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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Pós-Dilma não trará capital para private equity

    28/08/2016 02h00

    A expectativa de que o fim da interinidade de Michel Temer trará grande entrada de recursos do exterior vai ser frustrada, pelo menos no que diz respeito ao segmento de private equity.

    A coluna ouviu presidentes de grandes gestoras de fundos, que compram participações em empresas, e eles se mostraram céticos quanto a um aumento do interesse de investidores estrangeiros nesse tipo de ativo no Brasil.

    Eles dizem que fizeram algumas operações neste ano e que deverão seguir nesse mesmo ritmo.

    Esses empresários afirmam que a crise ainda não tornou o Brasil barato –talvez em dólar, embora a volatilidade atual não dê muita segurança. Alguns deles contam que estão analisando a compra de companhias de grupos envolvidos na Operação Lava Jato mais pela oportunidade de essas grandes ofertas terem vindo a mercado do que por uma questão de preço.

    Para os executivos, o investidor externo que poderá comparecer com mais apetite é o de infraestrutura.

    Após o provável afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, decisões de alocação de capital externo poderão surgir a partir da definição das condições de novas concessões e PPPs (parcerias público-privadas).

    Na Bolsa, apesar da alta neste ano, mais algum dinheiro ainda poderá entrar de fundos que demandam risco menor e, por isso, não investem em um país em que não se sabe quem será o presidente nos próximos anos.

    PE

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    SEM GRAVATA NA MALA

    A rede de resorts Club Med vai investir cerca de R$ 60 milhões até o fim deste ano no país.

    Desse total, R$ 25 milhões serão aportados no arrendamento e na reforma de um empreendimento em Mogi das Cruzes (a 57 km de São Paulo), que adotará o nome do grupo.

    O hotel paulista hoje é voltado para atender ao segmento corporativo.

    "Enxergamos a possibilidade de ampliar o público, e São Paulo era um Estado que estava em nosso radar", diz Janyck Daudet, presidente da rede para a América Latina.

    O contrato de arrendamento da unidade tem duração de dez anos e poderá ser renovado.

    "As multinacionais do setor veem o Brasil como um país ainda com grande potencial de turismo, e a variação cambial tem ajudado na promoção dos destinos domésticos.

    O restante do aporte servirá para ampliar e reformar os demais hotéis da rede, que ficam no Rio de Janeiro e na Bahia.

    1.300
    é o número de quartos que a rede tem no Brasil

    R$ 400
    é o preço de diária, em média, em um dos hotéis

    4
    serão os resorts no país

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    MAIS TAXAS

    A Abdib, associação da infraestrutura e da indústria de base, quer que mais cidades criem uma taxa para cobrir os custos operacionais com resíduos sólidos urbanos.

    Com isso, o setor privado poderia operar mais em concessões e PPPs (parcerias público-privadas), o que reduziria o risco de interrupção de pagamento por serviços prestados, segundo a entidade. "Respeitando a competência dos municípios, a União pode oferecer apoio técnico e atrelar recursos, de fundo perdido ou retornáveis, à arrecadação específica nos municípios", diz o presidente-executivo Venilton Tadini.

    "Entregamos a proposta a três ministérios." Mais de 800 cidades já têm a cobrança, entre elas Joinville (SC), Itú e Taubaté (SP), segundo a PwC.

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    PÓDIO PROLONGADO

    Desde o início da Olimpíada, as propostas para levar eventos técnico-científicos ao Rio em 2017 subiram de 45 para 85, segundo o Rio Convention & Visitors Bureau, que reúne empresas públicas e privadas do setor de turismo.

    A meta da entidade de ampliar a quantidade de congressos em 20% por ano, porém, ainda não foi atingida.

    Até agora, há 32 eventos confirmados para 2017, com faturamento potencial de US$ 159,4 milhões (cerca de R$ 521,7 milhões).

    Em 2015, foram 302 congressos, quase o dobro do ano anterior. Em 2016, deverão ser 110 até dezembro -devido à realização da Olimpíada, é natural que o número caia, afirma o diretor da associação, Michael Nagy.

    "O movimento também tem sido afetado pela crise."

    Até 2020, 63 eventos do gênero foram confirmados até agora. Como a captação é feita ao longo dos anos, os números devem aumentar.

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    Temos... Os hotéis da Barra da Tijuca, no Rio, tiveram a maior procura para a Paraolimpíada. Ainda assim, a ocupação está em 67,6%.

    ...quartos As reservas em bairros como Ipanema, Copacabana, Flamengo e Botafogo estão abaixo da taxa regular para o período, de 65%.

    Parceria O escritório TozziniFreire Advogados firmou acordo para dar apoio jurídico à aceleradora ACE no desenvolvimento de start-ups.

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    HORA DO CAFÉ

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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