recuperação", diz Mohseen Hatia, da fabricante.

    COMO SE FOSSE MÁQUINA - Variação das importações de bens de capital, em %

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    Perspectiva latina

    Apesar da influência negativa externa, 83% dos CEOs de empresas com operações nos Estados Unidos e na América Latina avaliam que a economia deve melhorar na região, segundo a Amcham (câmara americana de comércio).

    Para 42% deles, haverá uma recuperação pontual, com cenário comercial e produtivo ainda incerto. Outros 41% afirmam acreditar em retomada de crescimento a partir do ano que vem.

    Com relação à integração na América Latina, 45% dos entrevistados consideram que interesses partidários e políticos conflitantes são os principais obstáculos.

    Para 29% dos entrevistados, os problemas decorrem do baixo número de acordos comerciais entre os países.

    "Tem um espaço para melhorar muito essa integração porque executivos veem empecilhos comerciais e de investimentos na América Latina", diz Deborah Vieitas, CEO da Amcham.

    "Há interesse. Falta organização, dizem pesquisados."

    GRAMADO VIZINHO - Como americanos veem os negócios na América Latina

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    Por um fio... A Aneel fixou em R$ 248 por MWh o preço da energia no leilão de pequenas hidrelétricas -as empresas que vão ofertar esperavam valor mais próximo de R$ 280, diz Paulo Arbex, presidente da associação do setor.

    ...d'água Como muitas companhias não conseguem lucrar com o teto imposto, a geração oferecida deve ser de cerca de 300 MWh, segundo ele. Um valor perto do que ele pretendia viabilizaria cerca de 1.000 MWh, afirma.

    De norte... A zona norte de São Paulo tem as taxas de condomínio mais baixas da capital: uma média de R$ 557 mensais, segundo a Lello. A região possui o maior índice de inadimplência, de 6,4%.

    ...a sul A cota mensal mais cara é a da zona sul, onde os moradores pagam em média R$ 1.000 por mês. A incidência de não pagamento da taxa é a mais baixa da cidade, de 3,9%.

    Conta mais cara A menor média de apartamentos por prédio e os maiores gastos com portaria, segurança e limpeza, que somam 50% da taxa, justificam a liderança, diz Angélica Arbex, da Lello.

    Guarulhos... A Enersys, que produz baterias elétricas industriais, vai investir R$ 48,3 milhões na expansão da planta de Guarulhos. O aporte veio da matriz dos Estados Unidos, e vai para máquinas das linhas de produção da empresa.

    ...elétrica A empresa fabrica produtos para veículos específicos, como empilhadeiras e carrinhos de aeroporto e também equipamentos de "no break". Com o investimento, a área da empresa passou de 4.000 m² para 67 mil m².

    Motel 6 O Hotel 10, que replica o modelo norte-americano de motéis de estrada, vai investir R$ 12 milhões em uma unidade em Lorena, no interior de SP. O grupo tem planos para abrir oito novos empreendimentos em cinco anos.

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    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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