A inadimplência de prefeituras com as empresas de lixo urbano voltou a crescer nos últimos dois meses, afirma Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe, que reúne as companhias do setor.
No início deste ano, a associação divulgou uma dívida de R$ 200 milhões de cerca de 400 municípios. "A situação havia se estabilizado, mas voltou a se agravar."
A entidade ainda deverá atualizar o cálculo.
A aplicação de recursos públicos em coleta e outros serviços de limpeza urbana subiu abaixo da inflação em 2015: a alta foi de 2,6%. No ano, a inflação foi de 10,7%.
"Conforme a crise se agrava, os municípios transferem menos recursos ao setor. Não temos visto nenhuma iniciativa para melhorar o quadro."
A coleta cresceu 1,8% no ano passado, com um total de 199 mil toneladas recolhidas por dia, segundo levantamento feito pela entidade que será divulgado nesta terça-feira (4). A geração aumentou 1,7% e somou 219 mil toneladas diárias.
O crescimento da produção de lixo se desacelerou em relação a 2014, quando a expansão fora de 2,9%. "Em 2016, a taxa deve cair mais devido à retração da economia, e não por uma mudança de hábito de clientes e produtores."
O descarte inadequado também avançou 1%, o que indica a pouca efetividade da Política Nacional de Resíduos Sólidos, avalia Silva Filho.
Lixões, que segundo o programa deveriam ter sido eliminados até 2014, receberam 17,2% do material em 2015.
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Bancada de aluguel
O mercado de aluguel de móveis para escritórios deverá compensar em parte a estagnação das vendas da Riccó, especializada em mobiliário corporativo.
Hoje, o segmento representa 5% da receita da empresa, mas a projeção é de que a taxa chegue a 30%.
"Sem dúvida em termos de receita é melhor vender, mas se o mercado não está ávido por compras, é preciso pensar em novas formas de fazer o negócio se movimentar", afirma o diretor-executivo, Fabio Riccó.
Desde a criação de um braço do grupo focado em locação, em janeiro deste ano, foram fechados R$ 28 milhões em contratos.
A John Richard, que trabalha com aluguel há 18 anos, viu uma alta da demanda entre 6% e 7% neste ano.
"O mercado é novo e tende a crescer, mas a crise pode ter ajudado na expansão. As empresas estão em busca de alternativas", afirma o sócio da empresa, John Paz.
O aumento não foi tão alto, diz, pela queda de projetos especiais nas companhias -fator que estimula a contratação temporária de móveis.
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Nova regra para rádios favorece metade das estações do país
Quase metade das rádios comerciais do país deve ser favorecida por uma mudança nas regras para renovar a outorga, segundo Ministério das Comunicações.
Cerca de 2.300 estações, de um total de 4.600, estão em processo de prorrogação de suas concessões.
Quando a renovação da licença foi protocolada, mas ainda não aprovada, a rádio tem uma outorga precária.
"As empresas que estão nessa situação não recebem anúncios de governos estaduais e prefeituras e nem de estatais", afirma Luis Roberto Antonik, diretor-geral da Abert (associação do setor).
Uma medida provisória publicada na segunda-feira (3) muda condições da renovação. O prazo para o pedido aumentou de 3 meses para 12, para que o Ministério tenha mais tempo para analisar e aprovar o pedido.
Além disso, 528 empresas que estão com as concessões vencidas e não têm pedido protocolado ganharam 90 dias para se regularizar.
"Clientes privados também evitam rádios com outorga precária, pois acham que a empresa vai falir", diz José de Arimateia, dono de uma estação no Mato Grosso
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Sabe nada, inocente
O número de brasileiros que não sabem que pagam impostos é de 22%. Eles não têm noção que desembolsam pelos indiretos, embutidos em produtos e serviços.
A porcentagem de 2016 é a melhor da série -a porcentagem já foi 45%.
O resultado aparece em uma pesquisa nacional da Fecomércio-RJ. A entidade faz o levantamento há dez anos.
A ideia é mostrar que as pessoas pagam impostos sem saber -algo que mudou ao longo do tempo, diz Christian Travassos, economista da federação.
"Obrigações indiretas são uma fronteira. As pessoas só se dão conta ao serem estimuladas a dizer em quais itens de consumo há imposto."
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Brasileiros protegidos
O Brasil tem o menor número de pessoas com seguros de vida entre 11 países pesquisados pela Universidade de Oxford a pedido da seguradora Zurich.
De mil brasileiros entrevistados, 19% possuem o benefício. No penúltimo lugar, ficou o Reino Unido, com 21% de assegurados. A média global é de 32%.
Entre os brasileiros que não têm seguro de vida, 56% consideram adquirir o produto -índice maior que outros sete países pesquisados, como Austrália e Espanha.
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*Leite... * O STJ deve julgar nesta semana um pedido do Pão de Açúcar para rever uma decisão da Justiça que obriga a empresa a pagar indenização.
...derramado Na primeira instância, a rede foi obrigada a pagar R$ 60 mil a dois clientes que compraram leite impróprio em uma das lojas.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS,TAÍS HIRATA e CAROLINA MUNIZ
Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.