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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Redes de farmácias já se preparam para oferecer vacinas e diagnósticos

    02/11/2016 02h59

    Mesmo com o atraso da Anvisa (agência reguladora) para definir as normas para vacinação e atendimentos clínicos em farmácias, as grandes redes do setor já se preparam para oferecer o serviço.

    No caso da Pague Menos, mais da metade das lojas já têm um espaço para atendimento. "Até o fim de 2017, todas as unidades terão estrutura", diz o fundador da empresa, Deusmar Queirós.

    As companhias têm se reunido com fornecedores nos últimos meses com a expectativa de que as regras saiam até o fim de 2016, segundo Sérgio Mena Barreto, presidente-executivo da Abrafarma, que reúne as grandes redes.

    A Ascensia, que planeja fazer monitoramento de glicemia nas lojas, já tem parcerias com farmácias, "que serão implementadas assim que as regras forem aprovadas", afirma Patricia Gaillard, gerente-geral da empresa no país.

    A Anvisa ainda não tem uma previsão para as normas.

    A prestação de serviços não é proibida por lei, mas, sem uma regulamentação específica, não há segurança jurídica para a implementação, avalia o sócio da Trench, Rossi e Watanabe, Henrique Frizzo.

    Em abril, a Anvisa prometera resolver a questão, mas postergou o processo após avaliar que seria preciso fazer uma nova resolução.

    Algumas redes já oferecem os serviços, respaldadas por regras locais, como a carioca A Nossa Drogaria.

    "Se a Anvisa não regular nacionalmente, iniciativas vão ser aprovadas em municípios e Estados. Vai virar uma colcha de retalhos legislativa", afirma o sócio-diretor da empresa Eduardo Pereira.

    Faturamento das redes de farmácia, em R$ bilhões - Entre janeiro e agosto

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    À espera

    A compra da Time Warner pela AT&T por US$ 85,4 bilhões (R$ 277 bilhões) terá desdobramentos no Brasil, mas em uma das empresas implicadas, a Turner, a ordem é seguir com projetos e trabalhar como sempre.

    "A operação deve demorar de 12 a 18 meses para ser aprovada. Por enquanto, não há mudanças", diz Gustavo Diament, gerente-geral da programadora no Brasil.

    A empresa, no entanto, já havia alterado a maneira de se organizar: reordenou equipes por núcleos editoriais, como esporte ou infantil, e abandonou separações por mídia (TV, internet etc.).

    O executivo também aposta na busca de dados dos espectadores e usuários das marcas da Turner, como o Esporte Interativo e o Cartoon Network, para pautar as decisões da companhia.

    A Turner é uma das divisões da Time Warner. Com a compra pela AT&T, é possível que a companhia de telecom seja obrigada a se desfazer da Sky no Brasil.

    A empresa de TV fechada oferece canais do conglomerado de mídia, e a legislação daqui não permite isso.

    45 milhões
    assistem a algum dos canais ao menos uma vez por mês

    85 horas
    de conteúdo local são previstas

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    China chique

    O mercado interno de luxo na China voltou a crescer após três anos de estagnação e deverá movimentar 17 bilhões de euros (R$ 60,9 bilhões) até o fim de 2016, aponta a consultoria Bain & Company.

    O aumento é de 4% em relação a 2015 e equivale a 23% de tudo que chineses deverão gastar com o setor neste ano. A maior parte das compras é feita em viagens ao exterior.

    "Globalmente o gasto do país deve cair ou seguir estagnado", diz Gabriele Zuccarelli, sócio da consultoria.

    "O consumo interno tem perspectiva favorável" afirma, após mencionar o envelhecimento e o enriquecimento da classe média na China.

    A receita global da indústria de luxo em 2016 deve chegar a 1,08 trilhão de euros (R$ 3,86 trilhões), segundo a Bain.

    No Brasil, a desvalorização do real em 2016 contribuiu com uma diminuição nas vendas, embora tenha ajudado no crescimento do mercado doméstico, diz Zuccarelli.

    Alto padrão - Faturamento estimado do mercado de luxo para 2016 (em bilhões de euros) e variação ante 2015 (em %)

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    Moinho no avião

    Uma movimentação atípica aconteceu no setor eólico: uma empresa de São Paulo exportou peças para a China, um dos países com a indústria de energias renováveis mais desenvolvida.

    A Rudloff, que fornece materiais para a construção pesada, enviou 40 mil componentes dos moinhos.

    O objeto é a protensão, que dá resistência ao concreto para a construção de torres e as protege da vibração das pás dos cata-ventos.

    A peça é usada na construção de pontes, e foi adaptada para uso em usinas eólicas -setor que a empresa começou a atuar neste ano.

    O componente havia sido utilizado em um parque no Brasil, cujo projetista foi contratado pelos chineses.

    No país oriental não acharam fornecedor. Havia empresas europeias, mas com preços altos, diz Thomas Toutin, diretor de negócios da Rudloff.

    "As peças foram de avião, tamanha a urgência. Pagaram quase o mesmo valor do equipamento só pelo transporte, foram mais de cem toneladas", afirma ele.

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    Pátria... A Apex se reuniu nesta terça-feira (1) com pelo menos três associações ligadas a empresas de energias renováveis para traçar um plano de exportação de componentes e serviços do setor para países da América Latina.

    ...grande Estiveram presentes representantes da Abinee, de eletroeletrônicos; Abimaq, de máquinas, e Abeeólica, do setor eólico. Elbia Gannoum, presidente da última, diz que hoje há pouca exportação para países vizinhos.

    Mais com menos Até o fim de 2017, 14 indústrias devem aderir a um programa da CNI para melhorar a produtividade do uso da energia. O investimento, que será dividido entre empresas e governo, deve ultrapassar os R$ 8 milhões.

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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