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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Crédito escasso faz compra à vista de veículos bater em 42% no 1º semestre

    21/09/2016 03h00

    Quase metade (42%) dos veículos leves vendidos no Brasil no primeiro semestre deste ano foram pagos à vista, segundo a Anef (das financeiras das montadoras). É o maior percentual desde 2008, início do levantamento.

    A restrição ao crédito e a falta de confiança, que reduziram o número de financiamentos para o setor neste ano, são apontadas como as principais razões para a alta das vendas sem parcelamento nas concessionárias.

    "O consumidor se baseia em confiança, renda e crédito, fatores que têm se degradado bastante e criam um cenário que impacta a indústria como um todo", diz Gilson Carvalho, presidente da associação e do Banco Fiat.

    A expectativa é que os negócios à vista encerrem o ano em 40%, estima o executivo.

    Além de um reflexo da menor liberação de recursos por parte dos bancos, a entidade atribui o resultado à facilidade de conseguir descontos para quem paga o valor integral no ato da compra.

    "O cliente que não consegue pagar à vista, porém, está menos disposto a se endividar, por preocupar-se com o desemprego. Além disso, muitos não dispõem do valor de entrada para financiar."

    Com o maior otimismo na economia e a injeção de recursos do 13º salário, o consumidor deverá se sentir mais confiante para financiar ou entrar em um consórcio, diz.

    No acumulado de 12 meses, o saldo da carteira de crédito para a compra de veículos encolheu R$ 24,6 bilhões, segundo o Banco Central.

    A inadimplência, de junho para julho, também aumentou: de 5,4% para 6,2%.

    A Anef projeta que o volume de recursos liberados neste ano deverá cair 15,8% -de R$ 92 bilhões para R$ 77,5 bilhões, com maior número de vendas de carros usados.

    carros

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    Gastos ambientais representam 20% de obras de hidrelétricas

    O custo decorrente do licenciamento ambiental representa cerca de 20% da construção de hidrelétricas, aponta o Instituto Acende Brasil.

    A taxa cresceu nos últimos anos: entre 1990 e 1999 era de 5,4%; na década seguinte passou a 11,2% e, entre 2010 e 2014, chegou a 19,9%. A entidade analisou 56 obras de empreendimentos do setor.

    Entre os motivos apontados estão os maiores gastos com desapropriações e reassentamento de população.

    Os custos, porém, podem ser mais elevados, já que o cálculo não computa aqueles decorrentes de atrasos, afirma o presidente do instituto, Claudio Sales. "A imprevisibilidade é um dos fatores que mais oneram."

    A alta acompanha a multiplicação de leis ambientais nos âmbitos federal, estadual e municipal, diz o sócio da PwC, Carlos Rossin.

    Como os empreendimentos de grande porte atravessam Estados, a falta de diálogo entre os órgãos ambientais também contribui para despesas inesperadas e demora na entrega das obras.

    "É muito comum surgirem novas condicionantes ao longo do processo, o que prejudica o planejamento dos custos", avalia o diretor da KPMG, André Donha.

    Editoria de arte/Folhapress
    Licenciamento hidrelétricas
    Licenciamento hidrelétricas

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    Sorriso largo

    Os planos odontológicos aumentaram sua carteira de clientes em 2,4% em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo o Iess, instituto de saúde suplementar.

    "É um benefício mais barato. Muitas empresas que deixaram de oferecer planos de saúde mantiveram o odontológico", afirma Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo da entidade.

    A alta contrariou as expectativas do setor, que teve uma forte queda no início deste ano, mas se recuperou e, agora, chega à sua maior base de clientes dos últimos 24 meses.

    O segmento é menos maduro que o de planos de saúde e, portanto, tem mais margem para expansão, afirma Andrea Figueiredo, superintendente-executiva da SulAmérica Odonto.

    "Além disso, a maioria das empresas oferecem os planos de forma não compulsória, ou seja, o funcionário arca com os custos", diz ela. Os planos coletivos representam 83% do total contratado.

    Na empresa, o setor cresceu 28% entre janeiro e julho.

    Editoria de arte/Folhapress
    Planos de saúde odontológicos
    Planos de saúde odontológicos

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    Cobrador... O Banco do Brasil renegociou cerca de R$ 14,2 milhões em dívidas entre os dias 2 e 9 de setembro, por meio de seu aplicativo. A função foi lançada neste mês.

    ...de bolso No Itaú, as negociações digitais têm tido 20% mais sucesso que as tradicionais. O Santander lançou o canal há cerca de uma semana, e a Caixa oferece a mesma operação pelas redes sociais.
    Tristeza, por favor... A confiança dos comerciantes paulistas subiu 2,9% em agosto, na comparação com julho, aponta a Fecap. É a quinta melhora mensal consecutiva.

    ...vá embora O resultado está abaixo da média histórica -na comparação com o ano passado, o índice teve queda de 19,1%. A expectativa dos empresários quanto ao futuro melhorou em 13%.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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