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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Setor público cresce 18,7% em 2015 com cargos comissionados

    22/09/2016 02h00

    O número de dirigentes gerais da administração pública aumentou 18,7% em 2015, ano em que o total de vagas de emprego formal caiu 3%, o que representou perda de 1,5 milhão de postos, segundo o Ministério do Trabalho.

    Essa categoria de trabalho no setor público foi a que mais cresceu no período. Ela inclui chefes nomeados por indicações nas esferas federal, estadual e municipal.

    Não foi só essa a ocupação ligada ao Estado que teve alta: dirigentes do serviço público, magistrados e outras ganharam trabalhadores.

    "Houve inchamento do setor público", diz Margarida Gutierrez, professora de economia da Coppead, da UFRJ.

    O LEVIATÃ - Variação de ocupações no setor público

    Uma decisão de governo para expandir a máquina é uma das explicações, afirma.

    Em outras crises econômicas, algo semelhante aconteceu, diz Sérgio Lazzarini, professor titular do Insper.

    "Nos anos 1980, enquanto empresas privadas enxugaram quadros, o setor estatal contratou mais", diz.

    A posse de governadores também gerou cargos –especialmente comissionados. "Compromissos firmados em eleições obrigam governos a acomodar quadros, e desempregar não pega bem."

    A possibilidade de um contingenciamento de despesas no setor público fez com que processos de seleção tenham sido acelerados, diz Monica Pinhanez, da FGV.

    "Órgãos que não preenchem vagas correm o risco de perdê-las. Processos de contratação que levariam anos foram feitos com celeridade."

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    Emprego no varejo paulista fica estável após sete meses de cortes

    Após sete meses de demissões, o varejo paulista manteve estável seu saldo de empregos entre junho e julho, segundo a FecomercioSP.

    O último índice positivo de emprego do setor havia sido em novembro do ano passado, por conta das vagas temporárias do fim de ano.

    Em relação ao mesmo mês de 2015, porém, a taxa ainda é de queda, de 3,25%.

    "Ainda é cedo para falar em uma retomada, o emprego demora para reagir. Neste ano, não deverá haver uma recuperação significativa", avalia o assessor econômico da entidade, Thiago Carvalho.

    As quedas devem ser menores a partir de agora, diz ele, à medida em que certos setores começam a reagir.

    O segmento de vestuário e calçados, que perdeu 7,8% de suas vagas em 2016, ficou estável em julho. As lojas de eletrônicos, cujo corte foi de 4,8% neste ano, ampliaram em 0,3% seus postos no mês.

    Farmácias e supermercados são os únicos que mantiveram as vagas no último ano.

    TEMOS VAGAS - Saldo de empregos do varejo paulista, em mil

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    Elas por elas

    As demissões feitas em lojas da Riachuelo foram compensadas pela expansão da empresa, que abriu seis unidades neste ano.

    "O saldo de funcionários ficou praticamente estável", afirma o presidente, Flávio Rocha. Entre junho de 2015 e deste ano, a queda foi de 0,7%.

    No primeiro semestre, as vendas também se mantiveram em relação a igual período de 2015, descontada a expansão da rede. A projeção, porém, é de um aumento total de dois dígitos neste ano.

    "As grandes cadeias têm ganhado espaço no mercado, que é bastante pulverizado."

    24,5 mil funcionários
    trabalham hoje na rede, que tem 287 lojas próprias

    R$ 218 milhões
    foi o Ebitda ajustado da Guararapes, dona da Riachuelo, no primeiro semestre deste ano

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    Força interior

    Mais da metade (52,2%) de todas as compras feitas por meio de cartões de crédito e débito no Brasil ocorreram fora dos grandes centros urbanos no primeiro semestre deste ano, segundo a Abecs (que reúne as empresas do setor).

    Em 2007, início da série histórica, essa relação era inversa: as capitais detinham 59,5%, e o interior, 40,5%.

    "O cenário começou a mudar no primeiro semestre de 2014, quando essas cidades ganharam espaço nas compras eletrônicas. O movimento se consolidou em 2016 e deverá crescer", diz Ricardo Vieira, diretor-executivo da entidade.

    A crise financeira, que afetou mais os empregos da indústria e de setores de serviços que os do agronegócio, ajudou a reforçar a tendência de interiorização, diz.

    "As empresas emissoras também começaram a investir na ampliação das redes de atendimento e aceitação, por perceberem o potencial de negócios desses municípios."

    Entre janeiro e junho, os brasileiros movimentaram R$ 546 bilhões com cartões de crédito e débito, aumento de 7,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

    DINHEIRO DE PLÁSTICO - Participação nas compras com cartões, em %

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    Longe do pódio

    O Brasil é um dos países mais atrasados para receber negócios digitais entre os que fazem parte do G20, aponta um estudo da Accenture.

    A consultoria elaborou um ranking com 16 das nações do grupo. Atrás do Brasil, estão Turquia, África do Sul, Itália e Rússia. A previsão é que o país siga na mesma posição até o ano de 2020.

    Pouca gente conectada, escassez de cientistas e engenheiros, serviços tecnológicos de baixa qualidade, além de problemas de infraestrutura e regulação são os responsáveis pelo desempenho do Brasil no ranking.

    As recomendações da consultoria incluem melhorar a rede 4G, elaborar regras sobre direitos autorais, proteção de propriedade intelectual e pirataria on-line.

    US$ 20 bilhões
    foram investidos em plataformas digitais entre 2010 e 2015

    China
    é a líder no índice; seguida de Índia e EUA

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    Mesada Roupas são a compra que os jovens mais fazem por impulso: acontece com 56% deles, segundo a B2.

    Mão dupla Para compensar o impacto de um novo shopping, a Multiplan vai aportar R$ 19 milhões em Canoas (RS).

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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