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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Com a crise na construção, sobe exportação de madeira

    11/10/2016 03h00

    As exportações de madeira processada cresceram no acumulado de janeiro a setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Abimci (associação da indústria).

    O setor inclui produtos como compensados, lâminas e, em uma escala menor, molduras, portas e pisos.

    O item mais exportado no período foi a madeira serrada de pinus, proveniente de reflorestamento, que teve alta de 47% nas vendas.

    A recuperação da economia norte-americana ajudou a alavancar as exportações, segundo Paulo Pupo, superintendente da entidade.

    "Crescemos em cima de uma base muito baixa, porque os Estados Unidos demoraram a voltar a comprar."

    A queda na construção civil brasileira e o aumento do dólar neste ano, no entanto, são os principais motivos para o aumento do comércio para o mercado externo.

    "Quem vê esses números pensa que prosperamos mais que qualquer outro setor. A verdade é que os fabricantes não tinham para onde escoar a produção aqui dentro."

    A projeção da Abimci é que 20% do volume total de madeira serrada de pinus produzido neste ano seja enviado para o exterior.

    O faturamento, no entanto, será proporcionalmente menor que em 2015 devido à queda dos preços no mercado internacional.

    Os maiores países compradores da madeira serrada de pinus foram Estados Unidos (35%), México (20%), China (15%)e Arábia Saudita (7%).

    madeira

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    Olimpíada não ajudou agências de turismo, diz entidade

    O faturamento das operadoras de turismo caiu cerca de 7% no primeiro semestre do ano em relação a igual período de 2015, segundo a Braztoa, entidade do setor.

    Como a TAM Viagens foi a agência oficial da Olimpíada -a única a oferecer pacotes com ingressos-, o evento não beneficiou as demais empresas, diz Magda Nassar, presidente da entidade.

    "Ter uma única operadora com bilhetes foi um erro, acabou por tolher o mercado. Os efeitos da Olimpíada serão sentidos só a longo prazo."

    Mesmo no caso da Alatur JTB, que foi responsável pelas viagens dos comitês olímpicos, o impacto dos Jogos foi limitado: dos R$ 1,7 bilhão em vendas neste ano, o evento representou uma alta de 5%.

    "Compensou a diminuição das demais viagens corporativas pelo país", afirma Eduardo Kina, diretor-executivo da operadora.

    Neste segundo semestre, porém, o setor deverá crescer entre 4% e 5%, puxado pela valorização do real e pela melhora da confiança dos consumidores, aponta Nassar.

    "A partir de julho, notamos uma movimentação mais forte do mercado, acreditamos que por um reaquecimento da economia", afirma o presidente Agaxtur, Aldo Leone.

    turismo

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    Quando nada mais der certo

    A recessão econômica fez triplicar o número de pessoas que começam um negócio próprio por falta de opção.

    Entre aqueles prestes a começar uma empresa ou que abriram uma faz três meses, 36% o fizeram porque não tinham outra forma de ganhar dinheiro, e não por terem enxergado uma oportunidade.

    Esse é o resultado da GEM no Brasil, uma pesquisa feita pela FGV e pelo Sebrae com 2.000 respondentes.

    A porcentagem de brasileiros que têm algum tipo de negócio foi de 39,3%, a maior da série, que começa em 2002.

    Não é bom sinal, segundo Tales Andreassi, vice-diretor do centro da FGV responsável pelo estudo: "Países com altas taxas de empreendedorismo são os pobres".

    Negócios que são abertos porque o fundador viu uma oportunidade costumam ter vida mais longa e agregar mais valor à economia, diz.

    A tendência é de novas altas, afirma Marco Bede, do Sebrae. "A crise é um processo longo. A necessidade de abrir empresa por falta de opção deve aumentar."

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    *Vai melhorar... * Os empresários da construção melhoraram em 10,7% suas expectativas para o segmento, aponta o Sinduscon-SP.

    ...alguma hora A avaliação de desempenho atual, no entanto, segue em queda: caiu 2,1% no último trimestre, na comparação com o anterior.

    Mais pano... Em setembro, as vendas do atacado de tecidos cresceu 1% no segmento cama, mesa e banho, aponta o Sinditecidos, de São Paulo.

    ...pra manga O resultado mensal foi visto como sinal de estabilidade pelo sindicato do setor. Entre julho e agosto, a alta havia sido de 3,5%.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, JOANA CUNHA e CAROLINA MUNIZ

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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