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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Disputa por compras do governo deve se intensificar com aprovação da PEC

    25/10/2016 02h59

    Se a PEC 241 passar, a disputa entre diferentes setores empresariais para não perder vendas para o governo vai se tornar mais intensa, afirma Antônio Britto, presidente da Interfarma, associação da indústria farmacêutica.

    A proposta de teto para os gastos públicos estabelece um piso para a Saúde e a possibilidade de transferência de recursos de outras pastas.

    "O setor é favorecido pelo piso. O problema político será ter força para conseguir ir além dele, pois sabemos que o excedente terá que sair de alguma outra rubrica."

    O conflito distributivo deve acontecer no momento de formulação de lei orçamentária, na Câmara.

    "As decisões de compras vão depender de os setores conseguirem sensibilizar os legisladores. Depois de aprovada a PEC, vai faltar corredor no Congresso."

    Nos 12 meses que se encerraram no primeiro semestre deste ano, o mercado institucional cresceu 4% em termos nominais, contra uma taxa média de 13%.

    A União tem administrado estoques para não faltar remédio, e as compras dos governos estaduais e prefeituras caíram mais na crise.

    As vendas nas farmácias passaram a representar uma fatia maior do mercado em 2016: era 67% no ano passado, e hoje são 69%.

    Mercados institucional e de varejo - Em R$ bilhões

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    Pagamento a conta-gotas

    A Amgen, farmacêutica especializada em biotecnologia, prevê investir R$ 40 milhões em pesquisas clínicas no ano que vem, afirma o presidente, Mauro Loch.

    Os aportes na produção de biossimilares —que são como cópias de medicamentos biológicos originais— deverão ser feitos só a médio prazo, diz Loch. "É uma área estratégica para o governo."

    O setor público representa, hoje, 60% das vendas da empresa, que tem tido problemas de atraso de pagamento de governos.

    "Alguns Estados estão inadimplentes, mas temos tido conversas e negociamos planos de parcelamento bastante coerentes. É uma preocupação, mas não chegou a um nível crítico."

    Em relação à perspectiva de redução do orçamento da pasta de Saúde, o executivo afirma não haver receio.

    "Como desenvolvemos moléculas inovadoras, sem um tratamento substituto, o governo dá prioridade."

    As compras públicas ainda não caíram, segundo ele.

    "[Com a possível aprovação do teto de gastos] é óbvio que haverá uma limitação de investimentos, mas há uma tendência por parte da nova gestão de focar em incorporação de tecnologia."

    US$ 11,2 Bilhões
    foi a receita global da Amgen no 1º semestre deste ano

    337 funcionários
    tem a empresa no Brasil; em todo o mundo, são 20 mil

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    Indústria com oxigênio

    O consumo de GLP (gás liquefeito de petróleo) cresceu 6,46% em agosto, em relação ao mesmo mês em 2015, segundo dados da ANP (agência reguladora).

    A alta não significa aumento de demanda, diz Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás (do setor).

    "É um número que chama a atenção em um mercado parado, mas está mais ligado a questões de abastecimento."

    O segmento se mantém estável: entre janeiro e agosto, o consumo teve uma alta de 0,46%, em relação a igual período do ano passado.

    Os botijões de uso residencial, de até 13 quilos, representam 70% da demanda. A partir de 2017, o consumo industrial e comercial deverá crescer mais, projeta o executivo.

    "A nossa expectativa é de que o mercado a granel, mais vinculado ao PIB, tenha um aumento nas vendas com a retomada da economia", afirma Julio César Cardoso, diretor da Supergasbras.

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    Um fio de esperança

    A importação de azeite de oliva caiu 15,5% neste ano, entre janeiro e setembro, na comparação com igual período de 2015, segundo a Secretaria de Comércio Exterior.

    Apesar do mau desempenho do setor —praticamente todo abastecido por produtos de fora—, a retração se desacelerou nos últimos meses.
    Até julho, a queda acumulada era maior, de 20%.

    "Entre agosto e outubro é o período em que o varejo se abastece para o Natal, data importante para as vendas", afirma Rita Bassi, presidente da Oliva, associação do setor.

    Além disso, a desvalorização do dólar beneficiou as compras internacionais, diz.

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    Peso... A moeda e ativos do México já deram vitória a um dos lados na eleição americana. Assim como na campanha de Dilma Rousseff em 2014, o câmbio mexicano caía conforme notícias favoreciam Trump.

    ...do vencedor A oscilação acontecia inclusive durante os debates presidenciais. Não mais, principalmente no último. Mercados dão como quase certa a vitória da democrata Hillary Clinton no pleito.

    Big data Uso de dados no agronegócio será um curso gratuito nas Fatecs em SP. Terá apoio de Intel, Totvs e SAP.

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    Lembrança de marca

    O prêmio Folha Top of Mind anuncia nesta terça-feira (25) as marcas que estão na cabeça e na ponta da língua dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha, realizada em 217 municípios de todo o país.

    Ao todo, são 59 categorias, o maior número já pesquisado pelo instituto.

    O resultado foi obtido após a realização de entrevistas com 7.247 pessoas.

    Considerada a principal premiação de lembrança de marca do país, a festa, exclusiva para convidados, será realizada no Tom Brasil (zona sul de São Paulo), com a participação de líderes empresariais e representantes do setor de propaganda e marketing.

    A edição da revista Folha Top of Mind 2016, com o resultado completo da pesquisa, que comemora 26 anos, circula gratuitamente com a edição da Folha nesta quarta-feira (26).

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e CAROLINA MUNIZ

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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