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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Usinas térmicas paradas planejam exportar energia para a Argentina

    09/09/2016 02h00

    Vender energia diretamente para a Argentina passou a ser uma possibilidade para as usinas térmicas de Cuiabá, Uruguaiana e Araucária –as três que não têm contratos com o ONS (Operador Nacional do Sistema).

    Nesta quinta-feira (8), a térmica de Cuiabá, de propriedade do grupo J&F Investimentos, dono da JBS Friboi, recebeu autorização do governo para usar uma estação que adapta a energia brasileira ao sistema do país vizinho.

    Esse é um primeiro passo para atender o processo de exportação direta de geradora a outro país, afirma Humberto Junqueira de Farias, presidente da empresa.

    INTERCÂMBIO POR NECESSIDADE - Trocas com países da região (em MW)

    "Não temos a obrigação de fornecer ao sistema [brasileiro], então começamos a deliberar com a Argentina para ver se há interesse deles e quais as condições."

    A AES Uruguaiana (RS) terá de passar pelo mesmo processo, mas pensa em outro contrato: quer alugar a usina, e não vender energia.

    Se o governo de Buenos Aires aceitar, entregará gás à AES e pagará pelo uso –não importa se fará isso com 1MW ou 600MW, que é a capacidade, explica Ítalo Freitas, o presidente da empresa.

    "Estamos em discussão de condições e trabalhamos na autorização", afirma.

    A empresa foi contratada com urgência pelo ONS durante meses em 2013, 2014 e 2015, mas, fora isso, está sem operar desde 2008.

    A usina de Araucária (PR) observa o movimento das outras duas que estão hibernando, diz o diretor técnico Flávio Chiesa. "Para quem sucumbe com custos fixos, é a melhor coisa, mas o preço que a Argentina paga pelo MW precisa ser competitivo."

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    PROBLEMA NOVO

    Países da América do Sul enviam e recebem energia uns aos outros quando há risco de apagão, mas não é uma relação comercial.

    É um acordo bilateral entre os países que envolve transmissão de megawatts: "Quando um precisa, o outro entrega", diz Luiz Barata, diretor do ONS.

    As geradoras brasileiras não enfrentaram, até recentemente, cenário de sobra de energia. A situação de três térmicas descontratadas é inédita. Exportar para a Argentina seria uma saída.

    Se esses acordos forem fechados, não vão poder influenciar tarifas no Brasil.

    "Os preços aqui são calculados a partir do custo marginal de produção. Se houver exportação, essa carga não vai ser levada em conta e não vai afetar esse cálculo."

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    AUMENTA UM PONTO

    Com a queda da venda de livros, varejistas do setor têm renegociado seus prazos de pagamento às editoras.

    No caso da livraria Cultura, eles chegam a 150 dias. "É uma resposta ao maior parcelamento dos clientes. Temos que nos adequar", afirma o presidente, Sergio Herz.

    As lojas de menor porte também têm pedido para estenderem seus pagamentos.

    "Muitas editoras cobram juros, mas é um modo de não ficarmos no negativo", diz a dona da livraria infantojuvenil Novesete, Gislene Gambini.

    No caso da carioca Blooks, ainda não houve renegociação, mas "é a realidade de todas hoje", aponta a proprietária, Elisa Ventura. "A qualquer momento, vamos precisar."

    Entre janeiro e julho, o volume de livros comercializados no país caiu 15%, em relação a igual período de 2015, aponta a Snel (sindicato dos editores) e a Nielsen.

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    JANELA DISCRETA

    O canal de denúncias anônimas foi o mecanismo de compliance (conformidade a regras e leis) que mais cresceu nos últimos dois anos –45,7%, média de 22,3 casos por mês.

    Os dados são da ICTS, consultoria especializada em gestão de riscos.

    "As delações são duas vezes mais frequentes no setor de serviços que na indústria, que conta com mão de obra de menor rotatividade e tem sistemas de controle rígidos", compara Cassiano Machado, sócio da consultoria.

    Cerca de 35% das denúncias de irregularidades nas empresas, feitas por funcionários por meio dos canais internos, têm fundamento.

    "A alta dessa procura deverá se manter mesmo quando a Operação Lava Jato não estiver em evidência. As companhias têm valorizado denúncias anônimas e revisto processos sem expor o delator."

    LINHA DIRETA - Profissionais denunciados, em %

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    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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