• Colunistas

    Monday, 06-May-2024 23:57:28 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Empreiteiras querem que PPI garanta condições iguais às de estrangeiros

    15/09/2016 02h00

    Associações de construtoras que incluem empresas de médio porte esperam que, se houver estrangeiras em certames de concessão do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), as condições de financiamento sejam iguais.

    Uma das novidades da lei que instituiu o programa é a obrigatoriedade de divulgar os projetos em outros países.

    "Vai haver entrada de estrangeiras, e é preciso que estejam sujeitas à legislação brasileira de fio a pavio. O financiamento não pode ser discriminatório", diz José Carlos Martins, da Cbic (câmara da construção).

    A participação de empresas de fora é natural e só haverá problema se elas ocuparem um espaço excessivo, afirma: "Se uma chinesa tiver o equivalente ao que era da Odebrecht, não vai ser bom para ninguém".

    As empreiteiras estrangeiras devem fazer consórcio com as nacionais em um primeiro momento, diz Carlos Eduardo Lima Jorge, diretor-executivo da Apeop (associação de obras públicas).

    "Afirmo isso depois de ter conversado com empresários italianos e portugueses."

    Infraestrutura foi um setor dominado por grandes empreiteiras com participação do BNDES, e isso dificultou a presença de empresas de outros países, diz Mauro Penteado, sócio do Machado Meyer.

    "É provável que, nesse estágio, o governo esteja mais interessado em investidores institucionais que na atuação de construtoras estrangeiras", diz o advogado.

    *

    Fica aqui

    A divulgação de obras no exterior gera tensões entre construtoras de menor porte, afirma Carlos Ari Sundfeld, presidente da sociedade de direito público. "Os empresários preferem que os projetos irriguem o mercado de empreiteiras nacionais."

    "As grandes empreiteiras também não estão dispostas a perder a onda, se forem bons projetos", diz Mauro Penteado, do Machado Meyer.

    -

    Às vezes no silêncio da noite

    A empresa Qiwi, que opera totens eletrônicos em que as pessoas pagam contas e recarregam celulares pré-pagos e cartões, vai investir R$ 35 milhões para expandir a quantidade de pontos de atendimento.

    O principal mercado da companhia é o de transporte público, mas o plano é aumentar a presença em supermercados.

    A aposta é que os clientes ganhem traquejo para lidar com totens eletrônicos.

    "Parte do nosso público não é bancarizado, e vai precisar aprender a usar o terminal de autoatendimento", diz Paolo Chiarlone, diretor-executivo da empresa de origem russa no Brasil.

    O carro chefe deve continuar a ser transporte público: "Com a crise, as pessoas deixam de recarregar o telefone, mas não param de trabalhar e se locomover".

    R$ 258,5 milhões
    Foi o Ebitda global da empresa russa no ano passado

    -

    Shopping nos trilhos

    A CPTM (companhia de trens metropolitanos) planeja dois novos projetos de concessão para elevar sua receita não tarifária, afirma o presidente, Paulo Magalhães.

    Eles devem seguir os moldes do empreendimento que a empresa prevê criar na região do Brás (centro de São Paulo), que inclui shopping, hotel e prédio empresarial.

    Terrenos em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e em São Miguel Paulista, na zona leste da capital, estão em análise. "A estimativa é que cada iniciativa amplie a receita em 5% ou 6%."

    As audiências públicas das propostas estão previstas para o primeiro semestre de 2017.

    Nesta quinta (15), o executivo receberá Brieuc Pont, cônsul-geral da França em São Paulo, e Nicolas Jachiet, CEO do Grupo Egis, em visita às obras da linha 13-Jade.

    O projeto recebeu R$ 1,1 bilhão da Agência Francesa de Desenvolvimento, e deverá ser concluído até a primeira metade de 2018.

    NOS TRILHOS - Resultados da CPTM em 2015

    -

    Energia e garantia

    Duas empresas de economia mista em que o Governo de São Paulo é sócio majoritário, a Cesp e a Emae, vão estruturar seus programas de compliance (boas práticas).

    A ideia é dar segurança financeira e garantir risco menor aos eventuais parceiros das companhias, diz João Carlos Meirelles, da Secretaria de Energia e Mineração, à qual ambas são vinculadas.

    A Emae tem duas termelétricas perto da represa Billings, e, para que entrem em operação em até 30 meses, que é o prazo estipulado, foram feitas parcerias com a Siemens e a AES. Na soma, elas vão investir R$ 6 bilhões. Não há aporte da estatal.

    A Cesp investiu R$ 23 milhões para expandir uma usina de energia solar no rio Paraná -esse montante, próprio, foi contabilizado como pesquisa e desenvolvimento.

    -

    Colchão intacto

    O Fundo Garantidor das Cooperativas deve encerrar este ano com um patrimônio total de R$ 573 milhões, projeta a OCB (associação nacional do segmento).

    A reserva, que existe desde 2014, fechou o mês passado com disponibilidade de cerca de R$ 506 milhões.

    O fundo serve para as entidades de crédito captadoras de depósitos e os bancos cooperativos. Ele existe para atuar na cobertura de depósitos, em caso de quebra de uma associação, o que não acontece desde que foi criado.

    "Cerca de mil sociedades participam hoje do sistema. Os bancos estão com maiores restrições de crédito, enquanto nós, por termos atuação mais regional, crescemos na crise", diz Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB.

    A entidade estima que, atualmente, 8,9 milhões de brasileiros sejam associados a uma dessas instituições.

    RESERVA COLETIVA
    Como funciona o fundo garantidor

    O QUE É?
    É uma associação que permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos nas cooperativas singulares de crédito e nos bancos cooperativos

    5.500 são os postos de atendimentos disponíveis no país

    564 são as cidades em que as entidades funcionam como as únicas instituições financeiras

    -

    Frente... O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, recebeu as centrais sindicais e disse que vai ativar o Conselho Nacional do Trabalho, órgão com representação patronal e de trabalhadores.

    ...a frente Os projetos de reformas trabalhistas –como os que criam modalidades de contratos– serão debatidos nesse espaço antes de irem para votação no Legislativo.

    -

    Hora do café

    Tiago Recchia/Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 15.set.2016
    Charge Mercado Aberto de 15.set.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024